O TikTok Shop marca uma mudança de era no e-commerce brasileiro

5 de junho de 2025 - 14h00

A fusão entre entretenimento e consumo começou oficialmente no Brasil. O TikTok Shop é muito mais do que uma nova funcionalidade no app “das dancinhas”: é o início de uma mudança profunda no comportamento de compra dos consumidores, nas estratégias de venda e na lógica do e-commerce como conhecemos.

Pode parecer exagero, mas essa já é uma realidade em outros países. Na China, por exemplo, o live commerce e os influencers são centrais no e-commerce. Por aqui, temos uma alta penetração nas redes sociais e muito apetite por consumo online, o que significa que somos um terreno fértil para seguir os mesmos passos.

Atuo com conteúdos TikTok-first e foco em engajamento na plataforma desde 2021. Testamos estratégias de performance desde que o TikTok Shop foi lançado lá fora, inclusive com grandes marcas. Por isso, falo com propriedade: este é um novo ecossistema, não apenas um novo canal de vendas.

O problema é que a maioria das marcas não está pronta para essa transformação.

Além do medo de entrar de cabeça em algo tão recente, muitas marcas ainda operam o digital como se estivéssemos em 2015, com campanhas individualizadas, departamentos isolados e estratégias estáticas. Mas o TikTok Shop exige outro modelo, que una tecnologia, marketing, operação e influência.

O primeiro passo é entender que, agora, conteúdo e conversão estão intrinsecamente atrelados. O vídeo já não é mais um suporte para o produto, mas sim o próprio canal de vendas. O feed virou vitrine. O entretenimento virou estratégia. E a compra acontece ali, no impulso, sem sair do app.

Assim, quem domina conteúdo tem poder de mercado. Não basta entender de mídia paga ou ter um bom mix de produtos. É preciso pensar os vídeos como motor de vendas, com velocidade, criatividade e aderência às tendências da plataforma.

Minha recomendação é contar com parceiros que já conheçam bem o TikTok Shop e saibam como ativar sua loja rapidamente. Existem questões específicas a serem consideradas, como os produtos restritos e proibidos, por exemplo, ou o Shop Score. Afinal, a plataforma possui políticas de uso próprias que devem ser seguidas à risca.

A verdade é que a corrida já começou e a janela é curta para ganhar tração e posicionamento na frente da concorrência. As marcas que entrarem com estratégia, agilidade e entendimento do ecossistema têm chance real de construir vantagem competitiva. Nada de esperar um case de sucesso antes de investir, como muitas vezes acontece – quem não for o case, será o exemplo do que ficou para trás.