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Opinião

O que vem depois do vídeo de 60 segundos?

O TikTok faz bem em buscar outras formas de influência, seja pela cessão dos direitos de seu algoritmo, ou por ser uma plataforma que ainda garante ao usuário bons índices de engajamento e de visualizações


4 de agosto de 2021 - 6h00

Os vídeos curtos verticais trouxeram para a nova geração um formato efetivo de como se passar uma mensagem adiante. Se há dois anos, toda a dinâmica do TikTok e o potencial de engajamento deste aplicativo eram tidos como o grande diferencial e até então era pouco usada no cenário mainstream das redes sociais, hoje isso já não é mais
realidade.

Pelo contrário, a proposta centrada em vídeos com menos de 60 segundos foi levada a um outro patamar, sendo dissipada e adaptada para outros formatos, como o Reels do Instagram e, mais recentemente, o Kwai e o Shorts, do YouTube.

Longe de mim cravar que esta replicação em larga escala não iria acontecer, na verdade, a lógica do capitalismo está em aprimorar fórmulas que dão certo. Por outro lado, todo este processo foi acelerado a partir do sucesso que o TikTok registrou nos últimos anos.

Segundo os dados divulgados no último mês pela Infobase Interativa, o aplicativo registrou neste ano o maior número de downloads em um único quadrimestre, com mais de 315 milhões de instalações no mundo. De acordo com dados da Comscore, publicados pela Adweek, usuários entre 25 e 34 anos são os que possuem a maior taxa de crescimento de visitas únicas na plataforma.

Dados de outra pesquisa também realizada em junho deste ano pela Opinion Box, site que elabora pesquisas com base no depoimento do usuário, apontam que cerca dos 77% dos participantes ouvidos pelo levantamento passaram a utilizar o TikTok com mais frequência a partir do isolamento. Sendo que para 68% das pessoas o aplicativo administrado pela Bytedance é considerado uma rede social viciante.

Os vídeos curtos verticais trouxeram para a nova geração um formato efetivo de como
se passar uma mensagem adiante (Crédito: Solen Feyissa/Unsplash)

Os vídeos curtos de fato possuem essa capacidade de prender a atenção de uma pessoa. A própria publicidade já fazia uso desta lógica com os spots de TV, entretanto, o TikTok foi capaz de concentrar esta atenção, por dar dinamicidade às interações e também por ter um algoritmo diferenciado, que gerava um engajamento em um período de tempo muito menor quando comparado às outras redes sociais.

A partir do momento que os vídeos curtos verticais não se restringiam ao TikTok, outras plataformas com proposta semelhante chegaram ao mercado. A ideia de aprimorar um aplicativo que já funcionava não era mais suficiente. Com isso, a Bytedance decidiu, recentemente, que passaria a comercializar a tecnologia por trás de seu algoritmo.

O anúncio foi recebido com insegurança pelo mercado, afinal qual o sentido de entregar o “segredo do sucesso” aos concorrentes? Mas a lógica por trás disso, demonstra uma movimentação estratégica em termos de presença para a concorrência. O Facebook já adotou a mesma tática no passado, quando identificou a projeção que redes como Instagram e o próprio WhatsApp estavam ganhando.

No fim, a história se repete e o TikTok faz bem em buscar outras formas de influência, seja pela cessão dos direitos de seu algoritmo, ou por ser uma plataforma que ainda garante a seu usuário bons índices de engajamento e de visualizações, mesmo que possua uma métrica ainda imprecisa e um pouco injusta, mas que vai muito além de alguns segundos de nossa atenção.

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