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Em ano de estagnação, Itaú segue líder do Brand Dx

Bancos dominam topo da lista com Bradesco e BB fechando pódio; valor total das 120 marcas analisadas recuou 1,6%

i 4 de novembro de 2025 - 6h39

Campanha Itaú com Rebeca Andrade e Fernanda Torres
Filme do Itaú com Rebeca Andrade e Fernanda Torres: banco mantém liderança apesar da queda de 7% no valor de marca (crédito: reprodução)

O ano de 2025 foi marcado pela desaceleração do valor total das marcas no ranking Brand Dx, elaborado pela consultoria homônima. O valor total das 120 maiores marcas analisadas atingiu R$ 581 bilhões, o que representou retração de 1,6% na comparação com o ano passado. No entanto, o indicador acumula expansão de 57% desde 2020.

Aumento de taxa de juros, queda de poder aquisitivo da população e dificuldade de crédito foram fatores que contribuíram para a retração no valor das marcas no mercado brasileiro neste ano. Assinantes de Meio & Mensagem têm acesso ao estudo com análise setorial aqui.

O Itaú se mantém como a marca mais valiosa do Brasil, estimada em R$ 43,6 bilhões (queda de 7%). Ao registrar 8% de crescimento e atingir R$ 29,8 bilhões, o Bradesco assume a vice-liderança da lista ultrapassando o Banco do Brasil. O BB apresentou redução de 26%, indo para R$ 27,7 bilhões.

O Top 10 inclui, ainda, mais duas marcas do segmento: Caixa Econômica Federal (em 5º, com R$ 14,8 bilhões, num recuo de 29%) e Nubank (em 7º, com R$ 13,1 bilhões, numa alta de 2%). Santander (20º), BTG Pactual (23º lugar), XP (25º), PagBank (41º) e Sicredi (47º) são as outras marcas do segmento financeiro no Top 50. Veja ranking abaixo.

 

Ranking Brand Dx das marcas mais valiosas no Brasil em 2025
2024 2025 Marca Valor da
marca 2025
(em R$ bilhões)
Variação
2025/2024
1 1 Itaú 43,6 -7%
3 2 Bradesco 29,8 8%
2 3 Banco do Brasil 27,7 -26%
7 4 Toyota 14,8 8%
4 5 Caixa 14,8 -29%
6 6 Mercado Livre 13,5 -11%
8 7 Nubank 13,1 2%
10 8 Vivo 12,8 16%
11 9 Natura 12,3 14%
17 10 Coca-Cola 11,8 26%
9 11 Nestlé 11,7 -8%
5 12 Skol 11,2 -26%
19 13 Rede Globo 11,1 21%
18 14 Rede D’Or São Luiz 11,0 18%
15 15 Honda 10,8 13%
14 16 Volkswagen 10,4 6%
20 17 Chevrolet 9,9 8%
34 18 Lojas Renner 9,4 -4%
21 19 Samsung 9,4 4%
23 20 Santander 9,3 6%
13 21 Petrobras 9,1 -9%
16 22 Assaí 8,9 -7%
24 23 BTG Pactual 8,8 15%
12 24 O Boticário 8,7 -16%
22 25 XP 8,6 -4%
27 26 BrasilPrev 8,3 9%
25 27 Fiat 8,0 4%
28 28 Magazine Luiza 7,9 7%
32 29 Porto Seguro 7,7 25%
31 30 Atacadão 7,6 13%
26 31 Brahma 7,1 -8%
30 32 Basf 7,0 -2%
29 33 Mercedes-Benz 6,4 -11%
35 34 Localiza 6,2 7%
33 35 Hyundai 6,0 -2%
39 36 Embraer 5,5 19%
42 37 Latam 5,2 20%
36 38 McDonald’s 5,2 -8%
38 39 Carrefour 4,6 -15%
47 40 Uber 4,5 16%
44 41 PagBank 4,5 13%
40 42 Drogasil 4,4 -2%
41 43 Volvo 4,4 -2%
46 44 Electrolux 4,2 7%
51 45 WEG 4,2 22%
43 46 iFood 4,2 -2%
48 47 Sicredi 4,1 11%
37 48 Correios 4,1 -25%
45 49 Renault 4,0 2%
52 50 Minerva Foods 3,6 8%

Maiores crescimentos e quedas

Cinco marcas de cinco diferentes setores se destacaram por inovação, consistência e propósito. Com resultados superiores à média setorial em percepção e confiança do consumidor, elas registraram os maiores crescimento. São elas Coca-Cola e Gerdau, com 26% cada; Porto Seguro, com 25%; WEG, com 22%; e Rede Globo, com 21%.

No sentido oposto, a Caixa foi a empresa com maior percentual de redução de valor de marca: 29%. Banco do Brasil e Skol, cerveja da Ambev, registraram queda de 26% cada. Os Correios, por sua vez, tiveram índice negativo de 25%, enquanto O Boticário perdeu 16% do valor de marca.

Ao todo, 21 das empresas listadas no Top 50 registraram queda no valor de marca. Já 29 ampliaram.

“O mercado atingiu um novo patamar de maturidade. Hoje, o desafio não é crescer em volume, mas preservar valor e relevância diante de transformações tecnológicas e mudanças de comportamento do consumidor”, avalia Gilson Nunes, o CEO da Brand DX, spin-off da Brand Finance em parceria com a RedRoute International.

Metodologia

Para chegar aos resultados, a Brand Dx segue cinco etapas. Na primeira, a consultoria faz a projeção da Receita Operacional Líquida (ROL) das empresas com base em dados públicos. Depois, é feito um cálculo de royalty rate a partir de contratos de licenciamento disponibilizados por companhias especializadas, avaliações de empresas comparáveis, margens operacionais e drivers de valor.

Já a força da marca foi determinada a partir de dados de pesquisas realizadas com 24 mil pessoas de 11 estados de 1º de agosto a 20 de setembro. O levantamento faz a avaliação de quatro mil marcas de 50 setores a partir de 20 indicadores-chave de performance (KPIs).

Na quarta etapa, a empresa determina o Custo de Capital Ajustado (WACC), taxa usada para cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) dos lucros futuros da marca. Por fim, a Brand Dx determina o valor de marca a partir do VPL dos royalties estimados baseado nas taxas de royalties em contratos de empresas em bases de dados como Royalty Stat e Royalty Source.