Menos robôs, mais criatividade

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Opinião

Menos robôs, mais criatividade

Saindo de uma visão apocalíptica, podemos pensar a IA como base para uma nova era de desenvolvimento tecnológico, impulsionada pela criatividade e inovação


18 de abril de 2024 - 14h00

A inteligência artificial. Sabemos que ela está rapidamente se tornando uma parte fundamental de nossas vidas, com o potencial de transformar a maneira como vivemos, trabalhamos e criamos. Porém, diferente de uma visão apocalíptica de que pessoas e cargos serão substituídos, é importante entendê-la como uma tecnologia de uso genérico, semelhante à democratização da internet. A partir dessa perspectiva, podemos pensar a IA como a base para uma nova era de desenvolvimento tecnológico, impulsionada pela criatividade e inovação nos negócios.

Assim como a internet possibilitou o e-commerce e os marketplaces, a IA servirá como base para inovações em diversos setores. Essas inovações, por sua vez, fazem parte do desenvolvimento tecnológico da sociedade, e não representam uma ruptura binária como alguns temem. Para os interessados nessa visão realista de que estamos apenas vivenciando o início de um novo ciclo econômico, recomendo acompanhar os trabalhos de Sinead Bovell, futurista que acumula diplomas e prêmios por sua contribuição sobre o futuro da tecnologia.

Para que essa transformação seja saudável e sustentável, três elementos são essenciais. A Literacia e Dignidade Digital. As pessoas precisam ter conhecimento sobre IA para entender seus benefícios e limitações. Isso permitirá que façam escolhas informadas sobre como a IA impacta suas vidas e quais dados estão dispostas a compartilhar.
O segundo elemento, Responsabilização. Regulamentações claras são necessárias para o desenvolvimento e uso da IA, com foco em comportamentos ilegais e antiéticos, e não na tecnologia em si. Isso garantirá que comportamentos antiéticos, como vieses discriminatórios, sejam punidos.

E por último, mas de extrema relevância, Transparência. As organizações que desenvolvem e usam IA precisam ser transparentes sobre como coletam e utilizam os dados. Isso permitirá que as pessoas entendam como suas informações pessoais estão sendo usadas e mantenham controle sobre elas.

E como nós, profissionais, ficamos? Em vez de temer a IA, podemos vê-la como uma aliada na ampliação de nossas competências. Por meio da requalificação, a IA pode potencializar o que as pessoas já sabem e fazem, permitindo que lidem com tarefas mais complexas e contribuam de forma ainda mais valiosa, enquanto se concentram em habilidades humanas e criatividade.

As discussões no último SXSW, que aconteceram com altos executivos que contratam e treinam profissionais diariamente, sempre finalizavam em uma mesma conclusão: quanto mais a inteligência artificial eliminar a necessidade de atenção e esforço em tarefas simples e rotineiras, mais os profissionais poderão desenvolver e serão reconhecidos por suas habilidades inatas, como o pensamento crítico, inteligência interpessoal e, principalmente, criatividade.

E é exatamente nesse ponto que considero uma provocação mais realista e que possui o potencial de efetivamente mover os profissionais brasileiros para o futuro da força de trabalho: à medida que a inteligência artificial for capaz de nos apoiar no cotidiano, teremos a oportunidade de nos destacar pelos traços que efetivamente fazem com que sejamos humanos com pensamento crítico e criatividade.

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