Jabulani, o grande case de ativação
Thierry Weil, diretor de marketing da FIFA, aponta case da bola produzida pela Adidas para a Copa 2010 como exemplo de ativação bem sucedida
Thierry Weil, diretor de marketing da FIFA, aponta case da bola produzida pela Adidas para a Copa 2010 como exemplo de ativação bem sucedida
Robert Galbraith
28 de novembro de 2011 - 8h19
A polêmica em torno da bola Jabulani, criticada publicamente por alguns dos melhores jogadores do mundo, dominou as redes sociais durante a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul. Em cada uma das 64 partidas do último mundial, uma câmera focava a bola em cima de um pedestal e destacava o gesto do juiz da partida em colocá-la debaixo de um braço e levá-la ao centro do campo.
Amada ou odiada, o fato é que se nunca se viu e se falou tanto de uma bola na história dos esportes. Os números de vendas comprovam. Desde seu lançamento em dezembro de 2009, durante o sorteio das chaves da Copa na Cidade do Cabo, a Adidas vendeu 50 milhões de unidades da Jabulani. A cifra é a mesma de sua antecessora, a Team Geist, bola oficial da Copa do Mundo de 2006. Apesar do empate nos números, o vice-presidente responsável pelo futebol da Adidas, Claus-Peter Mayer, aponta que os números foram obtidos com a Copa sendo realizada num mercado menos desenvolvido que o da Alemanha. “É a mais bem sucedida de todas desde que começamos a fornecer as bolas da Copa do Mundo há 40 anos", disse o executivo alemão, nesta segunda-feira, dia 28, durante o painel "O Futebol e as marcas mundiais", no Soccerex, maior feira de negócios do futebol do mundo que acontece no Rio de Janeiro.
Thierry Weil, diretor de marketing da FIFA que fez carreira de 20 anos dentro da Adidas, endossou o case da Jabulani como um dos mais bem sucedidos em termos de ativação. “As nossas propriedades são caríssimas por conta do alcance global que a Copa do Mundo tem. Mas não adianta nada investir esse dinheiro se não houver uma ativação à altura”, disse o executivo da FIFA. Segundo ele, há hoje 20 empresas que patrocinam a entidade em três níveis: os patrocinadores globais (FIFA Partners), os intermediários (FIFA Sponsors) e os locais (Local Sponsors). Juntas, essas empresas garantem um faturamento de US$ 3,4 bilhões por Copa. Para a Copa de 2014 no Brasil, as cotas de patrocinadores globais foram todas comercializadas. Restam três cotas para patrocinadores no nível local.
Fernando Chacon, diretor de marketing do Itaú, conta que o banco tem 20 anos de história de patrocínios no Brasil. A marca, ao lado da Coca-Cola, é a única que faz parte do pacote futebol da TV Globo desde que a emissora adotou o formato de patrocínios para suas transmissões de futebol em 1991. O executivo conta que o crescimento desse envolvimento aconteceu por conta de pesquisas identificarem que havia um desejo de seu público nesse sentido. A grande oportunidade, conta Chacon, surgiu no apoio à candidatura brasileira para sediar a Copa de 2014. A Fifa chancelou a vitória brasileira em outubro de 2007 e concedeu ao Itaú o direito de ser a primeira marca integrante do time de patrocinadores locais. Dois anos depois, o banco estendeu seu apoio à Seleção Brasileira. Nesse movimento, o Itaú evitou a situação de conflito criada entre os bancos sul-africanos First National Bank, patrocinador da Copa; e do ABSA, patrocinador da seleção local. “Conseguimos amarrar as duas pontas e concentrar a marca Itaú como único banco da Copa no Brasil”, conta Chacon, que esteve na África do Sul durante o evento para acompanhar as ações de ativação de todas as marcas envolvidas no evento. Hoje, a Octogon é a agência de marketing esportivo responsável por todo o planejamento visando a Copa de 2014.
Outra marca novata em Copas é a Hublot. O CEO Jean-Claude Biver contou que a Copa do Mundo é para a grife de relógios de luxo uma oportunidade de se conectar com o público mais jovem e expandir as vendas globais. Em mercados como o do Brasil, o maior desafio é a tributação sobre a maioria dos produtos importados. Mesmo assim, o público brasileiro já deu mostras de seu potencial de consumo.: “Uma de nossas lojas em Miami registra 62% de seus clientes como brasileiros”, contou Biver.
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