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A importância de se reinventar

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Opinião

A importância de se reinventar

Tenha a coragem de reconstruir aquilo que você achava que estava pronto


16 de maio de 2022 - 16h00

Crédito: Shutterstock

Muitos sabem que minha carreira começou na mídia e foi a trajetória nessa fantástica área que me trouxe até aqui como CEO da Sapient, Prodigious e Performics. Como pessoa curiosa que sou, sempre quis aprender tudo relacionado a essa área e me desafiava a entender mais e mais. Quando comecei, a principal métrica da mídia era a busca pela rentabilidade e os investimentos eram quase 100% em TV aberta. Logo surgiram outras métricas, novos meios e a necessidade de entregar resultados além da eficiência, como o ROI. E aí chegou o digital. Socorro! Vários dos meus colegas ficaram assustados achando que seria o fim do profissional de mídia que tinha apenas a visão dos meios off-line (na época, assim que chamávamos off e online).

Nesse momento da vida, estava trabalhando em agências especializadas em mídia no México e, ao voltar para o Brasil, decidi estudar tudo sobre DMP, DSP, CDP, DCO, SEO etc. Aprendi a fazer análises profundas sobre a tomada de decisões do usuário pautada em dados que vão além dos institutos tradicionais de pesquisa de mídia. Informações que trouxeram um entendimento mais completo sobre o usuário e seus interesses e jornadas pelas redes sociais e plataformas de commerce. Entendi como criar uma narrativa única e usá-la em todos os aspectos para fornecer conteúdo consistente e envolvente onde quer que o consumidor esteja.

Por que estou fazendo esse preâmbulo sobre o começo da minha carreira relacionada à mídia? Por dois motivos: Primeiro, para celebrar o Dia do Mídia, que será em 21 de junho, e para mostrar que é possível se reinventar. Inclusive, se reinventar dentro do que você faz. Desde que você tenha a coragem de reconstruir aquilo que você achava que estava pronto. Nossa busca pelo conhecimento deve ser constante. Naquele momento do boom da mídia digital, muitas pessoas disseram que não haveria mais espaço nas agências para profissionais com olhar apenas para os meios não digitais. E pensei em quantos amigos e amigas profissionais de mídia que pela estafa e pela falta de reconhecimento deixaram de ser mídia. Sem brincadeira, cheguei a quase 100.

Aí eu olhei o LinkedIn e encontrei cerca de 5.500 vagas para mídia, ou seja, não importa se é agência, cliente, startup, indústria de alimentos, bancos, todos querem e precisam de um profissional de mídia. Mas a pergunta é: temos essa quantidade de profissionais disponíveis e capacitados no mercado? Estamos preparando uma nova geração para seguir a carreira de mídia? Ou estamos desvirtuando a trajetória dos profissionais atuais com um ou dois anos de experiência e fazendo propostas absurdas para se tornarem gerentes ou diretores? Não estou questionando a capacidade de nenhum profissional. Talento não medimos apenas pelos anos de profissão, mas experiência é fundamental para tranquilidade e controle emocional que uma cadeira de líder requer. Temos muitos desafios nessa área (automação, profundidade estratégica, análises pautadas em dados), mas vejo que em algum momento vamos pagar caro por isso se não nos prepararmos.

É muito bom saber que há milhares de vagas abertas em uma área como a mídia em um País com 14 milhões de desempregados, porém, é muito triste pensar que não estamos criando programas de desenvolvimento para um momento que requer tanto profissionais voltados ao mundo digital. Se não começarmos a formar novos profissionais, com certeza, essa área de mídia sofrerá grandes consequências. Na verdade, já estamos atrasados! É nossa responsabilidade sentar e fazer um plano para atrair talentos para a mídia. Eu já comecei e, junto com o meu time, estamos fazendo um trabalho de 18 meses com pessoas em situação de vulnerabilidade social. Com treinamentos e todos os recursos adequados, estamos preparando-os para que sigam essa carreira fantástica que tanto me deu oportunidades. E vocês? O que estão fazendo?

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