AfroReggae expulso do Complexo do Alemão
Grupo que se tornou referência em ação social e recebe patrocínios de Natura, Santander e Petrobras não resistiu às pressões do narcotráfico
Grupo que se tornou referência em ação social e recebe patrocínios de Natura, Santander e Petrobras não resistiu às pressões do narcotráfico
Meio & Mensagem
22 de julho de 2013 - 1h17
A notícia da expulsão do Grupo Cultural AfroReggae, comandada por José Junior, do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, no último fim de semana, explicita o desafio a ser enfrentado por governos e sociedade, âmbito este no qual estão as marcas que patrocinam e associam seus nomes a esse tipo de projeto.
Mesmo tendo se tornado referência no desenvolvimento de ações de inclusão e desenvolvimento social, o AfroReggae enfrentou pouco depois de um incêndio criminoso à pousada que mantinha na mesma comunidade, a notícia de que o narcotráfico atuante na região não queria mais a presença do grupo no local. José Junior, em vídeo afirmou ter evitado qualquer decisão precipitada e emotiva que pudesse colocar qualquer vida humana em risco (veja abaixo). Apesar de dizer que as atividades na região estavam sendo encerradas, ele afirma que o trabalho naquela e em outras comunidades irá continuar, mas não deixa claro como. “A marca do AfroReggae é mediação e mediação às vezes é ter que sair. Até quando? Não sei. Vamos voltar? Não posso prometer”, afirmou Junior.
Em 2012, o AfroReggae chamou atenção por lançar um selo social chamado AR, que a ONG passaria a comercializar. Idealizado por Rony Meisler, ceo do Grupo Reserva, grife carioca que produz camisetas, tinha a missão de ajudar a ONG a obter independência financeira. Os primeiros apoios recebidos à proposta vieram de Natura, RedBull e Evoke e o Grupo Abril se tornou parceiro de mídia. O Grupo Reserva laçou a primeira coleção com o selo AR no Fashion Rio.
Já este ano outra iniciativa envolvendo o Grupo AfroReggae foi uma parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com o intuito de abrir um escritório operacional na capital paulista. Um dos primeiros projetos, apoiados também por Luciano Huck lidava com a inserção social de egressos do sistema penal. Em São Paulo, a ONG fundada no Rio também estabeleceu parcerias com o Catraca Livre, coordenado pelo jornalista Gilberto Dimenstein.
No estado onde floresceu o Grupo Cultural AfroReggae o momento é de expectativa em relação a como solucionar o impasse que obrigou a instituição a fechar suas portas no Alemão.
Suspensão das atividades no Complexo do Alemão. from Grupo Cultural AfroReggae on Vimeo.
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