Opinião
O futuro é das empresas life-centric
Inovação é parte de uma cultura de aprendizado e, mais do que comunicada, deve ser permanentemente praticada de maneira descentralizada e multidisciplinar
Inovação é parte de uma cultura de aprendizado e, mais do que comunicada, deve ser permanentemente praticada de maneira descentralizada e multidisciplinar
O futuro está em colocar o consumidor no centro das decisões, mas não só isso. Priorizar também o mundo, a vida e os valores dele é o que fará diferença daqui para frente.
O novo direcionamento também já está presente em pesquisas de mercado, como a que a Accenture realizou com 850 executivos de 14 países em 2022. Segundo o estudo, empresas com esse foco são três vezes mais propensas a superar a concorrência em receitas de novos negócios e no lançamento de novos produtos.
Afinal, para as pessoas, importa menos o produto que as empresas estão oferecendo, e mais como ele dialoga com os valores e com o universo delas. Até a própria funcionalidade do item fica em segundo plano em relação à sua relevância neste contexto.
A estratégia é chamada de life-centric e representa a direção para a qual muitas empresas seguem quando pensam em inovar. Inovação é parte de uma cultura de aprendizado e, mais do que comunicada, deve ser permanentemente praticada de maneira descentralizada e multidisciplinar.
Ela surge da disposição constante de resolver problemas e melhorar o que já existe, tendo a vida do nosso cliente em primeiro lugar.
Diante disso, já podemos afirmar que, em um prazo de cinco anos, não conseguiremos mais vender os mesmos produtos, com as mesmas embalagens. Pode até parecer um cenário distante, mas é uma convicção de times de Pesquisa & Desenvolvimento.
Se os materiais não forem totalmente recicláveis e não houver investimento na busca por novas alternativas, as empresas vão perder relevância e mercado. Esse é um caminho sem volta, sem espaço para errar.
Sabemos que o desenvolvimento de produtos mais sustentáveis tende a gerar mais custos, o que impacta os dois lados do negócio. Para a empresa, uma cadeia mais sustentável pode diminuir as margens de lucro e pressionar o preço final. Já para o consumidor, pode gerar a chamada angústia moral, que acontece quando ele se vê obrigado a abrir mão de seus valores quando os produtos e serviços não cabem no orçamento. Segundo uma pesquisa do Instituto Akatu, 57% dos brasileiros consideram que viver de forma sustentável é “muito caro”.
Porém, também sabemos que o nosso volume de produção é tão grande que tem o potencial para transformar a nossa cadeia – desenvolvemos em torno de quatro mil novos produtos por ano e lançamos anualmente no mercado cerca de quatro mil deles. Por isso, quando solicito uma embalagem mais sustentável ao meu fornecedor, por exemplo, popularizo essa tecnologia para toda a indústria. Assim, mudamos o ponteiro juntos e avançamos a agenda ESG de maneira coletiva.
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