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SXSW

A nova fronteira da inteligência artificial

Com a automação de tarefas complexas, podemos liberar o potencial humano para explorar, criar e inovar de maneiras que antes pareciam impossíveis


14 de março de 2024 - 16h30

Enquanto os populares Large Language Models (como o ChatGPT, Gemini, Mistral, Lama e Anthropic) têm capturado a imaginação do público com sua habilidade de gerar textos com qualidade sobre-humana, os LAMs estão discretamente pavimentando o caminho para uma revolução ainda mais impactante. Mas, o que exatamente são os Large Action Models, e por que eles merecem nossa atenção?

O que são LAMs?

Simplificando, os Large Action Models são sistemas de IA projetados para tomar decisões e realizar ações em grande escala. Imagine uma IA não apenas conversando com você, mas também agindo no mundo real, otimizando processos, solucionando problemas complexos e tomando decisões baseadas em análises profundas.

Como funcionam?

Os LAMs combinam avançadas técnicas de aprendizado de máquina com enormes conjuntos de dados para aprender a melhor forma de realizar uma tarefa ou tomar uma decisão. Eles são treinados através de simulações ou pela interação com o ambiente real, ou seja, aprendem observando nosso comportamento humano, refinando continuamente suas estratégias para alcançar seus objetivos de maneira cada dia mais eficaz.

Inteligência e aprendizado

Esses modelos são caracterizados por sua capacidade de aprender de maneira contínua e adaptativa. Isso não apenas os torna mais eficientes em tarefas que já conhecem, mas também lhes permite adquirir novas habilidades ou otimizar as existentes em resposta a mudanças no ambiente ou nas demandas. Chegamos à era onde os sistemas se auto gerenciam e se desenvolvem sozinhos.

Autonomia e flexibilidade

LAMs, pela sua própria natureza, apontam para sistemas que podem operar com um alto grau de autonomia. Isso significa que eles podem tomar decisões e executar ações sem a necessária supervisão humana constante. A flexibilidade é outra característica central, permitindo que os modelos se adaptem a diferentes cenários e requisitos de tarefa.

Escala e aplicabilidade

A designação “Large” (Grande) não diz respeito apenas ao tamanho físico ou capacidade de processamento dos modelos, mas também à sua escala de aplicabilidade. Isso sugere que tais modelos poderiam ser aplicados em uma ampla gama de domínios, desde automação residencial e assistentes pessoais até aplicações industriais, médicas e além.

Alguns Exemplos Práticos:

Saúde: IA que ajuda na descoberta de novos medicamentos, analisando milhões de compostos químicos e prevendo sua eficácia, acelerando o processo de desenvolvimento de medicamentos.

Educação: O sistema de ensino consegue perceber sua dificuldade em um determinado assunto e sugere outro formato de conteúdo para ajudar a aprender, ele também entende que sua habilidade sobre determinado tema está muito acima dos seus colegas e sugere que você seja um monitor/tutor sobre o tema.

Marketing: Aqui já temos alguns sistemas operando que podem ser considerados LAMs, por exemplo, o PMAX do Google ou o ASC (Advantage Shopping Campaign) da META. Isso porque esses sistemas tomam todas as decisões relacionadas à sua campanha, sem nenhuma interferência humana. Essa semana, Sam Altman afirmou que a IA vai executar 95% do trabalho realizado por Agências e Criativos.

Robótica: Robôs autônomos em armazéns usam LAM para otimizar rotas de coleta e entrega, melhorando a eficiência e reduzindo erros. O centro de distribuição da Amazon já está quase todo automatizado.

Máquinas autônomas: Dispositivos passam a entender seu padrão de uso e se adaptam automaticamente a ele, seu refrigerador entendendo o seu consumo de alimentos, e automaticamente faz o pedido de reposição.

Gestão de tráfego: Sistemas inteligentes de gestão de tráfego analisam padrões de movimento em tempo real para otimizar sinais de trânsito e reduzir congestionamentos. Seria lindo ter isso em São Paulo, não é mesmo? #Sonho

Por que isso importa?

