A conversa certa
É a primeira vez que participo de uma viagem do Grupo de Mídia e é claro que havia uma expectativa grande sobre o que iria encontrar
É a primeira vez que participo de uma viagem do Grupo de Mídia e é claro que havia uma expectativa grande sobre o que iria encontrar
Com uma pauta de mídia cada vez mais globalizada — puxada por players como Facebook e Google — é interessante ver como a França, um país com uma configuração social, econômica e cultural tão diferente da nossa, reage a essas mudanças que impactam diretamente como se consome, se compra e se vende mídia.
Nessa linha, quero focar em uma das apresentações que tivemos aqui no primeiro dia que, para mim, foi um ótimo resumo de como um player está percebendo e reagindo a essas mudanças. A apresentação do Canal+ Brand Solutions, feita por Fabrice Mollier, EVP, MKT, strategy, OPS, trouxe uma visão muito interessante de como um player que nasceu em um ambiente consolidado — a TV paga — vê hoje o mercado de uma maneira muito mais fluida e não-linear. O próprio título da apresentação”Challenges and opportunities in a multi-screen world” mostra um esforço consciente para se afastar da posição tradicional que o Canal+ ocupou por muito tempo e que o consolidou como o maior grupo de mídia da França.
E o título deste pequeno artigo vem daí: o Canal+ parece ter entendido muito bem que existe um novo balanço que vai impactar diretamente seu modelo de negócio e, portanto, sua postura com os seus dois “braços” de monetização. Por um lado, entende a mudança na forma de consumo de vídeo e traz configurações de planos e pacotes que já são baseados no conceito de Atawad (any time, anywhere, any device). Por outro, traz uma perspectiva de relação com agências e clientes que já é pautada em lógicas de planejamento e compra de mídia mais contemporâneas. Ouvir dele que existe um esforço para trazer soluções full funnel, que a conversa não pode mais ser focada em branding e, inevitavelmente, tem que entregar uma visão de performance, que já se fala em “audience planning”, e não mais em “platform planning”, é muito legal, ainda mais vindo de um player como ele.
Se posicionar como um player comprometido a impactar diretamente os resultados de negócio de nossos clientes é, para mim, a conversa certa. Um player que não entra de cabeça nessa conversa está fechando os olhos para uma realidade que já está aí. A partir da conversa certa é que nós, agências e veículos, nos consolidamos como parceiros estratégicos de nossos clientes.
*Crédito da foto no topo: Reprodução
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