Com audiência fiel, podcasts têm potencial de crescimento
Entre os ouvintes de áudio digital brasileiros, 25% já escutam o formato, que começa a atrair mais marcas
Atualmente, segundo dados da Audio.ad, cerca de 25% dos brasileiros ouvintes de áudio digital consomem também podcasts. Para um formato que começou em 1999, em RSS, ainda é um número pequeno se comparado aos Estados Unidos, em que o formato atinge 67% da população, o equivalente a 189 milhões de pessoas. Quem não entrar na onda, pode perder um modelo de negócio que valerá US$ 1 bilhão em 2020, de acordo com um estudo da PwC. Esses dados foram apresentados por Rodrigo Tigre, presidente do Comitê de Áudio do IAB Brasil e country manager da RedMas, durante o evento Branding & Performance, do Interactive Advertising Bureau.

Evento anual do IAB Brasil reuniu produtores de conteúdo, publicitários e profissionais de marketing para discutir formatos e estratégias de comunicação e marketing (Crédito: Divulgação/IAB Brasil)
De acordo com Tigre, existe muito potencial de crescimento para o formato no Brasil, principalmente com a chegada dos smartspeakers ao País, tipo de tecnologia que está mais desenvolvida e popularizada nos Estados Unidos e na Europa. O executivo ainda revelou que que 91% dos ouvintes brasileiros de podcasts consomem no celular e 80% enquanto está se desloca. A maioria, 70% dos entrevistados, ouve o conteúdo de três a seis vezes por semana e a adesão maior do formato é entre o público de 25 a 34 anos, que representam 19,8% da audiência de podcast no Brasil.
Para Rodrigo Vizeu, jornalista da Folha de S. Paulo (casa do Café da Manhã), o formato também auxilia na conquista de audiência de conteúdo jornalístico. “No texto, as pessoas só comentam para xingar, principalmente porque só costumam ler o título. Acredito que no podcast, as pessoas ouvem realmente. No Presidente da Semana (seu podcast anterior, sobre os presidentes brasileiros) eu recebi muito comentário dizendo ‘é da Folha, mas gostei’. Muda a imagem do jornal, porque a pessoa está ouvindo. E eu não faço nada diferente dos meus colegas, sigo os mesmos princípios editoriais”, explicou.
**Crédito da imagem no topo: Malte Wingen/Unsplash