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Onde começa e (nunca) termina a audiência de TV hoje?

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Opinião

Onde começa e (nunca) termina a audiência de TV hoje?

Aí você começa perguntando, TV Paga ou TV Aberta. Não importa, TV.


19 de julho de 2016 - 10h00

A mensuração da audiência de TV capta hoje uma parte (gigante, é bem verdade) do que de fato se transformou a abrangência desse meio, que nem um meio é mais, são vários. Mas deixa de fora um pedaço importante que só vai crescer.

Vamos aos pouquinhos. Comecemos pelos players.

Boa parte das redes de TV dá hoje como opção a sua audiência assistir on demand ou em tempo real parte ou a íntegra de sua programação através de aplicativos tipo play. Só aí, já ferrou. Não estamos mais falando em audiência clássica de TV, porque a audiência clássica de TV sempre foi aquela considerada no tempo real da exibição ao vivo da grade, no ambiente domiciliar. A opção on demand dos player quebra essa lógica e os players em si ampliam a penetração do meio … ops … da plataforma TV consideravelmente. Começamos a ter números sobre isso, mas como dissemos, os players são só o começo.

Dados recentes da rede CBS mostraram, por exemplo, que a audiência de sua série Limitless, que ao ser exibida na grade tradicional atingiu na estreia 9 milhões de telespectadores (mensurados no momento de exibição do primeiro episódio da temporada) e que essa audiência saltou para 16 milhões, quando se incluiu na medição as exibições em streaming pela web, redes sociais, mais seu app play.

Mas na verdade a expansão da audiência televisiva é um fenômeno que não para aí. Tem a questão dos devices. As mensurações não conseguem ainda capturar hoje, em toda a sua complexidade, as exibições em smartphones, tablets, laptops e TVs conectadas. Há dados, mas são dispersos e ainda razoavelmente inconsistentes.
E temos que levar em conta ainda que um conteúdo colocado on demand na web segue sendo consumido num tempo sem fim, que não sabemos direito qual é e nem quanto dura.

Essa é uma boa e uma média boa notícia. A boa, para as redes de TV, é que agora seu conteúdo virou na verdade uma plataforma estendida de inúmeras possibilidades praticamente sem fim de replicação e retroalimentação. A médio boa é que, ao menos por enquanto, é ainda difícil para agências e anunciantes saber exatamente o que podem estar comprando. Quer dizer, poderiam até comprar mais, se tivessem como saber que mais é esse, sua abrangência, perfil de audiência e, preferencialmente de forma programática (mas essa é outra conversa).

No fundo, a média boa notícia esconde um potencial de crescimento para o meio … ops … a plataforma multi-meios que chamávamos antigamente de TV e que, graças a todas essas transformações recentes, não temos ainda como saber onde vai parar.

As pessoas assistem hoje programação de TV exibida semanas ou até meses atrás. Em um número de devices que só tende a se diferenciar tecnologicamente, por um lado, e trazer mais e mais novas audiências conectadas, por outro.
TV não é mais TV. Audiência é só um lado da questão. Num próximo post, falaremos de outros.

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