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Opinião

A ironia da obsolescência do mais velho

Muitos dos avanços e conquistas que desfrutamos hoje são resultado do trabalho árduo e da dedicação de profissionais mais velhos


17 de abril de 2024 - 6h00

Em um mundo onde a juventude é, muitas vezes, celebrada como sinônimo de inovação e vitalidade, é intrigante observar como profissionais com mais de 50 anos representam apenas de 3 a 5% do quadro de colaboradores das empresas. Esse dado nos leva a uma reflexão sobre o arquétipo de que “o velho é uma coisa que passou, expirou”. Mas em que momento estamos “velhos demais”?

Em uma sociedade que idolatra a juventude, é fácil cair na armadilha de pensar que a idade é um fator determinante para a relevância e o valor de um indivíduo no mercado de trabalho. Afinal, quem precisa de anos de experiência quando se pode ter a energia exuberante de um jovem recém-formado ou mesmo a velocidade das máquinas e algoritmos, certo?

É irônico que enquanto a tecnologia e os dispositivos eletrônicos são constantemente atualizados para se manterem relevantes, os profissionais mais velhos muitas vezes são relegados ao status de “obsoletos” simplesmente por causa de sua idade. Será que estamos velhos demais quando nossos conhecimentos e habilidades são equiparados aos disquetes e telefones com fio, relegados a um passado distante?

A ironia atinge seu ápice quando percebemos que muitos dos avanços e conquistas que desfrutamos hoje são resultado do trabalho árduo e da dedicação de profissionais mais velhos. Eles são os arquitetos das fundações sobre as quais construímos nossas inovações e progresso.

E, então, quando estamos velhos demais? Será quando nossas ideias são consideradas ultrapassadas simplesmente porque não vêm embaladas com um logotipo de uma startup? Será quando nossas rugas são mais visíveis do que nossas habilidades? Ou será quando nos recusamos a aceitar o rótulo de “obsoletos” e continuamos a desafiar as expectativas, mostrando ao mundo que a idade é apenas um número?

A verdade é que nunca estamos velhos demais para aprender, crescer e contribuir. A sabedoria, a experiência e a perspectiva que os profissionais mais velhos trazem para o local de trabalho são inestimáveis e merecem ser celebradas, não descartadas. É hora de rejeitar o arquétipo da obsolescência do mais velho e reconhecer o valor intrínseco de todas as faixas etárias. Afinal, como diz o ditado, “o vinho melhora com a idade” – e o mesmo vale para os profissionais mais velhos.

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