Assinar

A comunicação correta em saúde salva vidas

Buscar

A comunicação correta em saúde salva vidas

Buscar
Publicidade
Opinião

A comunicação correta em saúde salva vidas

As informações em “healthcare” devem ir além dos médicos na batalha contra as notícias falsas no segmento


1 de agosto de 2024 - 14h00

Todos nós somos um pouco médicos. Atire a primeira pedra quem nunca digitou em buscadores de informação na internet uma palavra estranha presente em resultados de exames. O Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade revelou que 86% dos entrevistados tomam medicamentos sem orientação de um profissional de saúde. Uma outra pesquisa, do Datafolha, identificou que 47% dos entrevistados, no final de 2022, utilizavam o Google para tirar dúvidas sobre a saúde. Há, ainda, a perigosa mistura de medicação e álcool. São inúmeras as receitas encontradas nas redes sociais. Memes e músicas de remédios são recorrentes. Substâncias e medicações disponíveis com facilidade. A prova é estampada nos noticiários. Um brigadeiro com remédio à base de morfina foi a arma para o assassinato de um homem, no Rio de Janeiro. A cetamina, substância de uso da medicina veterinária, foi utilizada em uma seita em Manaus, que assustou o País.

Fica, então, a pergunta: onde foi que a indústria de saúde perdeu a batalha para tamanha desinformação? Notícias falsas matam e induzem consumos abusivos de substâncias químicas. Se a saúde é para todos, a informação também deveria ser. E é aí que a comunicação entra e o profissional de relações públicas tem um papel preponderante para salvar vidas.

Há muito tempo, a comunicação na área de healthcare vem sendo voltada aos médicos. Com informação, o profissional prescreve melhor. No entanto, a relação médico-paciente mudou. Hoje, o paciente já traz informações prévias ao consultório. Não se trata mais de uma comunicação unilateral, somente por parte do médico. Portanto, é fundamental que a indústria vá além dos profissionais de saúde. E que, sobretudo, a comunicação seja eficaz e descomplicada. Assim, os brasileiros, inclusive os que infelizmente não têm acesso adequado aos serviços de saúde, possam ter canais confiáveis de informação.

Tão importante quanto uma boa parceria para se chegar a esses públicos é a continuação da conversa. Obviamente, posicionar bem um website é importante. Ter uma boa rede de influenciadores é relevante (boa rede, leia-se, influenciadores autênticos e com profundidade no tema; não basta explodir em número de seguidores). No entanto, é preciso repetidamente fomentar os debates. Acompanhar como esses públicos estão reagindo, opinando, contribuindo com as discussões. As chamadas ações heroes” não podem ser apresentadas como única opção. É essencial uma visão estratégica permanente.

comunicação tem um papel educativo com médicos, população, órgãos reguladores e indústria. É um elo muito importante. Quando a comunicação acontece, de fato, há aprofundamento. O ganho é o aumento do aprendizado de histórias – uns dos outros. É um nível muito acima de traduzir exames. É a anamnese como deveria ser sempre realizada: entendendo o outro com profundidade.

A verdadeira saúde é promover uma comunicação assertiva e estratégica. Para todos, na melhor essência de bem-estar e sobrevivência. Todos nós, profissionais de comunicação e marketing, deveríamos pensar mais sobre isso.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Quando menos é muito mais

    As agências independentes provam que escala não é sinônimo de relevância

  • Quando a publicidade vai parar de usar o regionalismo como cota?

    Não é só colocar um chimarrão na mão e um chapéu de couro na cabeça para fazer regionalismo