Mídia

Como Boninho apoiará o pilar de realities da Disney?

Empresa de conteúdo também quer incrementar as transmissões digitais esportivas para atender a uma audiência pulverizada

i 30 de outubro de 2025 - 14h29

Disney

Boninho foi apresentado como o novo showrunner e consultor estratégico da Disney no Brasil (Crédito: Divulgação)

A Disney, por meio de sua plataforma de streaming, Disney+, quer se posicionar a como a casa dos reality shows no Brasil. Para isso, a companhia escalou um importante reforço: Boninho, diretor que passou décadas na Globo e foi responsável por estruturar a versão brasileira do Big Brother, foi apresentado nesta semana, no upfront realizado em São Paulo, como showrunner e consultor criativo.

Boninho já vem trabalhando com a Disney na nova versão do The Voice Brasil, um projeto de múltiplas mãos que uniu, além da gigante do entretenimento, a produtora Formatta e o SBT, que exibe a temporada na TV aberta.

Ao nomear o ex-diretor da Globo como showrunner, a Disney deixa clara a aposta no conteúdo de não-ficção como um chamariz para uma audiência exposta a uma infinidade de conteúdos oferecido por diferentes plataformas. “Trazer o Boninho significa ter um olhar de longo prazo para a produção local e para o reality show, embasado em muita estratégia”, conta Giselle Ghinsberg, diretora de ad sales & partnerships da The Walt Disney Company.

A Disney garante que os próximos passos de Boninho após a conclusão do The Voice Brasil já estão definidos, mas a empresa prefere esperar alguns meses para apresentar as próximas produções que, segundo a diretora, terão como principal meta gerar visibilidade e alcançar os fãs, onde quer que eles estejam.

Como exemplo disso, Giselle cita o próprio The Voice Brasil, que, segundo ela, tem atendido às expectativas da Disney em relação ao buzz, gerado sobretudo pelos cortes postados nas redes sociais. “O reality conta com mais de 8 marcas parcerias e ficou claro que essa edição é um sucesso e um projeto comercial vitorioso”, acredita Giselle.

Afora as produções de realities, a Disney também promete continuar investindo em produções brasileiras na área de ficção. A companhia anunciou a segunda temporada da série Amor da Minha Vida, estrelada e dirigida por Bruna Marquezine, além da estreia da série Tarã, produção de fantasia que tem Xuxa como protagonista.

Disney Boninho

(Crédito: Divulgação)

Esportes no YouTube

Outro pilar de conteúdo que também ocupou boa parte do upfront da Disney é o esportivo, pelo qual atua, no Brasil, sob a marca ESPN. A companhia explicou que estrutura as oportunidades de negócios em esportes no que chama de Big 4: Futebol, NBA, Tênis e NFL).

Especificamente nos esportes mais populares nos Estados Unidos, como basquete e futebol americano, a Disney enfrenta concorrência maior. A Globo comprou, recentemente, os direitos de transmissão da NFL e o Prime Video também exibe alguns jogos da principal liga de basquete do mundo.

Ainda assim, a diretora acredita que o pioneirismo da Disney nessa área confere diferencial ao grupo. “A ESPN ajudou a criar a cultura do futebol-americano no Brasil. Somos a casa do fã do esporte e queremos continuar entregando conteúdo a ele da forma que melhor faça sentido, seja pelo linear, na ESPN, pelo Disney+ ou pelas redes sociais e plataformas digitais”, explica.

Sob esse aspecto, a Disney pretende ampliar, em 2026, uma estratégia já iniciada este ano: captar também a atenção da audiência do YouTube. A empresa, via canal ESPN, já exibiu algumas narrações de transmissões esportivas e a meta, segundo Giselle, é ampliar essa distribuição multicanal.

Por isso, a porta-voz conta que, no plano comercial que a empresa apresentou ao mercado publicitário, as transmissões esportivas já contemplam YouTube, bem como as entregas nas mídias digitais, como o escopo da exposição da marca.

A respeito da atratividade para as marcas, Giselle coloca que flexibilidade é a palavra que irá reger as negociações comerciais da Disney. Segundo ela, existe o entendimento da fragmentação da mídia, bem como da força dos concorrentes e, por isso, a companhia pretende se apresentar ao mercado munida para uma competição mais agressiva.

“Queremos trabalhar de forma mais estratégica no Brasil, flexibilizando formatos, trabalhando com parceiros em conteúdo, da forma como fizemos com o SBT e, também, do ponto de vista da publicidade, ampliar as ofertas de geolocalização e mensuração de resultados”, conta.

A executiva revela que, no primeiro ano de abertura às inserções publicitárias, o Disney+ já somou a marca de 120 parceiros comerciais e que, além de novos formatos para exibição das mensagens, a proposta é investir na qualificação das métricas para fornecer maior transparência.

Eventos e experiências

Outras novidades citadas no upfront acontecerão fora das telas. A companhia já havia sinalizado a intenção de ampliar a quantidade de eventos realizados no Brasil e, durante a apresentação, destacou alguns deles.

O circuito de corridas Disney Magic Ruin será expandido e chegará às cidades de São Paulo, Florianópolis, Porto Alegre e Curitiba. Já o evento Um Natal Inesquecível, que pela primeira vez acontecerá em Curitiba, neste ano, já tem garantida uma nova edição em 2026, na capital paranaense.

Pela primeira vez, ainda, a Disney promoverá o Tennis Experience – Rolland Garros Edition, para engajar os fãs do esporte durante o torneio de Rolland Garros.