Os LAMs têm o potencial de revolucionar praticamente TODOS os setores da nossa economia, tornando processos mais eficientes, reduzindo custos, melhorando a segurança e abrindo portas para inovações inimagináveis. Estamos apenas arranhando a superfície do que é possível quando permitimos que as máquinas não apenas ‘pensem’, mas também tomem ações.

Implicações éticas e sociais

Uma revolução marcada por LAMs também levanta questões importantes sobre ética e impacto social. Isso inclui preocupações com privacidade, segurança, empregabilidade (principalmente) e a natureza da interação humana com sistemas altamente autônomos.

O desafio da ação autônoma

A ação, ao contrário da fala, carrega consequências tangíveis e imediatas. Quando uma máquina decide agir, ela pode mudar o curso de uma vida, moldar o destino de uma empresa ou, eventualmente, influenciar o rumo de toda uma sociedade. Os LAMs, portanto, não são apenas um avanço tecnológico; eles são um salto ético, desafiando-nos a reconsiderar nossa relação com a tecnologia.

O dilema humano

O potencial de automação de tarefas complexas por LAMs é inegável. E com ele, surgem questões inquietantes: estamos nos aproximando de um ponto onde a máquina não apenas imita, mas supera a tomada de decisão humana? Será esse o caminho para AGI (Inteligência artificial geral) E mais, podemos — ou devemos — evitar esse avanço? A resposta é complexa, entrelaçando fios de inovação, ética e sobrevivência econômica.

Entre a utopia e a distopia

O avanço dos LAMs evoca visões de uma sociedade onde o trabalho humano é elevado a novas alturas de criatividade e inovação. Contudo, sem a devida regulamentação e colaboração global, enfrentamos o risco de desigualdades exacerbadas e de um deslocamento econômico sem precedentes. Este é o paradoxo que os LAMs nos apresentam: a promessa de uma nova era de prosperidade e a ameaça de um abismo de desigualdade.

Impacto no mercado de trabalho

A automação proporcionada por LAMs pode transformar completamente o mercado de trabalho, criando novas oportunidades enquanto desloca ou reduz consideravelmente a demanda por diversos tipos de emprego. A preparação para essas mudanças será crucial e precisa começar AGORA!

Recentemente o professor de Marketing da NYU, Scott Galloway, comparou os recentes layoffs nas grandes empresas de tecnologia ao efeito Ozempic (nova droga utilizada para perda de peso), chamando a IA de “Ozempic Corporativo”.

“Minha tese é que as empresas (notadamente empresas de tecnologia) também descobriram uma droga para perda de peso e também estão sendo evasivas sobre isso”, escreve Galloway em seu blog, No Mercy/No Malice. “As recentes notícias financeiras apresentam duas histórias: demissões e lucros recordes. Estas estão relacionadas.”

O Futuro que moldaremos

Na iminência dessa revolução, devemos perguntar: como podemos guiar o desenvolvimento dos LAMs para garantir um futuro que reflita nossos valores mais elevados? Esta é uma jornada que requer mais do que regulamentações; demanda uma redefinição do que significa ser humano na era da inteligência artificial.

Regulação e governança

O avanço de LAMs exigirá um quadro regulatório atento e possivelmente novo, focando tanto em promover a inovação quanto em mitigar os riscos associados à automação avançada e à tomada de decisões autônoma. Mas sabemos que a velocidade da evolução tecnológica, infelizmente, sempre estará muito à frente da capacidade governamental de entender, discutir e agir.

Conclusão: A melhor parte

E agora, a melhor parte: a oportunidade. Os LAMs nos oferecem a chance única de reimaginar e remodelar nosso mundo. Com a automação de tarefas complexas, podemos liberar o potencial humano para explorar, criar e inovar de maneiras que antes pareciam impossíveis. Podemos estar à beira de um abismo, mas também estamos no limiar de um renascimento, onde a colaboração entre humanos e máquinas pode nos levar a novos patamares de realização. A chave está em nossas mãos: moldar esta tecnologia com visão, prudência e um profundo compromisso com o bem comum.

E aí, você acredita que tomaremos as decisões corretas? Nosso econômico atual vai nos direcionar para o caminho certo?

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