Semana da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha: dez lideranças de destaque

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Semana da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha: dez lideranças de destaque

Confira mulheres inspiradoras do mundo da política, do ativismo, literatura, cinema, negócios e empreendedorismo


25 de julho de 2022 - 14h54

Por Lídia Capitani

O dia 25 de julho foi eleito para celebrar o Dia da Mulher Negra Latina-Americana e Caribenha. A efeméride faz referência ao 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, em 1992, sediado na República Dominicana e que reuniu grupos feministas negros da região. No evento, foram discutidos pautas acerca do racismo e machismo vivenciados pelas mulheres negras não apenas nas Américas, mas em todo o mundo. Em 2022, a celebração marca 30 anos.

No Brasil, a data também é uma homenagem a Tereza de Benguela, liderança quilombola que viveu no século 18 no Quariterê, em Mato Grosso, e virou símbolo da luta abolicionista. Anos depois, as mulheres negras ainda sofrem na sociedade contemporânea, seja por altos índices de feminicídio, violência doméstica, assédio, disparidade salarial, falta de representatividade política e em cargos de liderança, entre outras desvantagens. 

A data, portanto, existe para homenagear, promover pautas e lutar por maior presença dessas mulheres, que por vezes são marginalizadas, em lugares de decisão. 

Selecionamos dez mulheres latinas e caribenhas que são referências em suas regiões e áreas para acompanhar e se inspirar.  

 

Shirley Campbell Barr 

 

Shirley Campbell Barr (Crédito: Reprodução/Instagram)

Descendente de jamaicanos, Shirley Campbell Barr nasceu na Costa Rica e influencia milhares de mulheres da América Latina e Central. É escritora, poetisa, palestrante, ativista dos direitos humanos e antropóloga em feminismo afrodescendente. Sua bibliografia inclui os livros “Naciendo” (1988), “Desde el principio fue la mezcla” (2007) e o livro de poesia Rotundamente negra y otros poemas (2013), (Nascendo, Desde o princípio foi a mistura e Rotundamente negra e outros poemas, em tradução livre).

 

Camila Moradia

 

Camila Moradia (Crédito: Reprodução/Instagram)

Camila Moradia traz sua atuação no sobrenome. Nascida no Rio de Janeiro, ela é ativista antirracista, líder do movimento por habitação no Complexo do Alemão e fundadora do Mulheres em Ação no Alemão (MEAA), onde coordena um grupo de mulheres que atua ajudando outras em situação de vulnerabilidade. Seu foco é promover as chefes de família, vítimas ou não de violência doméstica, a fim de empoderá-las, fortalecer sua autonomia e garantir direitos básicos. Elas atendem mais de 400 mulheres apenas na Zona Norte da capital carioca.

 

Francia Márquez

 

Francia Márquez (Crédito: Reprodução/Instagram)

Com o slogan “vivir sabroso” (viver gostoso, em tradução livre), Francia Márquez foi a primeira mulher negra eleita vice-presidente da Colômbia. É ex-empregada doméstica, advogada, ativista do meio ambiente e direitos humanos e, ao lado de Gustavo Petro, constitui o primeiro governo de esquerda do país. A vice cativou os eleitores jovens e as classes mais pobres do país com sua trajetória de ativismo e representatividade feminina negra.

 

Carolina Iara de Oliveira

 

Carolina Iara (Crédito: Reprodução/Instagram)

Carolina Iara é a resistência em pessoa. Ela diz que sua trajetória política começou ainda no nascimento: intersexo (quem nasce com características físicas, genéticas ou hormonais que não se enquadram em definições biológicas típicas masculinas ou femininas), hoje compõe a Bancada Feminista na Câmara Municipal de São Paulo. Travesti, luta contra a LGBTfobia, pelos direitos de pessoas com Aids/HIV, contra o racismo e traz representatividade para os intersexo. Cientista social, Carolina é transparente sobre sua trajetória como intersexo e fala constantemente sobre sobre como os corpos da letra “I” da sigla são constantemente anulados pela falta de conhecimento da condição.

