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Opinião

O que empresas e lideranças têm a aprender com o Real Madrid

Da última década para cá, o clube vem empilhando conquistas e três características têm sido fundamentais para isso


5 de julho de 2024 - 6h00

A Champions League terminou recentemente e coroou, mais uma vez, o trabalho de excelência realizado pelo Real Madrid. É o 15º título do clube merengue, vencedor absoluto com folga da competição.

Falando de negócios, foi o time que mais faturou na última temporada: € 831,4 milhões – sem nenhum centavo dos petro euros que alguns grandes times têm hoje.

Olhando o tamanho desse sucesso, acabei buscando alguns paralelos com nosso mundo corporativo e nossa louca vida profissional tentando encontrar algumas similaridades.

O Madrid é considerado por muitos o melhor time do mundo, mas também vive altos e baixos. Teve períodos em que apenas viu o principal rival ganhar tudo. Porém, da última década para cá, o clube vem empilhando conquistas, e vejo três características fundamentais para isso: planejamento, gestão e consistência.

Havia uma base muito bem estruturada, com treinador (Zidane), um supercraque (CR7), além de outros excelentes jogadores, mas, algum tempo depois, os dois saíram – o Real os deixou saírem – e uma dúvida pairou imediatamente no ar: “O que aconteceria com aquele time multicampeão?”.

O Real continuou a vencer. Com uma visão de futuro e consistência o time apostou – buscou no mercado – jovens talentos como Vini Júnior e Rodrygo, por exemplo; manteve medalhões que ainda possuíam brio, como Kroos e Modric; e ainda angariou outras estrelas ascendentes remontando o time para seguir vencendo. Tudo isso sem investimentos astronômicos. Trouxe um novo treinador, um super gestor, Carlo Ancelotti, que foi fundamental para executar o “encaixe” desse novo elenco, além de trazer novas táticas e processos adaptados para esse novo material humano.

Essa capacidade de adaptação e transformação contínua só é possível porque sua liderança tem visão e ousadia. Estou falando de Florentino Pérez, que foi eleito presidente do clube merengue pela primeira vez em 2000 como presidente e que, desde 2009, segue direto à frente da instituição, mostrando uma capacidade ímpar de manter sua companhia sob mais alta performance por longos anos, além de tornar o clube altamente rentável e ser uma das maiores marcas do planeta.

A gestão do Real Madrid inspira, porque faz aquilo que acredito ser fundamental para qualquer instituição: está sempre olhando o futuro sem deixar o presente, e se desgarra do passado, mas o mantendo como referência. E seu sucesso está inerentemente atrelado à gestão das pessoas, dos talentos, de saber oportunizar os jovens, extrair o melhor da equipe mais sênior, e fazer trabalharem juntos. Executar mudanças quando é o melhor para o coletivo, fazer as transformações sem medo, sem receios, mas com planejamento, consistência e gestão.

Não é fácil e exige coragem, além de planejamento, capacidade de gestão e consistência (coincidência?), necessário para que seja mantida a régua alta (e ir além dela). Não podemos deixar a bola cair; nosso mercado de OOH, por exemplo, está se transformando, correndo a 200 km/h. Temos o passado como referência, mas é para o futuro que estamos olhando, realizando no presente as ações que são necessárias para chegar aonde desejamos e sempre olhando e cuidando das pessoas dando espaço, voz e poder de realização.

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