Sem cookies, Google avança em segmentação por interesses
Big tech divulgou resultados preliminares de teste da efetividade do Privacy Sandbox em mostrar anúncios para usuários baseado em interesses
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Taís Farias
18 de abril de 2023 - 10h00
Em julho do ano passado, o Google adiou o fim do suporte aos cookies terceiros em seu navegador, o Chrome, para o segundo semestre de 2024. A mudança era prevista, inicialmente, para 2022 e depois adiada para 2023.
Os cookies são os arquivos que sites e empresas de tecnologia colocam nos navegadores para rastrear quando os usuários visitam determinados sites, para acompanhar sua jornada online.
A prática é usada pela publicidade desde os anos 1990, mas passou a esbarrar nas discussões sobre privacidade. Outros navegadores, como o Safari da Apple, já eliminaram os cookies terceiros.
Uma das justificativas da big tech para o adiamento é dar tempo para as companhias que ainda usam a tecnologia se adaptem e desenvolver soluções alternativas em conjunto.
Nessa linha, o Google está desenvolvendo o Privacy Sandbox. A iniciativa pretende oferecer ferramentas que atendam às necessidades dos anunciantes, sem ferir a privacidade dos usuários.
A plataforma não envolve uma medida única e, sim, várias alternativas somadas. Entre elas estão dados primários – cedidos pelo próprio usuário para a empresa intencionalmente – machine learning e inteligência artificial.
Em fevereiro, uma versão beta do Privacy Sandbox foi liberada para testes no sistema operacional Android. É possível acompanhar a evolução do projeto em uma linha do tempo no site da iniciativa.
Como parte desse movimento, o Google começa a apresentar os resultados gerados por essas alternativas. Em um encontro com a imprensa, Dan Taylor, vice-presidente global de Ads da big tech, falou sobre o projeto e mostrou dados da primeira pesquisa com campanhas baseadas em interesses.
“Não estamos interessados em criar soluções que vão continuar seguindo os usuários online”, afirmou o executivo. “Se as pessoas não sentem que suas informações estão seguras, todo o modelo de publicidade está arriscado”, concluiu.
A pesquisa foi desenvolvida no primeiro trimestre deste ano pela plataforma de anúncios do Google. Ela comparou o desempenho dos cookies terceiros com campanhas que utilizaram públicos baseados em interesses.
Essa alternativa inclui uma série de sinais como informações contextuais, first-party-data (como identificações fornecidas pelos publishers) e a aplicação de Tópicos do Sandbox, que determina os principais temas de interesse do usuário naquela semana a partir do histórico de navegação.
Os resultados foram positivos. As campanhas baseadas no interesse do público exigiram um investimento de 2% a 7% menor por parte dos anunciantes. Já na conversão por dólar investido, medida que representa o retorno sobre investimento, a economia foi de 1 a 3%.
A taxa de cliques, por sua vez, se manteve na margem de 90%, segundo o Google. O estudo ainda destaca o uso de otimização por inteligência artificial para melhorar os resultados.
Apesar do otimismo, a plataforma reforçou que a pesquisa se refere apenas a efetividade do projeto em mostrar anúncios para públicos baseados em interesses. A experiência pode variar para outras necessidades, como mensuração.
A big tech informou que os testes continuam e que deve fornecer mais resultados ao longo do ano.
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