Assinar

Se essa Copa fosse minha

Buscar
Publicidade
Opinião

Se essa Copa fosse minha

Minhas regras teriam classificação automática de tricampeãs, vagas para países estratégicos e uma sede única


17 de novembro de 2017 - 13h34

Se eu fosse o dono do futebol mundial, mudaria muitas coisas na Copa do Mundo.

Em primeiro lugar, daria classificação automática para todas as seleções que já foram campeãs pelo menos três vezes. Assim como a Taça Jules Rimet foi dada em definitivo ao Brasil depois de ganhar a Copa do Mundo pela terceira vez em 1970, quem tivesse ganho três Copas do Mundo, não precisa disputar eliminatórias nunca mais.

Assim não precisaria sofrer vendo a Itália ficar fora do mundial, privar-me de ver o melhor goleiro do mundo se aposentando antes da hora nem ficar sem falar com a minha mulher, que é italiana por vários dias. A Argentina ainda poderia ficar de fora pelas minhas regras, só para animar as eliminatórias.

Minha segunda mudança seria reservar algumas vagas para países estratégicos. Na minha Copa do Mundo, a China, os Estados Unidos e a Índia também não precisariam disputar as eliminatórias, pois sempre teriam um lugar garantido.

Com estes três países, eu conseguiria desenvolver o futebol nas maiores economias do mundo e conquistar uma população jovem que hoje está mais preocupada com o basquete, o futebol americano e o críquete, respectivamente.

A terceira iniciativa seria em relação aos futuros países-sede. Eu limitaria a escolha aos que tivessem os torcedores mais apaixonados, a melhor infraestrutura e a menor diferença de horário com o Brasil. Ou seja, toda Copa do Mundo seria na Alemanha.

Na Alemanha tudo funciona bem. Há muitos estádios excelentes, a distância entre as cidades é aceitável e o transporte entre elas é impecável, as “Fan Fests” são sempre muito divertidas, a comida e a Coca-Cola, da melhor qualidade, e os anfitriões muito amáveis.

Para acabar, exigiria que a Alemanha, pela qualidade do seu futebol, por jogar em casa e sempre se classificar automaticamente, jogasse com apenas 6 jogadores. O goleiro mais cinco na linha. Só pra dar uma chance para o restante dos países.

Reconheço que minhas regras seriam injustas. Fatalmente não selecionaria os melhores times, mas sim as seleções que eu e quase todos os torcedores do mundo queremos ver jogando. Uma tremenda injustiça com o fair play. Mas, na posição de dono do futebol, faria assim mesmo.

Como tudo isso é apenas um sonho, enquanto eu não assumo o controle da Copa do Mundo, vamos sem Itália, Estados Unidos, Chile e Holanda mesmo. Vamos também de Rússia com jogos às 5 da manhã. Bom pra quem vende sucos de laranja, queijo minas e pão francês.

Copa do Mundo é sempre um programa que vale a pena, não importa onde seja nem quem jogue. Um abraço pro Gigi Buffon.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Quando menos é muito mais

    As agências independentes provam que escala não é sinônimo de relevância

  • Quando a publicidade vai parar de usar o regionalismo como cota?

    Não é só colocar um chimarrão na mão e um chapéu de couro na cabeça para fazer regionalismo