Relatos e resultados de uma pandemia

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Opinião

Relatos e resultados de uma pandemia

É hora de revisar tudo o que estamos fazendo e chegar com uma nova posição, tom de voz e comunicação


3 de novembro de 2020 - 14h42

(crédito: Nuthawut Somsuk)

Era segunda-feira, dia 16 de março, quando tudo mudou. Adiantando possíveis medidas, muitas empresas determinaram o home office e precisávamos agir. Havia muitas dúvidas sobre o funcionamento e as entregas com 100% das pessoas trabalhando em casa – ainda mais para uma agência de publicidade, que depende do contato direto entre pessoas pensantes e clientes. Seria possível manter padrões?

O test drive seria a vida real – para o mundo todo. Seria preciso muita resiliência para encarar tantos desafios. Trabalhar de casa. Filhos em casa. Trabalho doméstico. Medo do futuro. Fundamental seria a parceira de todos para um bem geral o que tem sido, ainda hoje, um profundo aprendizado e que continua se aprimorando.

O mesmo valeu para clientes. Havia muito receio de como se daria essa entrega. E os prazos? E as reuniões? Aos poucos, fomos todos ajustando o compasso da dança até provarmos que o ritmo havia mudado, mas que a gente seguia dançando muito bem – todo o mundo. Nessa época, a maioria dos clientes (de todas as agências e empresas) estava funcionando “normalmente”. Mas durou pouco. Iniciou-se, na sequência, uma rotina de pé no freio e apreensão. Suspende tudo. Vamos entender o momento. E que momento!

Cercados de dúvidas, no nosso caso, “sentamos” (virtualmente) com os clientes e, no prazo recorde de 15 dias, reprogramamos tudo o que passamos alguns meses programando, criando e aprovando. Um verdadeiro cavalo-de-pau no planejamento estratégico das nossas marcas. Tudo de uma vez. Precisávamos descobrir como falar e o que falar para um público que também precisou dar essa reviravolta em suas próprias vidas. Manter-se presente na vida desses consumidores que passaram a consumir, com uma frequência ainda mais assustadora, o digital.

Nessa fase, vivemos o período do isolamento social. Shoppings, comércio, serviços, tudo fechado. Veio o lockdown e o digital mostrou-se. A verdadeira transformação digital se deu em prazo curtíssimo. Novamente sem teste, na hora, ao vivo. Quem estava pronto, colheu os frutos. Quem não, precisou de ousadia e coragem para se aventurar neste novo ambiente, com novos hábitos de consumo. Vieram as lives. Marcas desconhecidas passaram a fazer parte da vida dos clientes. Os muros, caíram, definitivamente.

Novamente, lá estávamos, cheios de dúvidas: como mostrar a relevância de nossas marcas? Como manter nossos clientes? Como nos mostrar a esse novo público que se abriu? Vieram à tona os serviços. Os protocolos de segurança. A preocupação com toda a cadeia produtiva. Ninguém pode ficar no meio do caminho, senão a roda deixaria de girar. E, de novo, o tsunami: ajustar a rota de todos. Tudo, como sempre, de uma vez. O planejamento é hoje. É preciso correr contra o tempo.

A essa altura, com equipes já adaptadas ao home office, veio a fase do cansaço. Para todos, indistintamente. Estava difícil conciliar a rotina, as entregas, as angústias. Foco para dentro. Novos ajustes. Tentar chegar ainda mais perto e fazer com que a “dança” estivesse, como antes, harmônica.

Agora, estamos vivendo o terceiro momento. Esse “novo normal” que tantos falam (e cuja expressão eu detesto). As empresas começam a abrir e, mais uma vez, é hora de revisar tudo o que estamos fazendo. Cruzar com o que havíamos planejado para o ano de 2020 e daí chegar com uma nova posição, um novo tom de voz e uma nova comunicação. Hoje, clientes estão mais confiantes e equipes vivem fase de maior adaptação às suas próprias rotinas.

A estrada ainda segue longa e não dá para enxergar onde ela vai dar, porque, é fato, que ela nunca termina. De toda essa experiência, aprendemos que cada vez mais, para tudo em nossa vida, pessoal e profissional, é preciso viver o momento presente. Encarar os desafios do momento. Ter sabedoria para entender que apenas vivendo o hoje, seremos capazes de construir o momento presente de algum ponto que está um pouquinho só, mais a frente e que se chama futuro.

**Crédito da imagem no topo: piranka/iStock

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