Do elétrico ao renovável: o caminho da Neoenergia
Com projeto de abastecer Fernando de Noronha com energia solar, companhia aproveita a COP30 para aprofundar discussões sobre renovação energética

Lorenzo Perales é diretor de marketing da Neoenergia (Crédito: Divulgação)
Patrocinadora da Categoria Ouro na COP 30, em Belém, a Neoenergia obteve na última quinta-feira, 13, a validação das metas de redução de gases de efeito estufa pelo Science Based Targets Initiative, comprometendo-se a alcançar emissões líquidas zero em toda a sua cadeia até o ano de 2039.
Especial – Marcas e a COP30
– Na Natura, Amazônia é ativo de negócios e transformação
– Metas ambiciosas e influência: a estratégia ESG da Unilever
– Para Itaú, agenda ESG exige visão de longo prazo
A validação reforça a proposta que a companhia apresenta durante a Conferência das Partes e que vem reforçando também em sua comunicação: auxiliar o País na transição para o uso de energia limpa e renovável.
Para isso, alguns projetos já foram desenhados e apresentados pela companhia, como o chamado Noronha Verde, que pretende instalar mais de 30 mil painéis solares fotovoltaicos em Fernando de Noronha, fazendo dessa a primeira ilha habitada da América Latina a ser alimentada por energia 100% renovável. Para esse projeto, a companhia, junto ao Governo Federal e Ministério de Minas e Energias, fará um investimento de R$ 350 milhões.
“Com o avanço das fontes renováveis e a eletrificação de setores produtivos, o Brasil enfrenta um desafio estratégico: modernizar sua infraestrutura para garantir um fornecimento estável, seguro e acessível”, conta Lorenzo Perales, diretor de marketing da Neoenergia.
Nesta entrevista, o executivo fala sobre as iniciativas da companhia em prol do avanço da energia sustentável, destaca a importância entre maior sinergia entre setor público e privado e conta como a empresa vem direcionado os esforços para a criação de uma economia eletrificada e renovável.
Meio & Mensagem: Como a participação na COP30 impacta e fortalece a Neoenergia como marca?
Lorenzo Perales: A participação da Neoenergia como Patrocinadora Ouro da COP30 reforça de forma clara e visível o nosso compromisso com a transição energética e a descarbonização da economia brasileira. Estar presente em um evento dessa relevância é uma oportunidade de reafirmar a visão da empresa sobre a eletrificação da economia como caminho estratégico para reduzir emissões, com base em fontes renováveis, maior acessibilidade energética e redes mais resilientes. Essa presença fortalece a marca ao posicioná-la como um agente ativo e protagonista da transformação que o setor elétrico brasileiro requer. A Neoenergia está participando ativamente da COP30 dos debates estratégicos e alinhamentos globais, reforçando o compromisso da empresa com a eletrificação da economia, a descarbonização e a promoção de modelos sustentáveis e inclusivos. Também estivemos presentes na Cúpulas de Líderes com a presença de Ignacio Galán, presidente-executivo da Iberdrola, empresa controladora da Neoenergia, que levou mensagem de cooperação entre governos, empresas e organismos multilaterais.
M&M: De que forma estratégias de ESG bem estruturadas e alinhadas aos objetivos de negócios podem auxiliar o trabalho do marketing? Como a marca procura comunicar essas diretrizes?
Perales: Na Neoenergia, ESG não é um pilar isolado, ele integra nosso modelo de negócio. Isso permite que o marketing comunique, respaldado por ações reais, como o projeto de descarbonização de Fernando de Noronha e o financiamento de € 300 milhões para modernização da rede elétrica na Bahia, concedido pelo BEI, Banco Europeu de Investimento. A comunicação se dá por meio de campanhas, presença em eventos estratégicos e conteúdo que conecta propósito à performance. Além disso, a Neoenergia tem uma parceria com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) até 2028. É mais uma ação no qual a marca segue determinada a ampliar ainda mais o esporte olímpico no país, com foco especial na inclusão feminina e na sustentabilidade. A empresa é responsável pelo fornecimento de energia 100% renovável para o Centro de Treinamento Time Brasil, no Rio de Janeiro, iniciado em março deste ano, que será ampliado até 2028. A expectativa é reduzir as emissões em mais de 360 toneladas de CO2 no período, o que corresponde a 7.768 viagens entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Com isso, o COB poderá ter uma economia de cerca de R$ 4,5 milhões nos gastos de energia do CT nos próximos três anos. Ainda com relação ao ESG, a Neoenergia lançou este ano a campanha ‘Mais por você’ que reforça a conexão emocional com o cliente, mostrando a importância da energia elétrica na vida das pessoas.
