Editoras se unem contra Amazon
A alemã Bertelsmann compra a editora inglesa Pearson e cria a Penguin Random House com a promessa de lançar novos modelos de publicação digital
A alemã Bertelsmann compra a editora inglesa Pearson e cria a Penguin Random House com a promessa de lançar novos modelos de publicação digital
Meio & Mensagem
29 de outubro de 2012 - 1h05
A Amazon é mesmo uma página marcada pelas gigantes globais de editoras de livros. O novo plano para combater o avanço da maior varejista online do mundo e do seu leitor para e-books Kindle, parte do grupo que controla o jornal Financial Times, o britânico Pearson, que resolveu fundir os seus negócios do ramo editorial, concentrados na marca Penguin, com a editora Random House, da companhia alemã Bertelsmann. A joint venture forma a Penguin Random House, que “terá uma plataforma mais forte para investir em conteúdo rico, novos modelos de publicação digital e em mercados emergentes de alto crescimento”, informa o comunicado da empresa.
A expectativa é que a associação seja concretizada no segundo semestre de 2013, após o aval dos órgãos reguladores. O valor do negócio não foi revelado. Segundo a imprensa britânica e americana, o magnata da imprensa Rupert Murdoch, líder do império formado pela News Corporation e proprietário da editora HarperCollins, também manifestou interesse em comprar a Penguins.
Dona de 53% da nova empresa, a Bertelsmann obteve uma receita da ordem de 1,48 bilhão de libras esterlinas em 2011 com a Random House, conhecida como a maior editora dos Estados Unidos e do Reino Unido. Quase centenária, a empresa de gestão familiar investe atualmente num plano de revitalização encabeçado pela expansão internacional e pela modernização. Seu atual executivo-chefe, Markus Dohle, exercerá o mesmo cargo na recém-criada Penguin Random House.
Já a Pearson, dona do restante das ações, totalizou um cifra menor, de 1 bilhão de libras esterlinas com a operação da livraria Penguin, mas é hoje reconhecida como um dos players que mais cresce nos mercados em desenvolvimento e também aposta numa estratégia de reposicionamento para crescer. No Brasil, por exemplo, a marca Penguin detém 45% da Companhia das Letras e a Bertelsmann abriu um escritório em São Paulo no último mês de junho. O presidente do conselho de administração e executivo-chefe da Penguin, John Makinson, foi escolhido para presidir a Penguin Random House. O acordo, porém, exclui o negócio da Bertelsmann’s na Alemanha e mantém os direitos de uso da marca Penguin na área educacional em todo o mundo.
A afronta
Para desespero do mercado mundial de livros, a Amazon não só rompeu os modelos tradicionais de negociação do setor como barateou os preços. Passou a vender títulos físicos pelo seu portal e a defender a venda de livros digitais por meio dos seus e-readers Kindle, além de começar a atuar também como uma editora própria. A reação dos donos das editoras já rendeu até acusações de cartel nos Estados Unidos.
Enquanto a Penguin Random House busca frear a Amazon com a promessa de lançar novos modelos de publicação digital, marcas brasileiras também se movimentam para enfrentar a iminente chegada da gigante do varejo online por aqui. Uma das possibilidades cogitadas seria a suposta compra da Saraiva pela Amazon, operação que daria a estrutura necessária para firmar a presença da marca nacionalmente. A concorrência também já prepara a sua estratégia, como a Livraria Cultura, que acaba de se unir à canadense Kobo para expandir os seus negócios digitais.
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