Assinar

Mulheres no marketing: além do trabalho, precisamos olhar o todo

Buscar

Mulheres no marketing: além do trabalho, precisamos olhar o todo

Buscar
Publicidade
Opinião

Mulheres no marketing: além do trabalho, precisamos olhar o todo

Como a desigualdade de gênero ainda afeta nosso mercado e por que o Dia da Mulher é uma data importante


8 de março de 2024 - 15h00

Em maio de 1908, nos Estados Unidos, foi celebrado o primeiro Dia da Mulhet, mas apenas anos depois a data passou a ser comemorada oficialmente. Na época, cerca de 1,5 mil mulheres foram às ruas em manifestação, lutando pela igualdade econômica e política naquele país. No decorrer dos anos, a data foi ganhando cada vez mais visibilidade, conforme mais mulheres foram atingidas pelo senso de igualdade e, somente então, em 1975, a ONU oficializou a data, e aquele se tornou o Ano Internacional da Mulher.

O que a história nos mostrou com isso? Que desde muito cedo, as mulheres precisam lutar por seus direitos. Ganhamos sim mais espaço ao passar das décadas, mas há coisas que ainda estão na raiz do ser humano e precisamos podar de vez (mesmo que esse seja um processo lento). Antes, o que era chamado de “trabalho de mulher” se baseava em serviços domésticos ou era limitado à empregos já rotulados como femininos – como faxineiras, garçonetes, atendentes de lojas e mais uma infinidade de coisas reservadas, na grande maioria, para o “sexo inferior”.

Hoje, a equidade de gênero é um tema muito comentado e debatido, ainda mais se considerarmos a geração atual, que luta dia a dia para que essa distinção entre homem e mulher não seja parâmetro para definir uma vaga de emprego ou quais metas de vida cada um tem para si. De acordo com uma pesquisa feita em 2023 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Instituto FSB, as mulheres ocupam apenas 29% dos cargos de lideranças, enquanto os homens fazem parte de 71%. Como funcionárias, elas fazem parte somente de 30% e, além disso, 86% das empresas não contam com áreas que promovem a igualdade de gênero no local de trabalho.

O estudo retrata o mercado como um todo. Logo, a comunicação também faz parte destes números. Desde meu início nessa área eu percebo que existem tabus: eu tinha dificuldade de ser reconhecida e vista, minha opinião era vista como fútil e muitas vezes como superficial e desinteressante apenas por ser mulher. Além disso, eu ocupava o mesmo cargo que homens e mesmo assim recebia menos que eles. Falo isso porque creio que posso ser uma voz que grita rumo à evolução!

Um estudo feito pelo IBGE em 2023 mostra que as mulheres recebem 22% a menos que os homens dentro do mercado de trabalho. Inclusive, quanto maior for o cargo ocupado, mais essa diferença salarial aumenta: em casos de liderança, as pessoas do gênero feminino recebem até 34% a menos em comparação a um profissional do gênero masculino. Por causa dessa diferença, por tudo o que vi e por um sonho, decidi criar a Grapa, uma agência de marketing que tem uma equipe diversa, em que temos a oportunidade de proporcionar um salário igualitário, os mesmos direitos a ideias e opiniões, um ambiente seguro, acolhedor, e principalmente, inclusivo.

Mesmo com tantas mudanças é necessário continuar esse debate. Leis estão sendo criadas, estamos conseguindo nosso espaço a cada dia que passa, precisamos continuar lutando por nossos direitos e nosso local de igualdade dentro da sociedade.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Quando menos é muito mais

    As agências independentes provam que escala não é sinônimo de relevância

  • Quando a publicidade vai parar de usar o regionalismo como cota?

    Não é só colocar um chimarrão na mão e um chapéu de couro na cabeça para fazer regionalismo