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Opinião

As seis dimensões W

Reflexões para quem quer trabalhar com estratégia e dados


7 de abril de 2021 - 8h00

(Crédito: Z Wei/ iStock)

Passa longe de mim a intenção de resumir as qualidades que um profissional de criatividade e dados deva ter. Mas, posso contribuir compartilhando algumas reflexões que tenho praticado e questionamentos que aprendi a fazer durante minha experiência.

Quem mergulha nessa realidade dos dados, entende que nos deparamos com métricas e dimensões. Numa perspectiva yin-yang, é como se as métricas fossem os números da matrix e as dimensões, o tempero.

Proponho uma dinâmica. Topa?

Pare e pense: um milhão de cliques. Cliques são uma métrica. Em número. Um milhão. Ok, meio chato, né?

Agora, pegue essa métrica e comece a colocar dimensões nela. Quem, quando, onde e como clicaram? Qual o motivo? Era para doar dinheiro para uma ONG? Quem doou foi o Elon Musk? Foi uma senhora que mora na Rocinha? Dimensões dão o tempero da métrica, é por aí que eu gostaria de provocar a reflexão…

Eu me pergunto: o que podemos ver além da métrica? Acredito que a beleza esteja em observar a pessoa atrás do número. O tempo. O propósito. Por que a senhora fez a doação? Precisamos pensar de forma diferente, além da métrica. Quebrar nossos preconceitos com os dados, e depois, talvez, a criatividade aflore. O tempero surge. O borogodó vem.

Seguindo essa reflexão sobre os dados eu sugiro um framework. Sempre ajuda! O framework “templatiza” o pensamento e ajuda na aplicação.

Os seis WDs

Dimensão 1: Who? Começa com Quem?

Um dos mestres da Singularity, Peter Diamandis diria: “Quem, não como”.

Tudo começa com pessoas. Pergunte-se, com quem e para quem você quer criar essa história? Quem pode te ajudar? Pare, e pense nessas pessoas, as opções de “data sources” são diversas. Busque-as na sua experiência profissional e na sua memória. Plugue a IA que se chama Coração e o ouça. Quem faz ele bater mais rapidamente para criar um projeto junto? Redes Sociais, e-mail, WhatsApp: data sources não faltam para te ajudar.

Dimensão 2: Why? O Propósito.

Sempre resgate o porquê de tudo isso. É importante ter clareza do propósito que nos une. A declaração do porquê tem uma força enorme para sinergias e para o trabalho colaborativo. O que se declara, e se acredita, vira realidade. O machine learning está aí! Você só precisa saber fazer a pergunta certa. E me perdoem pelo “só”, porque não é nada fácil saber fazer a pergunta certa.

Dimensão 3: How? Como?

Processos, templates e padronização, disciplina, repetição. Alguns vão achar que processos engessam, mas é o contrário. Processos libertam. Eu fico feliz de encontrar Seis Dimensões e conseguir listá-las. Processos nos dão segurança para podermos criar. Possibilitam mensuração, identificação de padrões e aprendizado contínuo. Processos possibilitam que os dados aconteçam, se comparem, sejam ouvidos e que a gente aprenda com eles.

Dimensão 4: What? O quê?

O que estamos criando ou conceitualizando? Qual o produto? Faça um wireframe. Rabisque, você não precisa ser designer pra rabiscar. Seu produto pode ser um relatório, mas faça um wireframe. Ele apresenta o que é o produto final para todos. Ajuda a direcionar a energia e uma coisa poderosa, que é a síntese. Dê um exemplo e ele irá gerar novas propostas. Esse exemplo vai direcionar o processo de engenharia reversa.

Dimensão 5: When? Quando?

O tempo é a grande chave para todos os bancos de dados. É nele que nos encontramos. Nunca deixe de fazer um cronograma com tasks, responsáveis e prazos. Se não der tempo, foque no próximo passo. Pense no tempo como a grande dimensão onde todas as variáveis se encontram. O tempo nos une. Pare o projeto no ar: como é a timeline enquanto ele se encontra com as pessoas do mundo?

Dimensão 6: Where? Onde?

Precisou de uma pandemia para as casas voltarem a ser nossos templos, onde ficamos com quem amamos ou sozinhos. Então, cuide! Invista no seu lugar sagrado, é bem-estar. É quântico. Quando você passa a amar o seu lugar, ele te ama de volta. E você sente!

Cada vez mais reflito que a gente precisa aprender a escutar e a fazer perguntas. Escute os dados com carinho. Depois escute sua mente e seu coração. Depois fique em silêncio. Reflita. Depois fique mais em silêncio. Você vai entender que isso é menos… menos stress. Menos complexidades, você entra em um flow.

Seguindo os 6 WDs, é possível resolver qualquer problema do mundo. Sim, eu gosto de sonhar. O grande viabilizador de tudo é a presença. Aprendi isso com a Bárbara Soalheiro, do Mesa, esteja presente!

Se você tiver qualquer opinião ou comentário entre em contato comigo no e-mail. Também estou publicando um database colaborativo puramente dimensional com a matriz 6 WD para praticarmos juntos o método e trocarmos ideias.

Arigato.

**Crédito da imagem no topo: koto feja/iStock

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