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Opinião

Excesso de oportunidades

Envolto em um emaranhado de dúvidas geradas pela corrida eleitoral, Brasil sairá das urnas direto para um contexto comercial inédito, que embola o fim de ano: a sobreposição de Copa do Mundo, Black Friday e Natal


30 de agosto de 2022 - 6h00

(Créditos: Shutterstock)

Os executivos da indústria de comunicação, marketing e mídia têm diante de si um cenário inédito. O País, agora envolto em uma das eleições mais mobilizadoras de sua história, sairá das urnas para um contexto comercial que desafia anunciantes, agências, veículos e plataformas: a sobreposição de Copa do Mundo, Black Friday e Natal em um espaço de 35 dias.

Como os orçamentos das marcas responderão a esse excesso de oportunidades, em um momento de economia irrigada pelo pagamento do Auxílio Brasil e do décimo terceiro salário? Quais as estratégias para atrair a atenção e o bolso dos consumidores? Como serão usadas a publicidade, as mecânicas promocionais, as ativações de patrocínios e as abordagens de engajamento digital? Para responder questões como essas, a editora Roseani Rocha entrevistou executivos de marketing de diversos setores. Como detalha a reportagem das páginas 20 a 23, há estratégias específicas para cada um deles, mas também empresas que enxergam os três grandes eventos de forma combinada.

De certa forma, o supertrimestre com Copa, Black Friday e Natal pressiona ainda mais o marketing a lidar com uma de suas problemáticas principais desses tempos: a escolha de canais com um cardápio de opções que nunca foi tão numeroso como é hoje. E, mais do que isso, o desafio de encontrar linguagens adequadas e relevantes para cada um deles. No contexto esperado para o fim de 2022, de muitas ofertas simultâneas e eventos que roubam a atenção do público, a criatividade e a estratégia ganham ainda mais protagonismo na busca por melhores resultados.

Entrevistado principal desta edição, Eduardo Simon, sócio-fundador e CEO da Galeria, também fala sobre o assunto nas páginas 6 e 7, considerando que o mercado brasileiro tem maturidade suficiente para atravessar o período eleitoral sem sobressaltos, relatando que os clientes tentaram antecipar ao máximo seus planejamentos para o fim de ano e que as ferramentas de dados deixaram o processo mais científico.

Atento a sua missão de embasar o planejamento da indústria com conteúdo de qualidade, Meio & Mensagem lançou na semana passada o segundo report do Painel Marketing Trends, feito em parceria com a Kantar Ibope Media e destinado a medir trimestralmente a predisposição dos CMOs a investirem em compra de mídia.

Após entrevistas online com 70 decisores de marketing do País, o levantamento aponta alto índice de confiança em relação ao ambiente de negócios, apesar das tensões políticas, com três em cada quatro empresas (75,7% dos entrevistados) planejando aumentar ou pelo menos manter os investimentos em mídia neste terceiro trimestre.

O estudo completo, compartilhado com os profissionais associados ao Círculo Liderança, modalidade de assinatura do conteúdo, benefícios e serviços de Meio & Mensagem, detalha as perspectivas de investimento em 12 segmentos da mídia, da TV aos influenciadores. Os destaques positivos do trimestre de julho a setembro são os vídeos online e as redes sociais, que registraram os menores índices de pretensão de redução nos aportes dos anunciantes — 11,7% e 12,9%, respectivamente.

Essa rodada do Painel Marketing Trends mostra ainda, como conteúdo extra, a alta propensão dos líderes de marketing para a compra de espaços publicitários em plataformas de streaming de vídeo sob demanda, o que é considerado por 88,6% dos respondentes; e a relevância do uso de dados como balizador dos investimentos estratégicos e das relações das empresas com os clientes: o índice de concordância total com a frase “No futuro, pretendo ampliar o uso de dados em minha organização” foi de 80%, e de 74,3% com a afirmação de que os sistemas de CRM serão ainda mais importantes no futuro.

Além da valorização dos dados, passa dos eleições, Copa do Mundo, Black Friday e Natal, o que se espera é que 2023 comece com um verão ensolarado não só para os negócios do mercado, mas para as perspectivas de futuro do País.

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