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Jão: autenticidade a favor da música, arte e carreira

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Maximidia

Jão: autenticidade a favor da música, arte e carreira

No palco do Maximidia, cantor destacou como suas estratégias de comunicação e negócios orbitam a música, seu real alicerce artístico


5 de outubro de 2022 - 6h00

Cantor e compositor Jão

Cantor Jão participou do primeiro dia do Maximidia 2022 (Crédito: Eduardo Lopes/Imagem Paulista)

Antes de escrever os versos românticos que tocariam o coração da geração Z – e alçariam seu nome entre os destaques da nova geração da MPB – o cantor Jão era um estudante de publicidade e estagiava em uma agência quando se deu conta que não era ali que desempenharia seu melhor papel.

Como já gostava de música e de escrita, começou a experimentar seu dom musical em barzinhos e karaokês de São Paulo. Até que, com o passar do tempo, e com apoio dos amigos de faculdade, que atuavam como seus diretores artísticos e empresários, conseguiu estruturar uma carreira que lhe conferiu a liderança em plataformas de streamings, shows esgotados e a atenção das marcas.

“Existem duas respostas diferentes para definir o que é sucesso. Em uma concepção mais romântica minha, acho que fazer sucesso é ser capaz de continuar realizando o que você quer fazer. Há diferentes níveis de sucesso, passei por alguns deles e fui construindo minha carreira passo a passo”, declarou o cantor, que participou do primeiro dia da edição 2022 do Maximidia.

Há, porém, outra forma menos abstrata que Jão tem de avaliar seu sucesso. “A visão mais estratégia do sucesso pode ser medida pelos shows, tanto pela quantidade quanto pelo crescimento número deles. E principalmente pelo público, de como ele é fiel em estar ali”, contou o artista.

Relação com as redes sociais

Apesar de admitir que a maior parte de seu público é formada por pessoas da geração Z, Jão parece diferir um pouco do comportamento de maior parte desse grupo. Para ele, as redes sociais são mais uma plataforma de comunicação de sua arte e não canais que têm que ditar a maneira como se mostra para o público.

“Vejo como um erro quando os artistas tentam usar a mesma forma para coisas que são diferentes. As pessoas precisam entender o próprio contexto. Acho muito mais interessante você ser forte naquilo que é, no seu instinto, do que ficar atirando para estar em todos os espaços”, declarou.

Jão admitiu que já passou meses sem postar nada em suas redes, sobretudo quando está em fase de criação de suas músicas e criticou o que acredita ser um comportamento que coloca a comunicação digital acima da arte. “Tudo o que faço tem a música como elemento principal. Quando vejo, por exemplo, uma música que foi criada especialmente para gerar dancinhas no TikTok, já não vejo aquilo como algo autêntico. Pessoalmente, sempre tendo fazer coisas que gosto, mas me coloco muito no papel do consumidor”, disse.

Mais liberdade nas criações

Ao estruturar a carreira, Jão, ao lado de seus empresários e produtores, também criou U.F.O, produtora responsável por todas as ações de sua carreira, além da logística das turnês e shows, como os que ele fez no Lollapalooza e no Rock in Rio deste ano. O artista achou que era preciso ter uma estrutura própria por achar que a indústria fonográfica não permitiria que ele desse vazão às suas composições e ideias de forma genuína. Hoje, pela U.F.O, também passam os trabalhos que o cantor realiza junto às marcas.

A respeito disso, ele fez questão de destacar que gostaria que as marcas conferissem aos artistas mais liberdade criativa. “Sempre que uma marca me procura deixo claro que precisa ser uma colaboração. Quero muito ganhar com vocês, mas quero que vocês ganhem de mim também, para que as relações sejam boas aos dois lados”, disse.

Jão acredita que quando as marcas se inserem no universo da música acabam ganhando um poder absurdo em termos de narrativa pelo fato de a música ser o veículo ideal para mover e despertar sentimentos. Durante o Rock in Rio, por exemplo, fez, junto ao KitKat, uma canção especial para o Festival, chamada “Let`s Rock the Break”.

Apesar de ter ambições em relação à carreira, como a ampliação da quantidade de shows e de experiencias oferecidas ao público, o cantor transpareceu uma percepção distante de qualquer estrelismo. “Minha vida não tem nada demais. Meu forte é o trabalho, é pegar as experiências, as coisas que penso e transformar tudo em música. E, mais do que no público, de forma geral, penso sempre nos meus fás, pois são eles que irão espalhar minha marca”. completou

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