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Opinião

Dá para ser otimista?

A dez semanas do fim, 2020 pode parecer um ano perdido, mas também de ensinamentos que irão nortear nossa vida daqui em diante


26 de outubro de 2020 - 14h13

(Crédito: Reprodução)

Faltam dez semanas para colocarmos um ponto final em 2020. Ao fazê-lo, muitos enxergarão um ano perdido. Outros, o pior ano de suas vidas. Com toda essa carga emocional negativa, é possível olhar para frente com esperança e otimismo?

A possibilidade de uma vacina capaz de acabar com a Covid-19 é benfazeja, apesar de talvez não tão próxima quanto gostaríamos e dos obstáculos que vão muito além da ciência — como a disputa por protagonismo político, vista semana passada no Brasil.

Para fazer o exercício que a questão exige antes da resposta, temos que considerar que, mesmo com a cura no horizonte, os últimos meses mudaram nossa percepção sobre o futuro. Para muitos de nós, 2020 valeu como período de entender e aceitar limitações. Entretanto, é possível resignar sem estagnar.

A protelação imposta pelo combate ao vírus no começo do ano represou ações e providências que parecem não caber em seus dois meses finais. O período será de muitas decisões de impacto, que todos nós vivenciaremos em nossos círculos pessoais, profissionais e sociais, em um contexto que mescla desconfortos na retomada da rotina pública, luta com cortes e contingenciamentos orçamentários nas empresas e necessidade de fortalecer relações fragilizadas pelo distanciamento.

No calendário político, na semana que vem os Estados Unidos escolhem seu próximo presidente, algo que nos afeta a todos, não só pelo fato de ser a nação mais influente do mundo, mas por todo significado emblemático que essa decisão representa em campos diversos, que vão da geopolítica global ao combate às fake news. Em três semanas, nós também iremos às urnas, talvez não tão mobilizados quanto em eleições nacionais, mas com a responsabilidade de apontar novas ou manter as lideranças municipais, que têm importância muitas vezes subestimada — todos nós vivemos nas cidades, e, Brasil afora, há muitos casos em que o poder público local é a única saída diante da ausência dos governos estaduais e federal.

O mercado brasileiro de consumo de produtos e serviços tem nesse curto espaço de tempo que nos resta até o final do ano as duas datas sazonais mais importantes. A Black Friday e o Natal poderão (ou não) salvar o exercício do fracasso, não só para o varejo mas em outras áreas dele dependentes, como parte da mídia. Recuperando a questão inicial, o otimismo é um dos principais combustíveis da confiança, fundamental para a evolução do consumo e das relações entre pessoas e marcas.

Aqui no Meio & Mensagem, apesar do forte impacto no planejamento de 2020, as últimas dez semanas do ano serão intensas. Já nesta segunda-feira, 26, começa a edição 2020 do ProXXIma, que, ao lado do Maximídia, realizado mês passado, forma a dupla de eventos de conteúdo mais abrangente da casa. Ambos tiveram de ser totalmente reformulados e, agora transmitidos ao vivo por plataformas digitais, passaram a atingir um número muito maior de participantes. Renovado, o ProXXIma está ainda mais sintonizado com a sua vocação de tirar o mercado da zona de conforto, o que pretende fazer este ano com a ajuda de mais de 60 palestrantes.

Também nesta segunda, 26, começa o período de votação do Caboré 2020, que não por acaso é o mais renovador dos últimos tempos: dos 42 indicados, 33 disputam o troféu pela primeira vez e 35 ainda não têm a coruja (perfis de indicados publicados nas páginas 40 a 50, encerram a série de apresentação dos concorrentes, iniciada há duas semanas). Além disso, esta edição revela os cases vencedores da 13ª edição do Effie Awards Brasil, que mobilizou cerca de 150 jurados e concedeu 30 troféus a 20 cases, detalhados na reportagem das páginas 16 a 20. Ainda antes de jogarmos fora a folhinha de 2020, os vencedores do Effie serão conhecidos em 17 de novembro, e os do Caboré, em 2 de dezembro.

Complementando um conteúdo que se propõe a instigar a reflexão, esta edição traz, ainda, nas páginas 6 e 7, entrevista com PJ Pereira, radicado há 15 anos nos Estados Unidos e um dos brasileiros de maior sucesso global na indústria de comunicação e marketing. Para ajudar todos nós a pensarmos na pergunta do título deste editorial, PJ envia a seguinte colaboração: “O incerto é bom, o certo é muito monótono. Se você quer fazer diferente, o incerto é melhor, porque é mais fácil ser pioneiro num mercado que está mudando”.

*Crédito da foto no topo: Reprodução

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