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Opinião

Evento: amigo ou inimigo?

Para cada um real investido na realização de eventos negócios existe um retorno em faturamento de vendas na proporção de R$ 35. Alguém duvida que evento é um potencializador da economia?


28 de novembro de 2019 - 6h30

Turismo e eventos representam praticamente 100% da receita de Las Vegas (crédito: Rafael Barreto)

Recentemente, a Prefeitura de São Paulo, através de uma portaria da Secretária de Mobilidade e Transporte (SMT), publicou uma portaria (graças ao bom-senso, já foi revogada pelo prefeito Bruno Covas) que autorizava os táxis credenciados na cidade a cobrarem uma Bandeira 3 (30% acima da Bandeira 2 cobrada normalmente à noite e aos finais de semana) somente na saída de grandes eventos (como shows, eventos esportivos, congressos e feiras de negócio). Essa ação me fez pensar em como o setor público encara o nosso setor de live marketing. Nós somos amigos das cidades ou inimigos?

Na minha humilde experiência nacional e internacional, conheço países, cidades ou regiões que possuem como políticas públicas a atração de grandes eventos, pois conhecem o potencial do live marketing em dinamizar a economia do local. Veja o que a cidade do Rio de Janeiro com o movimento #reagerio! (“diga ao rio que fico”) está fazendo em uma ação apoiada pela Fecomércio, Sesc e Senac.

As cidades alemãs são também outro ótimo exemplo. Hannover ou Colonia são cidades que possuem uma excelente integração entre a gestão das venues e o transporte público, pois pertencem aos mesmos donos. Ou Las Vegas que basicamente deve 100% da sua receita a visitantes temporários (eventos ou pessoas). Creio que existem ainda muito outros exemplos que poderia mencionar, mas já fiz o fundamento necessário para essa nossa discussão aqui.

Aqui no Brasil, qual será a visão mais geral dessa situação? Os governos não precisam dar benefícios fiscais aos players do setor de live marketing, não está na pauta essa solicitação. Mas, pelo outro lado, poderia se preocupar em entender o nosso setor para saber como poderiam contribuir para potencializar esse forte vetor de geração de negócios e turismo.

Em uma pesquisa recente divulgada pela Ubrafe, entidade que representa alguns dos players do setor de eventos com foco na geração de negócios, os dados mencionam que somente no estado de São Paulo foram gerados durante ou a partir de eventos quase 5% do PIB nacional e que existe um fator de geração de negócios de R$ 1 para R$ 35: ou seja, para cada um real investido na realização de eventos negócios existe um retorno em faturamento de vendas na proporção de R$ 35. Uau! Alguém duvida que evento é um potencializador da economia?

Tenho certeza que o diálogo é a melhor ferramenta para essa situação que estamos vivendo agora. O setor público, em todos os seus níveis, precisa saber escutar esse setor para que, juntos, possamos definir políticas e ações que nos ajudem a viabilizar ainda mais eventos com foco na geração de negócios. E, como já mencionei, não se trata de obtermos incentivos fiscais ou benesses econômicas. São políticas ou leis estruturantes que ajudariam todos os players, inclusive os taxistas mencionados no início, a terem um envolvimento maior com o live marketing. Tenho plena certeza do sucesso deste diálogo.

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