Tecnologia e serviços
Binômio guia a indústria automotiva rumo ao futuro, que exige comodidade com sustentabilidade como base para a recuperação dos negócios abalados pela pandemia
Binômio guia a indústria automotiva rumo ao futuro, que exige comodidade com sustentabilidade como base para a recuperação dos negócios abalados pela pandemia
Mesmo vivendo um presente pouco animador, de gasolina em alta, consumo de carros novos em baixa e produção comprometida pela falta de componentes, a indústria automotiva acelera sua transformação tecnológica e conceitual. Atravessando um momento ruim, o mercado nacional lida com problemas como a queda de quase 30% nas vendas em 2020 e a escassez de itens eletrônicos, fator ao qual a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) atribui a culpa pelo pior julho desde 2003 em número de unidades fabricadas — um total de 163,6 mil, que representa queda de 4,2% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Mirando mais o horizonte do que o retrovisor, as marcas do setor automotivo avançam na eletrificação do mercado, nos serviços de assinaturas e locações, em novos modelos de negócios e na experiência digitalizada da jornada do consumidor. Com isso, o marketing, que não pode se descuidar das variantes atuais, mas precisa andar quilômetros à frente, incorpora elementos de ponta que criam desejo de consumo futuro, mesmo em quem não tem bolso para efetivá-lo agora.
O alto custo é a principal barreira na aceleração das vendas dos carros elétricos — o modelo mais em conta disponível no Brasil gira em torno de R$ 130 mil. Mesmo assim, a eletrificação cresce, na contramão da indústria. Em 2020, o mercado regular sofreu queda de 16%, segundo a Organização Internacional dos Construtores de Veículos Automotores, mas os elétricos avançaram 41%, atingindo a marca de três milhões de veículos no mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia, o que nutre previsões de que serão maioria a partir de 2033. No Brasil, embora ainda seja um nicho incipiente, que representa apenas 1,6% do consumo total, a expectativa da Associação Brasileira do Veículo Elétrico é a de que a venda de automóveis e comerciais leves eletrificados cresça 42% em 2021, após a alta de 66% no ano passado.
A indústria automotiva é a pauta do quarto capítulo da temporada 2021 da série Business Transformation, que se propõe a debater o impacto das mudanças aceleradas pela tecnologia e os reflexos do desenvolvimento econômico em tempos de Covid-19. O projeto contempla oito capítulos nas edições semanais, vídeos para o Stories do Instagram e uma plataforma que hospeda todo o conteúdo, no endereço businesstransformation. meioemensagem.com.br. Já estão lá os dedicados aos mercados imobiliário, de finanças e educação. E, nas próximas semanas, os focos serão os setores de alimentos e bebidas, telecomunicações, higiene e beleza e varejo.
Os aprendizados com a crise atual e a aceleração de tendências que já vinham se desenhando para o mercado automotivo são debatidos na reportagem especial. Tradicional pilar da vida urbana e uma das principais impulsionadoras do mercado publicitário, a indústria automotiva passa pela disrupção que adicionará à sua vocação de fabricante de bens de consumo a atuação na seara dos serviços, e deverá lhe reservar lugar de destaque como agente de mobilidade e conexão nas cidades inteligentes. Essa estrada, por vezes tortuosa, passa tanto pelas plataformas de assinatura já lançadas por Audi, Fiat, Ford, Jeep, Renault, Toyota e Volkswagen, como pela atração de marcas não nativas no automobilismo. Exemplos disso são Xiaomi e Santander. A empresa chinesa de smartphones vai investir US$ 10 bilhões em carros elétricos — e não é a única deste ramo, já que a Apple mantém o Projeto Titan, focado em elétricos e autônomos. O banco espanhol, que no Brasil já é dono da Webmotors, comprou mais duas empresas do segmento automotivo no País: uma de assinatura e locação e outra que é um marketplace de oficinas. Os impactos das mudanças de mercado e de comportamento do consumidor também afetam o marketing e a comunicação, antes mais arraigados em quesitos aspiracionais, como o status do público masculino, e, agora, cada vez mais inclusivos para abarcar abordagens de praticidade, preocupação ecológica e oferta de uso eventual.
*Crédito da foto no topo: Pexels/ Francesco Ungaro
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