Resultados escaláveis começam pela conexão entre cultura, marca e negócio
Empresas tradicionais e startups muitas vezes têm líderes carentes de preparação para gestão, desenvolvimento de equipes e fortalecimento da cultura
Resultados escaláveis começam pela conexão entre cultura, marca e negócio
BuscarResultados escaláveis começam pela conexão entre cultura, marca e negócio
BuscarEmpresas tradicionais e startups muitas vezes têm líderes carentes de preparação para gestão, desenvolvimento de equipes e fortalecimento da cultura
Como especialista em branding e cultura organizacional, tenho a oportunidade de interagir com inúmeras marcas em diversos segmentos de mercado. Em muitos casos, percebo um desafio comum: líderes proficientes e experientes em uma ou mais disciplinas, mas que carecem da preparação necessária para assumir a responsabilidade pela gestão do negócio, pelo desenvolvimento de suas equipes e pelo fortalecimento da cultura. Esta é uma realidade que não se limita a empresas tradicionais ou startups de tecnologia, mas abrange organizações de todos os tamanhos e setores.
De acordo com um estudo da Harvard Business Review em 2022, a motivação tem um papel fundamental no desempenho – e, portanto, no desenvolvimento – dos colaboradores. Quando estamos motivados, somos até 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e inovadores. E a liderança é um fator crítico na criação desse ambiente motivador. No Brasil, um estudo da Gallup em 2021 revelou que apenas 27% dos times se sentem altamente engajados no trabalho, e 70% desse engajamento deriva diretamente da liderança.
A qualidade das relações com a liderança é, portanto, crucial na experiência das pessoas. Interações eficazes e pessoais não apenas despertam entusiasmo como também afetam os resultados das equipes. Contar com líderes tão competentes como inspiradores revela-se, assim, uma necessidade, visto que eles são fundamentais para a construção de uma cultura forte. Vale enfatizar que uma pesquisa do MIT Sloan, realizada em 2022, destaca que a cultura de uma empresa é considerada mais importante do que a remuneração oferecida.
A formação de futuros gestores – considerando treinamentos, mentorias, alinhamentos, diálogos horizontais e autonomia – exige dedicação e leva tempo. Muitas vezes observo executivos C-level diante de um dilema: investir em vendas e resultados oportunistas, de curto prazo, ou no desenvolvimento das pessoas? Esse é um falso dilema. O sucesso sustentável, com saltos de crescimento expressivos, só é possível por meio de equipes motivadas e dispostas. A alta produtividade decorre da confiança na liderança, conforme destacado pela Harvard Business Review.
Um dos fatores que contribui para solucionar essa equação é o alinhamento das áreas responsáveis pela cultura organizacional e pelo branding, que precisam colaborar, influenciar-se mutuamente, sem competitividade. Isso porque quando os valores de uma organização são vivenciados da porta para dentro, as expressões e experiências da marca, da porta para fora, são consistentes e verdadeiras. Equipes orientadas a uma cultura de inovação, por exemplo, poderiam promover experiências para os seus clientes capazes de mudar seus comportamentos e redefinir o próprio segmento de mercado de atuação. Uma orientação a pessoas poderia priorizar experiências que despertam vínculo e conexões emocionais com seus consumidores, gerando fidelidade e love brands. Já uma orientação à colaboração poderia incentivar convites aos clientes para que se tornem cocriadores e conteudistas da marca, expandindo a experiência para além do momento da compra.
Uma das formas de analisar a saúde da marca e da cultura é exercer um olhar sob dois eixos essenciais: propósito e experiência. Ambos são complementares e igualmente relevantes. Afinal, de que vale um propósito inspirador sem experiências que o tangibilizem?
No âmbito dos eixos de propósito e experiência, são estudadas seis competências, sempre considerando colaboradores e clientes:
Ao investir na construção de culturas e marcas fortes, as organizações podem atingir resultados escaláveis, sustentáveis e crescentes. Com isso a relação entre marca, cultura e negócio se torna cada vez mais imperativa e é a chave para o tão cobiçado business transformation. É hora de trazer à consciência da liderança não apenas a importância da cultura, mas como incorporá-la em todas as facetas do negócio. Ao fazer isso, as empresas podem colher os benefícios de equipes motivadas, clientes satisfeitos e resultados excepcionais.
Compartilhe
Veja também
E se o Cannes Lions premiasse as melhores parcerias do ano?
Num mundo em que a criatividade virou moeda valiosa, colaborações bem construídas se tornaram a força motriz da inovação
Os cases gringos mais memoráveis de Cannes 2025
Iniciativas como The Final Copy of Ilon Specht, vencedor do Grand Prix de film, são exemplos de consistência das marcas e reconhecimento a quem faz parte da história delas