Toda CEO já foi uma estagiária. Quantas estagiárias estamos ajudando a ser CEOs?
Cannes não tem o “See it, Be it” à toa: a gente precisa de referências e de quem nos dê a mão e puxe pra cima no processo
Toda CEO já foi uma estagiária. Quantas estagiárias estamos ajudando a ser CEOs?
BuscarCannes não tem o “See it, Be it” à toa: a gente precisa de referências e de quem nos dê a mão e puxe pra cima no processo
13 de junho de 2022 - 9h36
(Crédito: Mary Long/Shutterstock)
Nas últimas semanas, pensando num tema para a minha coluna aqui no Women to Watch, me deparei com uma campanha superbacana – a do “uma mulher levanta a outra” – rolando nas redes. Olhei para ela, viajei no tempo e fiz uma pequena retrospectiva da minha trajetória, de vida e de carreira.
Então, correndo o risco de ser excessivamente autobiográfica no texto, decidi escrever sobre esta viagem porque me lembrei que sou uma mulher afortunada: sempre tive referências femininas fortes na minha vida.
Sou filha de uma mulher que foi criada para ser dona de casa.
Uma mulher forte, que não se contentou com isso e foi pra faculdade, abriu um consultório de psicologia e criou dois filhos enquanto clinicava e dava aulas.
Que não se contentou com isso e fez mestrado na USP.
Que não se contentou com isso e, antes de viver a síndrome do ninho vazio, mudou de cidade, de vida, e abriu uma pousada que hoje está entre as top 10 de um grande destino turístico no Brasil.
Sou afortunada porque vi e aprendi com minha mãe enquanto ela fazia tudo isso: quem tem exemplo, tem tudo.
Sou afortunada porque tive o privilégio de estudar em boas escolas, que me deram ensinamentos técnicos e também sobre o mundo. Toda referência é uma referência: ouvindo Madonna cantar “Express Yourself”, aprendi a importância de ter uma voz antes mesmo de eu saber que era preciso.
Sou afortunada porque no trabalho tive mais referências: mulheres fortes, capazes, que criaram espaço para si e para quem veio depois ou junto. Por 10 anos trabalhando para uma mulher, fui virando “gente grande” ao observar os perrengues que ela passava e as soluções que criava. Os homens tentando excluí-la das conversas de negócios por meio do futebol, por exemplo, e ela indo entender do esporte para conversar, de igual para igual, com os iguais dela.
E sou afortunada porque tenho hoje comigo no Grupo FCB uma amiga que fiz no trabalho: em três momentos diferentes nos apoiamos e juntas tentamos fazer pelas nossas meninas o que um dia outras fizeram por nós: mostrar que gênero e raça não definem potencial. Cannes não tem o “See it, Be it” à toa: a gente precisa de referências e de quem nos dê a mão e puxe pra cima no processo.
Por isso, pergunto a você que está lendo este artigo hoje: o que você fez ou vai fazer hoje para ajudar aquela estagiária que trabalha com você a ser uma CEO amanhã?
Compartilhe
Veja também
Sobrecarga doméstica é barreira para avanço financeiro das brasileiras
Segundo pesquisa da Serasa, mulheres lideram as finanças do lar, mas enfrentam obstáculos para conquistar autonomia econômica
Como Melanie Chapaval criou uma produtora global com DNA brasileiro
Com um pé nos EUA e outro no Brasil, executiva reflete sobre jornada à frente da Ginga Pictures, que se tornou uma ponte para projetos audiovisuais internacionais