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Cadê o biscoito que estava aqui?

Em 2017, houve alta de 24% nas reclamações relacionadas à redução de embalagens no Reclame Aqui, apesar de legal, medida carece de comunicação assertiva


5 de fevereiro de 2018 - 6h48

 

Em 2017, houve um aumento de 24% nas reclamações relacionadas à redução de embalagens no Reclame Aqui

De tempos em tempos, o consumidor se surpreende com a redução da embalagem de um determinado produto de sua lista de compras. Isso ocorre por vários motivos. Seja pela alta da inflação, o aumento em determinada matéria-prima ou a necessidade de corrigir questões logísticas e de custo. A prática é permitida, no entanto, desde que esteja vinculada a um processo de comunicação claro. O que nem sempre ocorre.

E na ausência de uma comunicação efetiva, as pessoas se sentem incomodadas. Em 2017, por exemplo, o portal Reclame Aqui, registrou alta de 24% nas reclamações relacionadas à redução de embalagens. Foram 1.678 queixas no ano passado contra 1.351 em 2016. De acordo com Fabio Mariano, professor de comportamento do consumidor da ESPM, muitas vezes, as reduções não são percebidas pelo consumidor, no entanto, o atrito ocorre exatamente quando não há a comunicação assertiva.

“No momento em que o consumidor se sente lesado porque não fora devidamente informado ou alvo de um esclarecimento da empresa. É natural que ele tenha a sensação de que o preço pago pelo produto não é proporcional à nova versão”, diz Mariano. Ele ressalta que, em muitos casos, diante da redução, o consumidor opta por comprar opções de embalagens maiores ou até mesmo combos promocionais com preços mais atrativos.

No decorrer dos anos, muitos dos produtos sofrem mutações no tamanho de suas embalagens. De acordo com um levantamento do BuzzFeed, as embalagens da batata Pringles já foram de 200 gramas passando para 170, 140 e os atuais 128 gramas. Nos anos 2000, as embalagens de salgadinhos como Fandangos eram de 100 gramas, hoje elas pesam 63 gramas. O papel higiênico que, no início da década era de 40 metros chegou a 30 metros.

Em alguns casos específicos, as empresas são processadas pela redução. Em 2015, Unilever, Nestlé e PepsiCo foram à Justiça após a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon), por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), abrir um inquérito por maquiagem de produtos. Em março de 2016, o Procon vai autuou Nestlé, Garoto e Lacta por reduzir o peso dos ovos.

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