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Opinião

Smart Data: como aplicar o poder dos dados ao seu negócio

Dados em sua forma pura são de pouca serventia: somente ao refinar eles é que se tornam relevantes e podem ser aplicado aos negócios


27 de setembro de 2017 - 10h32

A coleta e o uso de dados como instrumentos de gestão e de conhecimento do cliente vêm se mostrando a nova fronteira da diferenciação estratégica no varejo mundial. A ciência do consumo só tem a ganhar com a aplicação das informações colhidas nas interações com os clientes, uma vez que permite ao varejo e à indústria identificar oportunidades promocionais, posicionamentos de preço, investir de forma assertiva em comunicação e mídia e gerar insights relevantes para produtos e serviços.

A frase “data is the new oil” (“os dados são o novo petróleo”) resume bem a importância que as informações passaram a ter em um mundo gerido a partir dos algoritmos, no qual o big data e o machine learning dão às máquinas a possibilidade de trabalhar com uma quantidade imensa de dados e, a partir deles, extrair conhecimento em uma velocidade que seria humanamente impossível. Mas, assim como acontece com o petróleo, os dados em sua forma pura são de pouca serventia (e também de pouco valor): somente ao refinar os dados é que eles se tornam relevantes e assumem um formato que pode ser aplicado aos negócios.

A importância dos dados será cada vez maior, em grande parte porque a quantidade de dados que se coletam é cada vez maior: 90% dos dados atuais foram criados nos últimos dois anos e, em 2022, a quantidade atual de informações representará apenas 5% do volume total então disponível. Isso decorre da redução de custos: em 1970, 1GB de espaço em disco custava US$ 10 milhões, hoje custa US$ 0,03. A consequência desse barateamento é que quem não tiver condição de capturar informações e transformá-las em insights e estratégias de negócios relevantes ficará para trás. E muito rapidamente: o valor dos dados aumenta conforme o machine learning evolui, e essa evolução se dá a partir da coleta de dados. Mais informações alimentam a inteligência de negócios e geram mais relevância, em um ciclo de expansão cada vez mais acelerado.

Como usar esse poder do machine learning e da Inteligência Artificial para gerar negócios? O desafio é trazer sentido à imensa quantidade de dados coletados a partir de mais de 600 milhões de transações de compras anuais por mais de 34 milhões de consumidores no Brasil, transformando o “petróleo” bruto em combustível para a aceleração dos negócios de varejistas e indústrias. Os clientes querem receber informações relevantes, contextualizadas, no momento adequado, de forma personalizada. Isso só é possível a partir do uso da ciência do consumo e de uma visão única dos consumidores, a partir de dados de compra (online e offline) e de navegação online. Trabalhando de forma colaborativa com a indústria e com o varejo, torna-se possível desenvolver ações relevantes que entreguem aos consumidores os produtos que eles desejam, por um preço interessante, no momento em que eles estão dispostos a comprar.

Para que isso seja possível, é preciso ir além do que a maioria das empresas tradicionalmente faz:

– Utilize a maior quantidade possível de dados: não é possível afirmar de antemão quais dados são de pouca importância para o entendimento do cliente. Por isso, colete tudo o que for possível;

– Trate os clientes como indivíduos: eles não são números em uma tabela, são pessoas com desejos, necessidades e motivações que, uma vez compreendidos, geram relacionamentos muito mais fortes;

– O PDV é somente um dos pontos de contato com o cliente: embora a maior parte das transações de compra ocorra na loja física, a jornada do consumidor passa por vários canais de comunicação. Mídias sociais, mídias tradicionais, e-commerce, reviews de outros usuários, sites de reclamação, sites de comparação de preços e a opinião dos amigos são alguns dos influenciadores das decisões de compra. Trabalhe todos esses pontos de contato em suas ações;

-Use a tecnologia para criar uma experiência de compra mais simples e inteligente: o consumidor não quer atrito, não quer que o processo de compra tenha fila, demora, dificuldade de aceitação do meio de pagamento ou no transporte dos produtos. Verifique como é possível diminuir esse atrito e conte com a tecnologia como um aliado nesse processo;

-Interaja com o cliente: online e offline, ouça o consumidor, dialogue com ele, procure entender o que ele precisa e esteja pronto a ouvi-lo. Crie processos que levem o feedback dos clientes para dentro da empresa e alimentem os sistemas corporativos com insights relevantes.

Transformar dados em informações relevantes, contextualizadas e aplicáveis ao dia a dia do varejo não é uma tarefa simples, mas é fundamental para quem deseja ser relevante para seus clientes.

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