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Marketing

Redes de fast food retomam o apetite pelo Brasil

Wendy´s inaugura seu primeiro restaurante em julho, Taco Bell chega no segundo semestre e a Bloomin' Brands já trouxe as marcas Mexcla e Fleming's


29 de junho de 2016 - 17h09

Nos últimos meses, com o agravamento da crise econômica, análises e reflexões de economistas e articulistas trouxeram uma leitura nostálgica de quando o Brasil tornou-se a bola da vez, mais especificamente no período entre 2003 e 2009, época em que muitas empresas internacionais fincaram bandeira por aqui ou gostariam de estar presentes no País. Essa sensação de “pesar” ficou um pouco de lado nas últimas semanas quando duas grandes importantes redes de fast food, Wendy´s e Taco Bell, anunciaram que viriam ao Brasil e sinalizaram que existem oportunidades no mercado, sobretudo, para quem vem de fora.

Em 1992, a marca Arby’s, que pertencia à Wendy’s, veio a São Paulo, mas fechou sete anos depois

A Wendy´s, que inaugura sua primeira loja em São Paulo no mês de julho, virá por meio de uma joint venture entre membros da Infinity Services e da Starboard, um dos maiores franqueadores da Wendy´s nos Estados Unidos. “Escolhemos São Paulo porque é a principal capital financeira e gastronômica do país”, explica Marcel Gholmieh, CEO da Wendy’s Brasil e da Inifinity Services. “Nosso objetivo inicial é criar restaurantes próprios, a fim de estabelecer a marca no Brasil e, a longo prazo, começar a pensar em parcerias potenciais com grupos locais”, finaliza.

Já a rede de comida mexicanas Taco Bell desembarca no Brasil pelas mãos do empresário Carlos Wizard Martins, que por meio de seu fundo de private equity Sforza, dono das marcas Mundo Verde e Topper e Rainha, vai investir R$ 100 milhões na abertura de 25 unidades nos próximos quatro anos. “A Taco Bell é uma marca reconhecida em vários países e que conta com muitos fãs no Brasil. Além disso, o setor de fast food tem uma média de crescimento de 12% ao ano no País, mesmo em um cenário econômico adverso. Queremos replicar aqui a mesma posição de liderança que a rede tem nos Estados Unidos e outros países”, disse Wizard em comunicado. Em dezembro do ano passado, a Bloomin Brand´s, dona do Outback, trouxe ao Brasil a marca de comida mexicana Mexcla e, em janeiro deste ano, inaugurou a primeira unidade da rede de luxo Fleming´s.

No ano passado, o setor que reúne as redes de fast food faturou R$ 60 bilhões, alta de 6% em relação ao ano anterior. Um crescimento modesto tendo em vista os dois dígitos que vinham sendo apresentados desde 2003 até 2009. De acordo com o Índice de Desempenho do FoodService, do Instituto Foodservice Brasil (IFB), o faturamento do setor cresceu 3,8% no mês de maio, em comparação com o mês anterior, um desempenho ruim tendo em vista que, em julho de 2015, a alta foi de 12,4%. A estimativa, no entanto, é que em junho o mercado retome o fôlego com um crescimento de 6,8%. Atualmente, o ticket médio de consumo dos brasileiros em redes de fast food é de R$ 24,10, ligeiramente maior do que o início do ano quando o valor era de R$ 23,10.

Em entrevista ao Meio & Mensagem, em março, Ricardo Marques, vice-presidente da Unilever Food Solutions (UFS), sinalizou que, mesmo com a crise, o setor de alimentação fora do lar ainda estaria em ritmo de crescimento em função da chegada de novas redes ao Brasil. “Passando a crise, redes internacionais de alimentação que não estão aqui, virão. Não se justifica para essas empresas não estarem em um mercado consumidor como o Brasil. As pessoas viajaram e conheceram as referências lá fora, e isso aumentou a exigência”, observou.

Marcos Henrique Facó, diretor de comunicação e marketing da FGV, explica que o Brasil está barato já que o valor dos imóveis e aluguéis está em queda e o dólar ainda segue fortalecido. “No cenário atual, está muito vantajoso lançar uma marca no Brasil, para quem possui investimento com base em dólar ou euro. Assim, além de todos os investimentos imobiliários e de equipamentos, os investimentos em marketing também se mostram auspiciosos”. Facó explica que o setor de fast food ainda não está maduro no Brasil e realizar investimentos com redução significativa de seus custos é uma grande oportunidade. “Quem deixar este período de baixa passar vai ter que fazer um esforço muito maior na hora em que o país voltar a crescer”, diz Facó.

Na análise de Jorge Bittencourt, professor de planejamento de marketing do Ibmec/RJ, a despeito da crise, o Brasil tem sido nos últimos anos um excelente mercado para o lançamento de marcas consagradas em outros países, especialmente pelo perfil do nosso consumidor atento e aberto para novidades. “A economia brasileira experimentou nos últimos quinze anos um longo período de estabilidade, aumentando o poder de compra e o surgimento de novos segmentos de consumo. Além disso, o brasileiro gosta de modismos e é altamente influenciado por tendências estrangeiras”, observa.

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