Quais os limites de aplicação da Inteligência Artificial?
Se de um lado tem gerado muita empolgação, de outro, o ChatGPT desperta preocupações éticas quanto a seu uso
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6 de fevereiro de 2023 - 15h00
O ChatGPT é a sensação do momento e não é para menos. Baseado em inteligência artificial, o novo chatbot criado pela OpenAl foi lançado no final de novembro de 2022 e coloca em um novo patamar tecnológico a atual geração de chatbot geradores de textos pela qualidade e refinamento do seu conteúdo. Nos primeiros cinco dias de existência, mais de um milhão de pessoas se inscreveram para utilizar a nova ferramenta de inteligência artificial. Para se ter uma ideia, o então Facebook (atual Meta) levou dez meses para atingir esse número de usuários.
Um dos destaques do ChatGPT é a sua capacidade de compreender o contexto e gerar respostas humanas naturais. Além disso, ele é baseado em transformers, um tipo de rede neural de processamento de linguagem, o que o torna escalável e eficiente em processamento de dados. Ele também possui uma grande quantidade de dados de treinamento, o que permite sua utilização em uma ampla gama de aplicações e domínios. Isso o diferencia de outras ferramentas de IA, que podem ser mais limitadas em sua capacidade de compreender contexto e responder de forma natural.
Para se ter uma noção da força e amplo conhecimento deste chatbot, a sua primeira versão foi alimentada e treinada por sete mil livros e na versão atual foram utilizados mais de 45 Terabytes de dados, incluindo Wikipedia. Porém, quando o assunto é matemática, o ChatGPT não é a melhor opção. A plataforma ainda faz cálculos errados e sua maior dificuldade é calcular potência. O ChatGPT aprende com o feedback dos usuários para tornar suas respostas cada vez mais consistentes, o que traz expectativas de melhoria contínua da tecnologia a partir da interação com os usuários.
Se por um lado há um número cada vez maior de pessoas ao redor do mundo encantadas com a capacidade do ChatGPT de responder a perguntas complexas, além de escrever artigos, traduções, corrigir códigos de software, os mais céticos apontam que uma das principais considerações éticas no uso do Chat GPT está no viés dos dados imputados na ferramenta. Como o modelo é treinado a partir de um enorme volume de texto, todo o viés presente nesses dados é refletido no resultado da resposta. Isso pode levar a respostas imprecisas e preconceituosas. Some-se a isso a dificuldade da ferramenta em entender a ironia e o sarcasmo. O avanço rápido do ChatGPT tem preocupado também segmentos como Educação. Segundo a revista Forbes, algumas escolas de Nova York estão bloqueando o uso do ChatGPT, e existe uma expectativa de que a ferramenta de inteligência artificial seja proibida em todos os colégios públicos por conta da preocupação sobre o aprendizado dos alunos.
Não é de hoje que se fala em leis e órgãos reguladores, principalmente quando pensamos nos riscos envolvendo uma tecnologia tão avançada, que nas mãos de pessoas mal intencionadas seriam capazes de causar danos irreparáveis. Algumas regiões pelo mundo saíram na frente no quesito regulamentação, como a China, que já determinou que toda imagem ou vídeo criado por ferramentas de IA têm de vir com marca d’água. Já na cidade de Nova York a nova lei entra em vigor a partir de abril de 2023, e determina que todas as contratações ou promoções de colaboradores que derivarem de inteligência artificial, deverão ser auditadas, checando se não houve qualquer tipo de discriminação ou viés contra pessoas negras, latinas, mulheres, LGBTQIA+ etc.
De qualquer forma, o sucesso gerado pela OpenAI mostra que, mesmo na recessão mais sombria da indústria de tecnologia e após um ano difícil de demissões em massa e cortes de gastos, os investidores em tecnologia continuam em busca de novas tendências. Poucas áreas estão gerando mais empolgação do que a IA, um segmento que promete reinventar tudo. Embora ferramentas como o ChatGPT, tenham cada vez uma melhor capacidade de gerar conteúdo de qualidade, nenhuma delas é capaz de igualar a criatividade e as nuances da mente humana. Mas podem ajudar. Uma parte deste artigo, inclusive, foi escrita com a ajuda do ChatGPT.
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