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Retomada dos negócios e do crescimento econômico precisa estar alinhada a um propósito como sociedade


5 de outubro de 2020 - 13h03

(Crédito: Nuthawut Somsuk/iStock)

O período de realização do Maximídia é tão estratégico quanto o último trimestre do ano, que o evento literalmente “abre”, em suas datas tradicionais entre a última semana de setembro e a primeira de outubro. Em anos nos quais os primeiros três quartos apresentam obstáculos além dos previstos, os 90 dias que encerram o exercício ganham ainda mais relevância. É o tal do um olho no peixe, outro no gato: por mais corrido que esteja dar conta da execução e entregas cotidianas, 2021 começa a apontar no horizonte, clamando por um Norte e planejamento.

Dado o que enfrentamos, especialmente a partir de março, o contexto tornou o timing do Maximídia ainda mais preciso. Entre CEOs e CMOs, representantes de setores como Alimentação, Bebidas, Educação, Financeiro, Higiene e Beleza, Serviços, Telecom, Transportes, Vestuário e Moda, dividiram o palco com líderes das maiores agências do País, ícones criativos da publicidade brasileira, empreendedores sociais e de startups, economistas, analistas e executivos internacionais da indústria da comunicação. Ao compartilharem suas visões, cenários e desafios, tanto para os próximos meses quanto mirando o futuro, ajudaram a construir um cenário valoroso de possibilidades e hipóteses, em tempos de alta volatilidade.

Após quatro dias de debates, entrevistas e apresentações, entre os cautelosos e os mais otimistas, o consenso foi de que a retração da atividade econômica menor do que a esperada e a retomada expressiva de alguns setores operando já acima de patamares pré-pandemia devem gerar uma base consistente para entrarmos no próximo ano dentro de uma dinâmica que propicie um crescimento acima de 4%. A retomada, como já se sabe, não se dará de maneira uniforme e terá rotas mais acidentadas para alguns. Mesmo o líder do setor mais afetado pelos impactos da Covid-19 presente no evento, Paulo Kakinoff, CEO da Gol, estima que a companhia aérea retornará aos índices anteriores à crise ainda em 2021.

A ressalva uníssona é que tais projeções são válidas levando em conta a continuidade das quedas nas taxas de transmissão do coronavírus e a confirmação de que uma vacina estará à disposição com eficiência e em escala ainda no primeiro semestre do próximo ano. Um cenário positivo, mas realista, dentro do desenrolar dos fatos e das informações que temos hoje à disposição. De acordo com o presidente global de business intelligence do Group M, Brian Wieser, os anunciantes devem usar esse calendário para planejar seus investimentos.

“Devemos ver a ‘normalidade’ voltando entre o primeiro e o segundo trimestres de 2021”, afirmou o analista, em entrevista voltada para o diagnóstico do ambiente de negócios para a mídia e a publicidade. “Se, simultaneamente, houver a percepção de que um dano permanente à renda das famílias foi evitado por conta das medidas tomadas pelo governo, isso ajudará na retomada”, complementou, numa referência às diferentes ações emergenciais praticadas pelos países para enfrentar as consequências da crise sanitária na atividade econômica.

Por aqui, “o tecido geral da economia foi preservado”, de acordo com o diretor do Banco Safra para estratégia econômica e relações com mercados, Joaquim Levy, o que configura boas condições para um rápido retorno ao crescimento, apesar de todas as questões que seguem em aberto na condução das finanças nacionais. O ex-ministro da fazenda e ex-presidente do BNDES reforça que, acima de todas as negociações em curso, a respeito do orçamento e de reformas, é essencial definir um projeto para o País, que contemple maneiras de aumentar a produtividade e a distribuir esse ganho com o máximo de pessoas, criando um círculo virtuoso. “É preciso, no momento, ambição e visão. O que a gente quer ser?”, questionou.

A pergunta cabe também a cada indústria, em caráter ainda mais incisivo para algumas, como a da comunicação, em tempos de transformação de negócios. Dentre as mais diversas opiniões sobre o futuro da mídia e da publicidade manifestadas ao longo da semana, a missão universal é reconhecida por todos: por meio de ideias e soluções criativas, sair da mesmice e construir marcas fortes, que gerem valor aos negócios — tarefa que, vale lembrar, sempre esteve na origem das agências, independentemente das ferramentas que se têm em mãos.

Você, caro leitor, confere a cobertura completa do Maximídia nas páginas 10 a 19, da edição semanal. Para os participantes, o conteúdo de todas as sessões, na íntegra, segue disponível no site do evento, sob demanda, pelos próximos três meses, até o final do ano. Boa leitura, bom programa!

*Crédito da foto no topo: JBKdviweXI/ Unsplash

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