Como a Nike virou uma marca de tecnologia
Chris Coelho, diretor de marketing para Futebol da Nike do Brasil, fala sobre a estratégia da empresa no mundo digital
Chris Coelho, diretor de marketing para Futebol da Nike do Brasil, fala sobre a estratégia da empresa no mundo digital
Luiz Gustavo Pacete
14 de setembro de 2015 - 8h53
Em julho deste ano, Philip Knight, um dos responsáveis pela criação da Nike, na década de 1960, anunciou seu sucessor no comando da empresa, o atual CEO, Mark Parker. "A Nike sempre foi mais do que uma empresa, era uma paixão de toda a minha vida", disse o executivo à Dow Jones. Knight pretende continuar trabalhando na companhia como consultor estratégico.
Quando criou a Nike, junto com o colega Bill Bowerman, Knight não imaginava que, após 55 anos, a marca inspirada na deusa grega Nice, que remete à vitória, se transformaria também em um player de tecnologia. Com o avanço no uso do mobile, a Nike passou a investir ainda mais em seus aplicativos.
Em 2006, mostrou que apostava forte no setor selando uma parceria com a Apple na criação do Nike iPod. Desde então, uma dezena de outras ferramentas foram criadas com sua assinatura. A mais recente iniciativa neste sentido foi a parceria fechada com o Spotify.
Chris Coelho, diretor de marketing para futebol da Nike do Brasil, explica que a aposta em tecnologia e em parcerias com empresas de conteúdo digital é uma ampliação da estratégia da companhia, sempre baseada na mídia tradicional. “O mobile e a presença da marca nesse ambiente traz uma oportunidade fantástica de prestação de serviço e faz parte da nossa evolução”, diz Coelho.
O executivo não descarta a importância da presença da marca em mídias tradicionais mas traça um futuro voltado à prestação de serviços e experiência para os consumidores. “A Nike soube criar uma relação de inspiração, motivação e muitas histórias com grandes campanhas. Hoje, vemos o quanto é importante que a marca esteja cada vez mais inserida nesse ecossistema digital onde está parte de nosso público-alvo”, diz Coelho.
O avanço da Nike no setor de aplicativos esportivos não passa batido pela concorrência. Em agosto, a Adidas comprou a Runtastic, um dos mais populares aplicativos de atividades físicas. Foram desembolsados US$ 239 milhões pela marca alemã. Recentemente, a Under Armour comprou por US$ 560 milhões os aplicativos MyFitnessPal e Endomondo.
Conheça a Nike Store:
Aplicativo de futebol
Em julho de 2014, a Nike lançou o seu aplicativo para iOS e Android exclusivamente voltado para o futebol. Os usuários podem organizar jogos, interagir com amigos, além de serem os primeiros a acessarem produtos e conteúdos exclusivos da marca americana.
Comunidade digital
Em janeiro deste ano, a marca trouxe novas funções a seu aplicativo Nike+ Training Club reunindo novas funções e rotinas de exercícios para ajudar mulheres de todo o mundo a se conectar com a comunidade fitness e atingir suas metas pessoais em 2015.
As atualizações de janeiro foram feitas com base nas ideias que surgiram a partir do relacionamento da Nike com a comunidade digital de mais de 65 milhões de mulheres.
Nike e Spotify
Em julho deste ano, a Nike anunciou uma nova atualização do aplicativo Nike+ Running em parceria com o Spotify. Além das playlists do Nike+ Run Club que já estão no Spotify, agora, por meio do app de corrida, as duas marcas oferecem conteúdo aprimorado para que os corredores possam ouvir música durante os treinos.
Compartilhe
Veja também
Os desafios das marcas da Zamp em 2025
Vice-presidente de marketing, Igor Puga analisa os principais pontos que a empresa trabalhará para Burger King, Popeyes, Starbucks e Subway no próximo ano
Edu Lyra: “Nossa luta é para que as empresas enxerguem as favelas com toda a sua potência”
Fundador da Gerando Falcões comenta o lançamento do livro “De Marte à Favela”, com Aline Midlej, e discorre sobre atual olhar das empresas sobre as favelas e as articulações junto ao terceiro setor