Em ano de estagnação, Itaú segue líder do Brand Dx
Bancos dominam topo da lista com Bradesco e BB fechando pódio; valor total das 120 marcas analisadas recuou 1,6%
O ano de 2025 foi marcado pela desaceleração do valor total das marcas no ranking Brand Dx, elaborado pela consultoria homônima. O valor total das 120 maiores marcas analisadas atingiu R$ 581 bilhões, o que representou retração de 1,6% na comparação com o ano passado. No entanto, o indicador acumula expansão de 57% desde 2020.
Aumento de taxa de juros, queda de poder aquisitivo da população e dificuldade de crédito foram fatores que contribuíram para a retração no valor das marcas no mercado brasileiro neste ano. Assinantes de Meio & Mensagem têm acesso ao estudo com análise setorial aqui.
O Itaú se mantém como a marca mais valiosa do Brasil, estimada em R$ 43,6 bilhões (queda de 7%). Ao registrar 8% de crescimento e atingir R$ 29,8 bilhões, o Bradesco assume a vice-liderança da lista ultrapassando o Banco do Brasil. O BB apresentou redução de 26%, indo para R$ 27,7 bilhões.
O Top 10 inclui, ainda, mais duas marcas do segmento: Caixa Econômica Federal (em 5º, com R$ 14,8 bilhões, num recuo de 29%) e Nubank (em 7º, com R$ 13,1 bilhões, numa alta de 2%). Santander (20º), BTG Pactual (23º lugar), XP (25º), PagBank (41º) e Sicredi (47º) são as outras marcas do segmento financeiro no Top 50. Veja ranking abaixo.
| Ranking Brand Dx das marcas mais valiosas no Brasil em 2025 | ||||
| 2024 | 2025 | Marca | Valor da marca 2025 (em R$ bilhões) |
Variação 2025/2024 |
| 1 | 1 | Itaú | 43,6 | -7% |
| 3 | 2 | Bradesco | 29,8 | 8% |
| 2 | 3 | Banco do Brasil | 27,7 | -26% |
| 7 | 4 | Toyota | 14,8 | 8% |
| 4 | 5 | Caixa | 14,8 | -29% |
| 6 | 6 | Mercado Livre | 13,5 | -11% |
| 8 | 7 | Nubank | 13,1 | 2% |
| 10 | 8 | Vivo | 12,8 | 16% |
| 11 | 9 | Natura | 12,3 | 14% |
| 17 | 10 | Coca-Cola | 11,8 | 26% |
| 9 | 11 | Nestlé | 11,7 | -8% |
| 5 | 12 | Skol | 11,2 | -26% |
| 19 | 13 | Rede Globo | 11,1 | 21% |
| 18 | 14 | Rede D’Or São Luiz | 11,0 | 18% |
| 15 | 15 | Honda | 10,8 | 13% |
| 14 | 16 | Volkswagen | 10,4 | 6% |
| 20 | 17 | Chevrolet | 9,9 | 8% |
| 34 | 18 | Lojas Renner | 9,4 | -4% |
| 21 | 19 | Samsung | 9,4 | 4% |
| 23 | 20 | Santander | 9,3 | 6% |
| 13 | 21 | Petrobras | 9,1 | -9% |
| 16 | 22 | Assaí | 8,9 | -7% |
| 24 | 23 | BTG Pactual | 8,8 | 15% |
| 12 | 24 | O Boticário | 8,7 | -16% |
| 22 | 25 | XP | 8,6 | -4% |
| 27 | 26 | BrasilPrev | 8,3 | 9% |
| 25 | 27 | Fiat | 8,0 | 4% |
| 28 | 28 | Magazine Luiza | 7,9 | 7% |
| 32 | 29 | Porto Seguro | 7,7 | 25% |
| 31 | 30 | Atacadão | 7,6 | 13% |
| 26 | 31 | Brahma | 7,1 | -8% |
| 30 | 32 | Basf | 7,0 | -2% |
| 29 | 33 | Mercedes-Benz | 6,4 | -11% |
| 35 | 34 | Localiza | 6,2 | 7% |
| 33 | 35 | Hyundai | 6,0 | -2% |
| 39 | 36 | Embraer | 5,5 | 19% |
| 42 | 37 | Latam | 5,2 | 20% |
| 36 | 38 | McDonald’s | 5,2 | -8% |
| 38 | 39 | Carrefour | 4,6 | -15% |
| 47 | 40 | Uber | 4,5 | 16% |
| 44 | 41 | PagBank | 4,5 | 13% |
| 40 | 42 | Drogasil | 4,4 | -2% |
| 41 | 43 | Volvo | 4,4 | -2% |
| 46 | 44 | Electrolux | 4,2 | 7% |
| 51 | 45 | WEG | 4,2 | 22% |
| 43 | 46 | iFood | 4,2 | -2% |
| 48 | 47 | Sicredi | 4,1 | 11% |
| 37 | 48 | Correios | 4,1 | -25% |
| 45 | 49 | Renault | 4,0 | 2% |
| 52 | 50 | Minerva Foods | 3,6 | 8% |
Maiores crescimentos e quedas
Cinco marcas de cinco diferentes setores se destacaram por inovação, consistência e propósito. Com resultados superiores à média setorial em percepção e confiança do consumidor, elas registraram os maiores crescimento. São elas Coca-Cola e Gerdau, com 26% cada; Porto Seguro, com 25%; WEG, com 22%; e Rede Globo, com 21%.
No sentido oposto, a Caixa foi a empresa com maior percentual de redução de valor de marca: 29%. Banco do Brasil e Skol, cerveja da Ambev, registraram queda de 26% cada. Os Correios, por sua vez, tiveram índice negativo de 25%, enquanto O Boticário perdeu 16% do valor de marca.
Ao todo, 21 das empresas listadas no Top 50 registraram queda no valor de marca. Já 29 ampliaram.
“O mercado atingiu um novo patamar de maturidade. Hoje, o desafio não é crescer em volume, mas preservar valor e relevância diante de transformações tecnológicas e mudanças de comportamento do consumidor”, avalia Gilson Nunes, o CEO da Brand DX, spin-off da Brand Finance em parceria com a RedRoute International.
Metodologia
Para chegar aos resultados, a Brand Dx segue cinco etapas. Na primeira, a consultoria faz a projeção da Receita Operacional Líquida (ROL) das empresas com base em dados públicos. Depois, é feito um cálculo de royalty rate a partir de contratos de licenciamento disponibilizados por companhias especializadas, avaliações de empresas comparáveis, margens operacionais e drivers de valor.
Já a força da marca foi determinada a partir de dados de pesquisas realizadas com 24 mil pessoas de 11 estados de 1º de agosto a 20 de setembro. O levantamento faz a avaliação de quatro mil marcas de 50 setores a partir de 20 indicadores-chave de performance (KPIs).
Na quarta etapa, a empresa determina o Custo de Capital Ajustado (WACC), taxa usada para cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) dos lucros futuros da marca. Por fim, a Brand Dx determina o valor de marca a partir do VPL dos royalties estimados baseado nas taxas de royalties em contratos de empresas em bases de dados como Royalty Stat e Royalty Source.