Make You: novo modelo para chegar a novos públicos
Andre van Dijk, CEO da empresa, comenta reestruturação, que muda remuneração dos prestadores de serviço no app e experiência das usuárias
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Roseani Rocha
14 de setembro de 2020 - 10h32
Um app por meio do qual as pessoas (principalmente as mulheres) pudessem contratar serviços de beleza em que um profissional autônomo fosse até sua residência é a proposta principal da Make You, criada em 2016. Inicialmente, no entanto, a empresa tinha como público-alvo não quaisquer pessoas, mas aquelas com alto poder aquisitivo. Isso porque a ideia do negócio surgiu quando João Hannud observava a irmã Lolita – estilista no mercado de luxo – ser atendida por esse tipo de serviço em casa. Depois, vieram outros sócios: Erich Progin e Andre van Dijk, atual CEO da companhia.
É ele quem conta que a partir desta semana haverá novidades tanto para as clientes quanto aos prestadores de serviços inscritos na plataforma. Antes, o preço era determinado pelo app e, agora, isso é feito pelos profissionais que, em vez de receberem da plataforma uma comissão por cada serviço prestado – o que é o usual do mercado – passam a pagar apenas uma taxa mensal de R$ 9,90.
Já as clientes, que ao solicitar um serviço eram atendidas de forma randômica – num sistema parecido o do Uber – agora podem escolher o/a profissional que desejam. Estes terão perfis, com informações curriculares, fotos, posts, o que a Make You chama de “mescla de Pinterest, Instagram e LinkedIn”. Ao agendar atendimento, as clientes também pagarão uma taxa fixa dependendo do tipo de serviço (cabelo, maquiagem, depilação, massagem, sobrancelha, manicure e pedicure).
“Começamos em bairros nobres da capital paulista, depois fomos para Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, saindo de oito para 400 profissionais em quatro anos na nossa base”, destaca Andre. No atual cenário de mercado, impactado pela pandemia e em que mais de 15 mil salões de beleza fecharam e mais de 45 mil profissionais perderam emprego o executivo vê oportunidade para expandir a plataforma a novos públicos. Embora considere popularizar mais a Make You, ressalta que a entrada de profissionais na plataforma continuará passando por curadoria da equipe do app. “Nosso foco é ser uma plataforma ao profissional de beleza; no futuro, também um software para pequenos e médios salões, e para a cliente facilitamos o processo de contratação desses serviços e a descoberta de novos profissionais”, comenta o CEO.
Além do marketing focado em uma landing page, a empresa explora ads, SEO e inbound marketing. Já para chegar à consumidora final, faz ações com influenciadoras, além de dialogar com a base de 70 mil cadastradas (15% das quais ativas).
A empresa, que tem parceria com o Beleza na Web para a venda de produtos, acredita ser possível ampliar essa frente de negócios. E não descarta mesmo ter algum grande grupo de beleza como investidor. Mesmo antes disso, com base apenas no ritmo atual, em que anda com as próprias pernas, a Make You planeja quintuplicar a base de profissionais em um ano. E em três, elevar em dez vezes o faturamento e lançar uma linha própria de produtos. No ano seguinte, projeta ter uma universidade corporativa, pois a formação profissional é apontada por ele como uma carência do setor e, finalmente, daqui a cinco anos, planeja se lançar ao mercado internacional.
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