M&M: Como classifica a importância da articulação entre setores, sociedade civil e terceiro setor, para as empresas no cenário dos assuntos debatidos e negociados na COP30?
Perales: A COP30 reforça que os desafios climáticos não serão superados de forma isolada. A construção de soluções efetivas depende da articulação entre empresas, governos e sociedade civil, capazes de unir competências e recursos em torno de um mesmo propósito. A Neoenergia acredita que essa colaboração intersetorial é o caminho para garantir segurança energética, inclusão e inovação, princípios que orientam nossos investimentos e parcerias. Um exemplo concreto dessa visão é o projeto Noronha Verde, desenvolvido em parceria com o Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia, e com o Governo de Pernambuco. O investimento de R$ 350 milhões transformará Fernando de Noronha na primeira ilha oceânica habitada da América Latina com geração renovável até 2027, por meio da instalação de mais de 30 mil painéis solares fotovoltaicos integrados a sistemas avançados de armazenamento por baterias. Essa iniciativa é mais do que um marco tecnológico: é um legado de cooperação público-privada e um símbolo do que o Brasil pode apresentar ao mundo na COP30.
M&M: Quais são os caminhos para que o equilíbrio de mensuração e processos de longo prazo que a agenda ESG envolve sejam também associados ao lucro e ao crescimento sustentável?
Perales: O equilíbrio entre desempenho financeiro e compromissos ESG nasce da integração dessas métricas ao próprio modelo de negócio. Na Neoenergia, sustentabilidade e rentabilidade caminham juntas: projetos como o Noronha Verde mostram que é possível gerar valor ambiental e social, ao mesmo tempo em que se alcança eficiência operacional e fortalecimento reputacional. Investimos em tecnologias que reduzem perdas, aumentam a confiabilidade das redes e ampliam o acesso à energia limpa, iniciativas que trazem retorno econômico mensurável e consolidam um crescimento sustentável de longo prazo.
M&M: A Neoenergia planeja alguma nova ação ou movimento, em termos de ESG ou de marketing no pós-COP30?
Perales: A COP30 é um marco, mas também um ponto de partida. A Neoenergia está estruturando novas frentes de comunicação voltadas à educação energética e à valorização da eletrificação como vetor de desenvolvimento econômico e social. No pós-COP, o foco será ampliar a estratégia de eletrificação e acelerar investimentos em fontes renováveis e tecnologias emergentes. Um dos destaques dessa nova fase é a inauguração, em breve, da planta de hidrogênio verde em Brasília, uma das primeiras unidades do tipo no país. Com investimento superior a R$ 30 milhões, o projeto funcionará como ponto de abastecimento para veículos leves e pesados, sendo alimentado por energia solar fotovoltaica. A iniciativa reforça o compromisso da Neoenergia com a descarbonização de setores de difícil eletrificação, como o transporte automotivo, e posiciona a companhia na vanguarda da inovação energética no Brasil.
M&M: A demanda global por eletricidade deve aumentar nos próximos anos. Quais são os principais desafios que a Neoenergia vê para esse cenário futuro e como se prepara para ele?
Perales: A demanda global por eletricidade deve dobrar nos próximos 15 anos, impulsionada por avanços tecnológicos que tornam a eletrificação um movimento irreversível. Do transporte à climatização de edifícios, da digitalização ao processamento de dados e à inteligência artificial, todas as grandes inovações atuais dependem da energia elétrica. Com o avanço das fontes renováveis e a eletrificação de setores produtivos, o Brasil enfrenta um desafio estratégico: modernizar sua infraestrutura para garantir um fornecimento estável, seguro e acessível. O papel da Neoenergia é antecipar esse futuro, investindo em redes mais inteligentes, fontes limpas e soluções inovadoras que promovam eficiência e inclusão. O compromisso com uma transição justa e sustentável está no centro da nossa atuação, e foi reafirmado na COP30.
