Assinar

O entretenimento em tempos de coronavírus

Buscar

O entretenimento em tempos de coronavírus

Buscar
Publicidade
Opinião

O entretenimento em tempos de coronavírus

Marcas precisam deixar claro qual o seu papel na sociedade perante o caos


25 de março de 2020 - 18h21

(Crédito: Malchev/istock)

“Vamos tomar aquele chopinho?”, “passa lá pra tomar a saideira!” e “sextou” são expressões populares que representam muito bem o setor de entretenimento e que, em tempos de coronavírus, precisarão ser reinventadas. A quarentena forçada pelo medo de contaminação gera uma mudança de hábito em toda a população. Encontros só virtuais. E, com isso, a indústria do entretenimento, que contempla negócios, congressos, eventos, em geral, e o próprio turismo, simplesmente parou da noite para o dia. Teatros, cinemas, casas de shows foram fechados por tempo indeterminado; shows, festivais, eventos cancelados ou adiados; produtores culturais e esportivos, empresas de entretenimento demitindo em massa para minimizar prejuízos imediatos e tentar conter custos, buscando prever o futuro ao final desta pandemia. Mas o fato é que estamos falando de uma movimentação de nada menos que R$ 936 bilhões na economia (13% do PIB), um volume de 25 milhões de empregos diretos e indiretos. A solução imediata não resolverá a longo prazo os danos desta pandemia no setor.

Nos EUA e na China, a Disney World, símbolo máximo do entretenimento live, fechou as portas para conter o vírus. Todos os principais eventos do mundo foram cancelados ou adiados. São agendas e reagendamentos, previsões e expectativas que aguardam respostas imediatas. Uma massa que urge por respostas. O setor se movimenta e precisará de ajuda para sobreviver, para se reerguer.

Como será passar a Páscoa, o Dia das Mães e o Dia dos Namorados presos em casa, sem poder encontrar pessoalmente ninguém? Os encontros passam para o virtual. Grupos já começam a se organizar para que as pessoas se vejam e não se aloje ainda uma crise mental, causada pelo afastamento humano e pelo medo de se encontrar e se esbarrar no outro.

Como diz Gilberto Gil em sua obra-prima Copo Vazio: “É sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar”, e é assim que todos devem olhar isso tudo. Reinventar o modo de criar jornadas de comunicação e entretenimento para pessoas e marcas é o desafio diário, e somente olhando para o lado cheio do copo é que conseguiremos atravessar de cabeça erguida a crise.

Aproveitar a oportunidade para reaprender a trabalhar (de home office), reaprender a lidar com o tempo (o nosso e o dos nossos filhos em casa!) e estar atento a todas as oportunidades que surgirão com essa crise deve ser o nosso mantra. E as marcas, mais do que nunca, precisam deixar claro qual o seu papel na sociedade perante o caos.

Começamos a ver algumas marcas já atuando diretamente: empresas de telefonia dando descontos na internet e conteúdo para as pessoas presas em casa passarem o tempo; fábricas parando de produzir seus produtos para produzirem álcool gel, extremamente necessário para conter a pandemia e já em falta em praticamente todo o mundo; artistas se apresentando virtualmente para entreter as pessoas por vídeo live. Quem for verdadeiro e tiver boas ideias, sai na frente, prato cheio para as agências que zelam pela busca incessante de boas ideias. Prato cheio para os chamados criativos extrapolarem a mente criativa para gerar conteúdo do bem, engajar positivamente, deixar história e construir novas páginas.

Temos que cuidar da nossa gente e também da “gente dos outros”, literalmente, dar as mãos (mesmo que mentalmente), pois isso vai passar e todo este povo vai voltar a se encontrar, mesmo que de um jeito diferente, mais humano, como tem acontecido em todos os lugares do mundo. Temos que exercer nosso papel de cidadãos trabalhando, mais do que nunca, em busca das boas ideias para ajudar as pessoas e marcas a passarem por essa crise e voltarem a lotar todos os espetáculos — teatros, cinemas e eventos pelo Brasil, assim que tudo isso passar — porque o show não pode parar!

**Crédito da imagem no topo: Piranka/iStock

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Quando menos é muito mais

    As agências independentes provam que escala não é sinônimo de relevância

  • Quando a publicidade vai parar de usar o regionalismo como cota?

    Não é só colocar um chimarrão na mão e um chapéu de couro na cabeça para fazer regionalismo