SXSW, Willow St. e tacos al pastor
Viver a experiência do SXSW em grupo é a dica mais valiosa até para os veteranos do evento
Viver a experiência do SXSW em grupo é a dica mais valiosa até para os veteranos do evento
5 de março de 2024 - 15h12
O SXSW está para começar e, com ele, um mundo de informações a ser consumidas em pouquíssimos dias.
E para processar todo esse volume de conteúdo, a sua experiência no SXSW nunca deve ser tradicional e muito menos linear.
Para você aproveitar e, principalmente, absorver o que o festival tem a oferecer, é preciso vivê-lo em grupo, tudo junto e misturado. Um SXSW solitário é como dirigir um carro de F1 sem a equipe te apoiando ao longo da corrida. Sozinho, certamente, você tem mais a perder que ganhar.
E pra mim, viver essa experiência sempre passou pelo Austin Convention Center e seus arredores, mas principalmente, pela Willow St e alguns Tacos Al Pastor.
Explico.
Desde a primeira vez que fui a Austin, me hospedo na Willow Street, uma rua tranquila e mais distante do burburinho, e lá pela altura do número 1000 tem uma casinha de madeira, pintada de amarela, onde sempre fico com alguns amigos. Apelidamos nosso espaço de “casinha amarela”.
Nessa casinha, sempre ficamos em grupo, de quatro ou cinco pessoas, quase confortavelmente hospedados. O conforto não é prioridade, buscamos algo mais.
Durante o festival, cada integrante da casinha amarela faz sua peregrinação pelas trilhas de conteúdo no festival, o dia que um vive é completamente diferente do outro, assim como o conteúdo que cada um consome.
No fim da tarde, nos reunimos geralmente no gramado do Four Seasons ou em algum outro lugar tranquilo, que dê para bater um papo sem distrações. Nesse momento, sem compromissos e sem pressa, o milagre da multiplicação acontece, o 1+1 vira 5, cada um compartilha a sua jornada, troca com o outro o que viu e ouviu de melhor no seu dia e, consequentemente, o SXSW de todos fica exponencialmente mais rico e a sensação de FOMO esvanece.
Se parássemos o dia por aí, já teria valido a pena.
Mas tem mais.
Lá pelas altas horas da noite texana, o último ponto de encontro é quase sempre num mexicano, no caminho da casinha amarela, para comer alguns tacos al pastor. Nesse segundo momento e já com vibe de saideira, as trocas do dia vivido fluem ainda mais abertas, principalmente filosóficas, entre um taco e outro, o 1+1= 5 vira 12.
Mas tenho uma confissão: raramente chego ao ápice do dia (ou da noite, se preferir), nesse momento único regado a tacos al pastor. Enquanto meus amigos estão lá ainda confabulando sobre o futuro da humanidade, eu já estou confortavelmente dormindo no meu colchãozinho, lá no chão frio da casinha amarela. Admito, sou desses que abandona o rolê antes da hora.
E por que, mesmo não indo, os tacos al pastor também marcam meus dias?
Porque é como se fosse exatamente igual às palestras que não pude ver no SXSW. No café da manhã do dia seguinte, quando todos acordam e se reúnem ao redor da mesa, repassamos toda a filosofia da madrugada entre um gole e outro de café. Enquanto fazemos isso, já estamos planejando o dia por vir e o ciclo de aprendizado e trocas recomeça.
A notícia triste é que este ano fechei a viagem de última hora e não ficarei na casinha amarela, vai ser uma experiência diferente, mas nem tanto assim, mesmo fora dela, a troca vai continuar com os amigos da casinha e com todos que estiverem abertos a multiplicar conhecimento.
Afinal, o SXSW não é sobre estar presente, é sobre compartilhar.
Bora?
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