DE 08 A 16 DE MARÇO DE 2024 | AUSTIN - EUA

SXSW

Convergência de tecnologias

O potencial de mudanças significativas na vida das pessoas, a partir da convergência de computação espacial e inteligência artificial é muito grande


12 de março de 2024 - 18h54

Uma das tendências anunciadas pela celebradíssima Amy Webb durante o SXSW 2024 foi a convergência de diversas tecnologias que, somadas, podem gerar impactos muito maiores sobre vidas e negócios, que quando usadas isoladamente. Em sua apresentação “A Era dos Wearables de Computação Espacial & AI está aqui”, Cathy Hackl, CEO da Spatial Dynamics explora a convergência da computação espacial com a inteligência artificial e claramente demonstra como o potencial de uma aumenta consideravelmente quando combinada com a outra, validando a tese de Amy Webb.
A computação espacial já é, por si só, um conceito que abarca diferentes tecnologias, como a realidade virtual e a realidade aumentada, para criar sensações de realidades mistas ou estendidas, ou seja, a ampliação de um campo de visão físico, com elementos virtualmente inseridos, que complementam informações e melhoram a experiência dos usuários. Agora, imagina o que essa tecnologia, combinada com toda a capacidade de personalização real time que a inteligência artificial traz para todo tipo de busca por conteúdo, pode fazer para enriquecer ainda mais essa experiência das pessoas. Por outro lado, sabemos que o sucesso de qualquer modelo de inteligência artificial depende muito dos inputs de dados que ele recebe e quanto mais amplo o campo de coleta, mais inteligente a AI se tornará. Com isso, somando todas as informações visuais que os gadgets e wearables de computação espacial irão captar, a partir das visões das pessoas que os estarão usando, há fontes de dados valiosíssimos que alimentarão as AIs e as melhorarão. Cathy diz que vamos dar olhos às AIs, vamos dar a elas capacidade de visão.
Falando em visão, a promessa da computação espacial é melhorar a vida das pessoas e um exemplo claro disso é o uso por parte de deficientes visuais, que através dos óculos de visão estendida não só recebem inputs importantes que os guiam e informam sobre o ambiente no qual estão, mas também literalmente melhoram/aperfeiçoam a sua visão, aumentando objetos no espaço ou melhorando o foco. Certamente uma daquelas claras razões para apoiar o advento desta tecnologia e torcer para que ela se torne comercialmente viável para a maior parte da população, o quanto antes.
É claro também que ainda há diversos desafios a serem enfrentados. Questões como privacidade de dados, direitos sobre conteúdos, manipulação de dados e os diversos bias que surgem do acesso ainda pouco democrático aos dispositivos são alguns dos problemas que ainda precisam ser resolvidos. A tecnologia precisa evoluir, as aplicações práticas aumentarem, o preço baixar e a experiencia de uso melhorar, mas fica claro que o potencial de mudanças significativas na vida das pessoas, a partir da convergência de computação espacial e inteligência artificial é muito grande. Novos negócios surgirão e outros muitos se transformarão. Segundo a palestrante, é um momento na história tão disruptivo como quando o mobile foi apresentado ao mundo. Será? Nunca melhor dito, será ver para crer.
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