Do FOMO à fome: SXSW 16 anos depois
Austin ensina que ser weird pode ser sua maior vantagem: desconstruir verdades absolutas e pensar fora da curva não é um desvio, é o caminho
Austin ensina que ser weird pode ser sua maior vantagem: desconstruir verdades absolutas e pensar fora da curva não é um desvio, é o caminho
7 de março de 2025 - 16h39
Nos primeiros anos em que fui ao SXSW, eu buscava o que estava acontecendo lá fora, tendências, previsões, sinais do futuro. O FOMO era real. Assistia a muitas palestras por dia, saía correndo de uma para entrar em outra. A sensação de estar em Austin, vendo o futuro acontecer diante dos meus olhos, era eletrizante. Eu não queria perder um minuto dessa avalanche de conteúdo.
Mas, depois de 16 anos, o festival ganhou outro significado para mim. Hoje, SXSW é um mergulho para dentro. Uma oportunidade de pausar tudo, chegar em Austin com uma mala cheia de certezas e permitir que ela volte lotada de dúvidas.
Foi lá que entendi que a vulnerabilidade, que tanto temia, podia ser minha maior força como líder. Foi lá que percebi que na era da inteligência artificial, a presença artificial era uma epidemia e que eu era um pai de celular na mão, sempre “meio presente” em casa. Foi lá que enxerguei que ser criativo não é sobre ter sempre uma nova ideia, mas sobre saber desapegar das antigas.
E foi lá que aprendi que tá tudo bem ser diferente. Austin não apenas celebra o weird, mas ensina que ser weird pode ser sua maior vantagem. Que questionar o óbvio, desconstruir verdades absolutas e pensar fora da curva não é um desvio, é o caminho.
O SXSW me ensinou que, entre uma palestra e outra, o verdadeiro aprendizado está nas trocas, nas conversas, no tempo para decantar. Austin me tira do piloto automático. Troquei a FOMO pela fome de transformação a partir de tudo que por aqui absolvo.
Se você for ao SXSW buscando cinco passos para entender o futuro, pode se frustrar. Mas se for para colocar fogo no parquinho das suas certezas, vai se transformar.
Keep Austin Weird and happy Sweet 16.
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