 

Lia Samantha

 

Lia Samantha (Crédito: Reprodução/Instagram)

A colombiana Lia Samantha está causando barulho no mundo da moda. A designer cria peças que misturam estampas e padrões da cultura africana com o que há de mais moderno do universo fashion. Além de fashionista, ela também é cantora, empreendedora e influenciadora. Depois de conquistar o armário das colombianas, também atua em projetos sociais em comunidades vulneráveis de seu país. Em 2021, ela entrou para a lista MIPD (Most Influential People of African Descent). A origem pobre deu a ela insegurança e informalidade profissional, de onde construiu sua carreira como artista e a fez criar sua própria marca de moda. 

 

Viviane Ferreira

 

Viviane Ferreira (Crédito: Instagram)

Viviane Ferreira é uma diretora, roteirista, produtora, cineasta, advogada e ativista brasileira de destaque no cinema nacional atual. Hoje, ela é diretora-presidente da Spcine (empresa de cinema e audiovisual de São Paulo) e uma das promessas do cinema negro. Ela fundou a produtora Odun Filmes, focada em filmes identitários, e também a Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro, da qual foi presidente até 2021. Seu nome já chegou no circuito internacional, onde foi reconhecida na lista MIPD (Most Influential People of African Descent, ou Pessoas de ascendência africana mais influentes, em tradução livre), em razão da sua trajetória profissional e filmografia impactante. 

 

María Tuyuc

 

María Tuyuc (Crédito: Reprodução/YouTube)

Presidenta da Rede Mundial de Empresas e Negócios Indígenas, Representante da Rede de Empreendedoras e Empresárias das Américas e Presidenta da Rede Global de Empresários Indígenas: Capítulo Guatemala. Um currículo importante coloca María Tuyuc como um dos nomes mais importantes quando o assunto é povos indígenas latinos. Nascida na Guatemala, ela participava dos movimentos por direitos humanos dos povos indígenas e das mulheres. Durante a trajetória, ela presenciou os desafios dessas populações frente a violência, insegurança, pobreza e falta de oportunidades. Hoje, trabalha com formação e desenvolvimento de negócios por indígenas. Até 2021, ela já havia ajudado 2.800 pessoas em sua capacitação profissional e auxiliou a criação de 800 empresas.

 

Monique Evelle

 

Monique Evelle (Crédito: Reprodução/Instagram)

Monique Evelle é uma potência brasileira no mundo dos negócios e do empreendedorismo. Forbes 30 under 30, LinkedIn Top Voices, Membro do Conselho Jovem, do Pacto Global da ONU e uma das 100 empreendedoras da América Latina pela Bloomberg Línea. Tamanho reconhecimento vem da sua trajetória profissional meteórica que passou pelo Profissão Repórter, programa de TV da Rede Globo, atuou como consultora de inovação para empresas como Natura, Google, UOL, Banco Votoratim, Olympikus e Ambev, e fundou a Inventivos. O empreendimento consiste numa plataforma para formação de empreendedores. Monique saiu de Salvador, Bahia, para conquistar o mundo.

 

Maria Alejandra (Majandra) Rodriguez Acha

 

Maria Alejandra Rodríguez (Crédito: Reprodução/YouTube)

Majandra é originária de Lima, no Peru, e é reconhecida como uma força jovem na luta feminista latina. Ela é Diretora Executiva da FRIDA, The Young Feminist Fund (Fundo Feminista Jovem, em tradução livre), cofundadora e ex-diretora da TierrActiva Perú, um coletivo e network em prol das transformações sistêmicas, e membro do UN Women’s Beijing+25 Youth Task Force. Majandra é antropóloga e socióloga e atua nas áreas de justiça climática, de gênero e feminismo decolonial. 

 

Rachel Maia

 

Rachel Maia (Crédito: Reprodução/Instagram)

Com um currículo vasto, Rachel Maia é uma das mulheres de maior destaque no mundo dos negócios no Brasil. Já foi CEO da Lacoste e da Pandora, e também teve passagem na Tiffany como CFO. Hoje, é fundadora da RM Consulting, sua agência de consultoria, e integra conselhos administrativos de diversas empresas brasileiras como Vale, Banco do Brasil e CVC. Recentemente lançou o livro “Meu Caminho até a Cadeira Número 1”, que conta sua trajetória pessoal e profissional. De origem pobre, Rachel, que nasceu na Cidade Dutra, em São Paulo, conquistou o Brasil e inspira milhares de mulheres que desejam chegar aonde ela chegou.

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