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Opinião

Como as marcas podem capitalizar seus acervos digitais

Na era digital, acervos organizados convertem dados em tesouros corporativos, diminuindo custos de operação e possibilitando novos meios de monetização


4 de julho de 2024 - 14h00

Dizer que a Inteligência Artificial (IA) é uma “inovação que veio para ficar” já é cair em um território de mesmice. Qualquer empresa que queira crescer em um mercado que se digitaliza a cada dia não deve apenas usar essa tecnologia, mas entender como ela se alia ao seu produto. 

O case recente do prompt “Invisalign Smile” é um exemplo perfeito disso. Em parceria com uma agência de publicidade, a empresa de alinhadores ortodônticos criou um comando para os geradores de imagens por IA corrigirem seus conteúdos com bocas mal formadas, principalmente dentes tortos. 

“Ah, mas todos os dias surgem prompts novos, cedo ou tarde alguém iria acabar criando esse”. Não é bem assim…

Mais do que lançar uma ação de marketing tradicional visando um público-alvo, a Invisalign conseguiu aumentar o valor da sua marca ao solucionar uma nova dor de mercado. Afinal, hoje as IAs Generativas de imagens ainda possuem uma dificuldade geral em criar mãos e bocas, o que trava o trabalho de designers e diretores de arte.

Ou seja, a marca olhou para uma tecnologia que está sendo usada por praticamente todos os setores, melhorou a experiência dos seus usuários e ainda fez um merchandising muito forte – o prompt tem o nome da empresa! Essa mescla prova que os acervos digitais das organizações – e as ferramentas para tratá-los – não são simples plataformas de armazenamento em nuvem.

São ativos com forte potencial de gerar novas receitas, que antes eram vistas apenas como custo de armazenamento de dados e inteligência de mercado. Mas como isso acontece?

Base de dados especializada
A Invisalign faz o escaneamento da boca das pessoas o tempo inteiro para produzir os seus aparelhos. Por conta disso, ela resolveu transformar o prontuário de seus clientes em um banco de dados especializado, que enriqueceu a aprendizagem de máquina das IAs Generativas. 

O que seriam só documentos internos passaram a ser uma fonte de conhecimento capitalizada. Inclusive, essa qualificação dos materiais digitais das marcas por meio da IA se chama fine-tuning e definitivamente pode auxiliar os times a criar um diferencial competitivo nos seus segmentos.

Até por isso, as companhias que possuem essa consciência em relação ao seu acervo incorporam outras tecnologias à IA que garantem um nível elevado de especialização de dados. É o caso das plataformas de Digital Asset Management (“Gestão de Ativos Digitais”, em tradução Livre), que categorizam ativos digitais e viabilizam um sistema de Machine Learning que transforma a rotina de trabalho das equipes de marketing. 

O que isso significa? Basicamente, que a centralização e organização inteligente de conteúdos, como vídeos, documentos e, é claro, imagens de uma empresa, melhoram o seu Go-To-Market, que é a sua estratégia de lançamento e comercialização de produtos ou serviços no mercado. 

Então, imagine, de forma hipotética, a Vivara utilizando um DAM movido por IA para qualificar a sua base de dados com fotos de mãos repletas de jóias, vendendo esse acervo para uma gigante, como a OpenAI, aumentando a sua receita com o negócio e ainda trabalhando o marketing por meio de um prompt? Ou imagine a Granado seguindo o mesmo caminho com as suas imagens de modelos utilizando sabonetes faciais.

Imagine o produto. Imagine o prompt. Imagine a campanha.

Tendências e oportunidades
O case “Invisalign Smile” não é isolado. A inclinação das empresas em olhar para “dentro de casa” e promover ações criativas, dinâmicas e únicas por meio dos seus materiais digitais já está se tornando uma realidade. 

A Nvidia e a WPP, duas das maiores gigantes dos mercados de tecnologia e marketing, por exemplo, recentemente anunciaram o desenvolvimento de uma solução baseada em IA com potencial para transformar o setor publicitário. O objetivo da ação é justamente utilizar a ferramenta para produzir ações mais criativas, imersivas e personalizadas.

A McKinsey & Company também lançou um estudo que ressalta as vantagens desse tipo de movimento. A consultoria revelou que as empresas que investem em personalização podem aumentar os seus níveis de receita em 40%.

Obviamente, isso não é um processo que pode ser executado manualmente, precisando de ferramentas como a IA e o DAM para administrar, otimizar e analisar materiais criativos em escala. Essas tecnologias têm um potencial gigantesco para as marcas, se forem adequadas aos seus padrões. 

O desafio, portanto, não está em girar os recursos tecnológicos, mas sim no contexto em que se localizam.

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