O futuro que a gente faz
A tecnologia nos entrega maravilhas, mas é trabalho das lideranças aproveitá-las com ética, viabilidade econômica e agilidade, e nisso o SXSW traz boas inspirações
A tecnologia nos entrega maravilhas, mas é trabalho das lideranças aproveitá-las com ética, viabilidade econômica e agilidade, e nisso o SXSW traz boas inspirações
13 de março de 2024 - 13h44
A trilha sobre Inteligência Artificial tem sido uma das maiores audiências do SXSW. Esse interesse, claro, era mais do que previsto. Afinal, a tecnologia de AI generativa tem ocupado o centro da maioria das discussões sobre ética e respeito aos profissionais desde o lançamento da versão mais evoluída do ChatGPT, em final de 2022, e até provocou a maior greve de roteiristas da história de Hollywood.
Observando a track de AI no site oficial, contei 67 eventos entre palestras e lançamentos de livros, e a maioria nos palcos mais badalados de Austin. Só isso já mostra o quanto o assunto está onipresente. E precisa ser. Afinal, a AI muda a dinâmica de trabalho de todo mundo. Mesmo!
Os estudantes vão ter que aprender a usar e a se destacar nesse cenário. Os executivos, os criativos e as lideranças vão ter que entender como incorporar a tecnologia nas estruturas em que atuam. Os empreendedores e empresários vão ter que investir em AI para garantir o futuro das suas empresas, e até os conselhos das grandes empresas de capital aberto vão ter que colocar esse elemento nas suas equações de tomada de decisão.
Como eu tenho certeza disso? Porque eu estava no mercado, trabalhando em grandes empresas quando as revoluções oriundas da internet, dos celulares e das redes sociais aconteceram bem diante dos meus olhos. E isso me deixou claro que não há como conter a inovação. As tecnologias são criadas, vão para o mercado, a curva de adoção se acelera e o comportamento das pessoas muda. Inexoravelmente. E aí surgem as oportunidades.
Quem trabalha com marketing, publicidade e comunicação sabe que é preciso ter ousadia de pioneiro. Autor clássico do marketing, Philip Kotler defende que os primeiros a chegarem ao mercado – com produtos, estratégias ou ações – sempre se beneficiarão em termos de vantagens competitivas. Impossível não concordar.
Minha experiência como empreendedora reforça isso também, afinal, quando nos dedicamos a compreender o comportamento das pessoas diante das novas tecnologias e criamos propostas para elas, a magia acontece. No nosso caso, fomos fundo na revolução que as redes sociais e os influenciadores estavam fazendo no cenário da comunicação e traduzimos tudo isso em oportunidades de marketing. Por isso, nos tornamos a maior agência de marketing de influência do Brasil.
Mas a liderança e o tamanho não podem impedir a agilidade. Sempre penso em outro conselho que tem mais de 200 anos. Vem do rei Dom João VI, que disse para Pedro: “Faça, antes que algum aventureiro o faça”. Todo mundo que empreende em comunicação deve ter essa ousadia em mente.
Por isso, a Mynd vem investindo muito na busca do melhor e mais ético, aproveitamento a AI no nosso segmento. Há poucas semanas, apresentamos o AI Squad, projeto que integra os influencers com a AI Generativa por meio de “humanos digitais”. A ideia é que os avatares criados por AI fiquem encarregados de trabalhos mais automáticos, como explicações técnicas sobre os produtos, que acabam tomando muito tempo de gravação dos talentos. Isso permite que o tempo dos influenciadores seja usado para conteúdos originais. A grande virtude dessa solução é que a AI é incorporada de forma a respeitar o estilo de cada um dos influencers, otimizando o trabalho deles e valorizando as suas narrativas.
Muitas das discussões aqui no SXSW são no sentido de encontrar soluções para a integração de AI na Creator Economy de forma ética e respeitosa. Acho que isso é mais do que possível, é uma obrigação. As lideranças da indústria precisam buscar formas de integrar a tecnologia nas dinâmicas criativas de forma que gere prosperidade para todos.
Mesmo já tendo projetos nesse sentido sendo aplicados na prática, para o nosso time de líderes é muito importante participar do SXSW, porque isso ajuda a construir novos olhares, a entender a viabilidade das inspirações que surgem aqui e a criar projetos que unam ousadia e resultados. Vamos continuar aqui, de olhos e ouvidos abertos. Afinal, o futuro é a gente que constrói.
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