Assinar

Queda nas vendas muda ranking das montadoras

Buscar

Queda nas vendas muda ranking das montadoras

Buscar
Publicidade
Marketing

Queda nas vendas muda ranking das montadoras

GM ultrapassa Fiat na liderança de participação do mercado no primeiro semestre, Toyota tira Ford do Top 4 e Jeep ingressa entre as 10 maiores


31 de agosto de 2016 - 11h13

Industria automobilistica - 119-001598 (Opcao Brasil Imagens-Hans Von Manteuffel)

Jeep, da FCA, registrou aumento de 346% na participação de mercado e entrou no Top 10 (crédito: divulgação/Opção Brasil Imagens/Hans Von Manteuffel)

No acumulado do primeiro semestre, as vendas de automóveis e comerciais leves registrou redução de mais de 25%, passando de 1.271.999 unidades entre janeiro e junho de 2015 para 952.264 no mesmo período deste ano, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Na contramão desse movimento, a comercialização de seminovos (veículos com no máximo três anos de uso) está em alta. Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) as vendas dos veículos seminovos cresceram 23,64% no primeiro semestre de 2016 se comparado a mesma época do ano passado. Foram 2,266 milhões de unidades contra 1,833 milhão.

“O atual cenário passa por insegurança político-econômica e crise de confiança no emprego que ainda perdura, mas em um patamar inferior ao que já observamos meses atrás. Neste contexto, o mercado de novos irá aumentar paulatinamente com maior crédito a disposição, confiança do consumidor e juros mais baixos. Entretanto, salientasse, o mercado de usados está extremamente aquecido, entre os quatro maiores mercados do mundo”, analisa Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria Jato do Brasil. A empresa projeta 1,95 milhão de unidades vendidas ao final do ano.

O cenário de retração no segmento de novos resultou numa grande movimentação no ranking de participação de mercado (quadro abaixo). A GM, que em 2015 teve o Chevrolet Onix como modelo mais vendido superando o Fiat Palio, encerrou o primeiro semestre com a maior participação de mercado à frente da Fiat: 16,54% contra 15,09%. No entanto, a Fiat Chrysler Automóveis (FCA), que engloba Chrysler, Dodge, Fiat e Jeep, mantém a liderança geral, com 17,92%.

GM-Brazil-2017-Chevrolet-Onix-015

Modelo Chevrolet Onix foi o mais vendido do Brasil em 2015, superando o Fiat Palio (crédito: divulgação)

“O Onix é um produto relativamente novo, com estilo, tecnologia e competitivo no segmento que atua. Os preços também são condizentes com o setor. Este foi o segredo da GM. Além disso, o mercado como um todo passou a atuar mais nas vendas diretas gerando maiores vendas para empresas de frota e taxistas, por exemplo. A GM também emplacou boas negociações nesta área”, aponta Kalume Neto.

A Toyota, por sua vez, ingressou no Top 4, historicamente dominado por Fiat, GM, Volkswagen e Ford. A japonesa desbancou a Ford. Já Hyundai, Renault e Jeep registraram participação recorde e subiram na lista. Além disso, Hyundai e Jeep, junto com Jaguar, Peugeot e Lexus, foram as únicas marcas que registraram aumento no volume de vendas no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2015.

“Creditamos este desempenho positivo em primeiro lugar à aceitação do HB20 e da marca Hyundai pelo público. Já vínhamos trabalhando na nossa capacidade de produção no ano da Copa (a montadora foi patrocinadora oficial do mundial de futebol da Fifa). Em 2015 trabalhamos um pouco abaixo da capacidade, mas, comparando o primeiro semestre de 2015 ao de 2016, enquanto o mercado registrou vendas 26% menores, crescemos 2%”, comenta Cassio Pagliarini, diretor de marketing da Hyundai.

Colaborador trabalha na Linha de Montagem no Novo Sandero na fábrica CVP do Complexo Ayrton Senna. São José dos Pinhais/PR, Brasil - 19/08/2014. Foto: Rodolfo BUHRER / La Imagem.

Novo Sandero, da Renault: montadora está utilizando o seu próprio banco de financiamento para aquecer as vendas (crédito: divulgação/Rodolfo Buhrer/La Imagem).

Existem dois fatores chaves que levam um consumidor a adquirir um novo veículo em um cenário de crise, segundo Bruno Hohmann, diretor de marketing da Renault: o efeito lançamento e o lado financeiro. “Enxergarmos que existe todo um segmento da população que deseja trocar de carro e não quer gastar muito dinheiro devido à situação financeira”, conta Bruno.

Com o objetivo de atender esse consumidor, a Renault está utilizando o seu próprio banco de financiamento para aquecer as vendas. “Nós trabalhamos com uma campanha que a entrada era de 1% e os 99% restantes do veículo eram financiados, e isso moveu bem o mercado, por ser uma oferta nova. Esse público viu a oportunidade de mudar de carro sem ter que entrar com um valor alto”, comenta Bruno.

A Hyundai, no entanto, não utilizou a tática econômica para alavancar as vendas e apostou no quesito lançamento. “Enquanto isso os competidores fazem campanhas falando de taxa zero, 30 prestações, sem pagar entrada etc. Diminuem o valor ao invés de ressaltar o valor do produto. Não trabalhamos com o produto financeiro, ele é um meio de compra, não o fim em si, que é o carro”, comenta Cássio.

FIAT_MOBI_EASYON_002

Mobi é um dos lançamentos recentes da Fiat (crédito: divulgação)

A Fiat, que lidera o mercado nacional há 11 anos, também investiu em lançamentos, como os modelos Mobi e Toro, mas o campeão de vendas do grupo continua sendo o Jeep Renegade, um dos responsáveis pelo salto de mais de 346% na participação da marca Jeep.

Para Maria Lúcia Antonio, porta-voz de branding marketing communication da Fiat Latam, o objetivo da montadora não é a liderança do mercado e sim se manter forte e preparada para sair na frente quanto o mercado voltar a crescer. “O setor automotivo brasileiro é muito competitivo, com dezenas de marcas e centenas de modelos, o que está levando a uma maior pulverização nos últimos anos. Apesar de a liderança por volume ser importante, nosso objetivo principal sempre foi assegurar a liderança de resultados, que significa vendas com rentabilidade e satisfação do cliente”, avalia.

Líder de participação de mercado no primeiro semestre, a GM atribui o resultado ao relacionamento com o cliente, ao amplo portfólio de produtos e a tecnologia de conectividade apresentada em seus veículos. “Esse aumento se deve pelo fato de termos nosso cliente no centro de cada ação, cada decisão e cada detalhe em tudo que fazemos na Chevrolet. Proporcionando, portanto, tecnologia e conectividade que superem as suas expectativas”, diz Marcos Munhoz, vice-presidente da GM no Brasil.

tabela carros

Publicidade

Compartilhe

Veja também