5 de maio de 2025 - 14h00
Se o mercado ainda acredita que uma vitrine virtual e um botão de comprar são suficientes, no varejo online, está na hora de rever essa lógica. Em 2025, o consumidor não é mais somente um usuário do outro lado da tela — ele é protagonista, parte ativa do processo. A geração Alpha, que cresceu dando comandos de voz e deslizando o dedo antes mesmo de saber escrever, já dita o tom do que vem por aí. E eles não são uma continuação da geração Z: são outro capítulo. Mais visuais, mais impacientes, mais ágeis, sem nem perceberem a transição entre físico e digital e, talvez, o mais importante: são consumidores influentes dentro de seus lares. Uma pesquisa da McCrindle estima que a geração Alpha movimentará cerca de US$ 5,4 trilhões até 2029. O impacto está chegando — e rapidamente.
O maior desafio não é apenas entendê-los, mas transformar a experiência de consumo para realmente conquistá-los. Pense: talvez você, assim como eu, tenha vivido num mundo onde nem havia internet (pasmem, isso já foi verdade!). Depois, veio o encantamento de descobrir informações sem nem precisar abrir a Barsa ou comprar um produto e receber sem precisar sair de casa — mesmo que demorasse, às vezes, meses. Se antes, um serviço rápido e eficiente era diferencial, hoje é apenas o básico, status quo, commodity.
É aí que mora a oportunidade. Negócios que conseguirem ir além, que repensem não somente o que vendem, mas como se conectam, têm muito espaço para crescer. Pegue o e-commerce como exemplo, nos últimos 15 anos aqui no Ocidente, evoluiu em logística, passou a entregar em poucos dias, aprendeu melhor quais produtos podemos gostar, ofereceu novas formas e meios de pagamento — mas, no fundo, a jornada mudou pouco. Ainda escolhemos, clicamos e pagamos. Funcional. Rápido. Eficiente. Mas sem muita emoção.
Agora, lembre: essa geração já cresce em um mundo onde isso tudo é o básico. No qual o problema não é acesso, mas a falta de algo que emocione. O que vai fazer uma marca ser relevante para essa geração? Não é ser mais barato ou mais rápido. É criar experiências que envolvam. Que construam histórias que valham a pena ser vividas — e, melhor ainda, compartilhadas.
A Salesforce fez um estudo que indica que 73% dos consumidores, hoje, priorizam a experiência tanto quanto o preço. Já a PwC aponta que 86% estariam dispostos a pagar mais por experiências superiores. O futuro dos negócios não é apenas vender produtos. É criar universos, motivos para se conectar. É pensar seus canais como plataformas de entretenimento e inspiração. Onde seu consumidor não apenas passa, mas quer ficar.