Como as líderes de empresas de mídia olham para 2024 

Buscar
Publicidade

Women to Watch

Como as líderes de empresas de mídia olham para 2024 

Gestoras da Globo, JCDecaux Brasil, Meta, TikTok e YouTube compartilham visões, expectativas e planos de negócios para o próximo ciclo 


13 de dezembro de 2023 - 16h18

Não é novidade que o atual contexto de policrises, instabilidade econômica e incertezas tem desafiado os planejamentos estratégicos que estão sendo desenhados para 2024. Para o mercado de mídia, que se transforma a todo instante, o desafio parece ser como manter a criatividade, a relevância e a autenticidade para as audiências diante de novas tecnologias e de tantos espaços e conteúdos disponíveis.

Como criar histórias que retenham a atenção, emocionem e estabeleçam conexões profundas e verdadeiras com as pessoas em tempos de inteligência artificial? Como manter e ampliar o ecossistema de influência das comunidades? Como desafiar o storytelling tradicional e desenvolver narrativas e formatos que guiarão os públicos para além dos primeiros segundos?

Para refletir sobre esses desafios, conversamos com Ana Célia Biondi, diretora geral da JCDecaux Brasil; Gabriela Comazzetto, diretora geral de negócios do TikTok na América Latina; Laura Chiavone, diretora e head de agências da Meta no Brasil; Manzar Feres, diretora de negócios integrados em publicidade na Globo; e Patricia Muratori, diretora do YouTube para a América Latina.

Conexões reais, confiança e autenticidade

Gabriela Comazzetto, do TikTok, diz que a possível falta de confiança entre consumidores e marcas faz com que o público busque aquelas que lideram mudanças sociais positivas com transparência. Nesse sentido, as plataformas cumprem um papel fundamental de serem uma linha aberta de comunicação com seus consumidores e com a comunidade, ou seja, uma janela de conexão real com as pessoas, onde é possível compartilhar, ouvir e aprender, em uma construção coletiva de confiança e alinhamento de valores com a marca.

A executiva também menciona mais duas tendências apontadas pelo TikTok para o próximo ano: manter o pico de curiosidade elevado e construir um novo storytelling. “Vejo que as marcas que demonstrarem ‘bravura criativa’ serão aquelas que construirão conexões mais profundas com a comunidade TikTok, alimentadas por uma mistura de curiosidade, imaginação, vulnerabilidade e coragem. Essa bravura deve ser uma atitude intrínseca e parte da estratégia diária das marcas. Nunca tivemos tantas opções para descobrir novas ideias ou produtos, mas também nunca foi tão difícil encontrar conteúdo relevante.”

Tecnologia, criatividade e representatividade

Laura Chiavone, da Meta, reflete sobre a importância de estimular o melhor do ser humano em estratégia e criatividade, e como a tecnologia pode ser uma boa aliada nessa dinâmica. “Quanto mais os humanos forem, de fato, humanos, melhor será a dupla que faremos com as máquinas”, diz.

Segundo a executiva, a indústria tem como desafio em 2024 aumentar sua participação na economia brasileira, gerando mais empregos e desenvolvimento para negócios de diferentes tamanhos e regiões, alcançando também empreendedores. Para isso, ela acredita que o mercado precisa representar a sociedade brasileira pensando nos talentos de toda a sua cadeia de produção.

“O aumento intencional de representatividade dos diferentes perfis da população dentro da indústria aumentará naturalmente a conexão dos negócios com a sociedade, os insights para a inovação e entregas alinhadas com as realidades múltiplas do nosso país”, comenta.

Para além da conversão

Já Manzar Feres, da Globo, aponta a importância do equilíbrio de investimentos entre construção de marca e conversão, e a necessidade de o mercado olhar para o negócio da publicidade não apenas como compra de espaço e frequência, mas como uma estratégia potente de impacto do usuário, pois é preciso fazer a diferença na memória do público diante do cenário atual. “Ao trabalhar exclusivamente mídia de performance, as marcas deixam de atrair novos clientes, conversando apenas com consumidores já engajados. O sucesso da boa comunicação está em achar os melhores espaços, que estejam contextualizados à jornada do consumidor, ao conteúdo a que ele escolheu assistir”, reflete.

Manzar também ressalta a digitalização audiovisual dos últimos anos como uma mudança importante e sem volta para a indústria. “O ambiente de consumo audiovisual se digitalizou fortemente, e a TV 3.0 vai chegar para derrubar de vez as barreiras entre a internet e a antena, inserindo a TV aberta também neste ambiente. São inúmeras as possibilidades que se abrem para as plataformas e para os anunciantes.”

Criadores de conteúdo: novas dinâmicas

O criador de conteúdo no centro das estratégias, alavancando o ecossistema de economia criativa, é a grande aposta de Patricia Muratori, do YouTube, que acredita em novas dinâmicas de atuação dos influenciadores no próximo ano. “Criadores que surgiram no YouTube irão se reinventar em novos formatos; personalidades da mídia tradicional embarcarão em estratégias digitais; spin-offs de negócios digitais irão para o físico, e de negócios físicos irão para o digital. Conteúdos relacionados a podcasts e videocasts, esportes, informação, educação e muito entretenimento certamente irão se destacar em 2024”, diz a executiva, que também reflete sobre o uso da inteligência artificial com responsabilidade no ciclo que se inicia.

“A inteligência artificial continuará a se desenvolver a um ritmo acelerado, com potencial de transformar a forma como consumimos e produzimos conteúdo. Neste ponto crítico de inflexão, está claro que precisamos abraçar esta tecnologia com ousadia e com um compromisso contínuo de responsabilidade. O potencial ilimitado da IA generativa exige uma abordagem cuidadosa que mapeie os limites expansivos da expressão criativa. Para o YouTube, é importante explorar essa novidade tendo como base o compromisso com a responsabilidade, para garantir a segurança e o bem-estar de quem utiliza a plataforma.”

OOH em expansão

Para Ana Célia, da JCDecaux Brasil, o cenário de 2024 é animador para o mercado de OOH no mundo todo. “O investimento está em franca expansão. Diante desse contexto mais otimista, com queda de juros e da inflação, e os clientes ainda mais engajados e comprometidos a partir do reconhecimento das múltiplas oportunidades que o OOH representa, tudo aponta para um ano com um bom ambiente de negócios”, conta.

De acordo com a executiva, as marcas estão cada vez mais focadas em oferecer experiências únicas para os consumidores, apostando em novos formatos para a mídia, então o mercado tem o desafio de ampliar diálogo e mostrar todo o potencial do meio. Além disso, para acompanhar essa expansão, Ana Célia diz que uma grande oportunidade para o setor será investir na criação de uma métrica única de mensuração. “Vejo isso como definidor para que o OOH esteja ainda mais fortalecido no ano que chegará”, diz.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Instituto Liberta lança campanha contra violência sexual infantil

    Instituto Liberta lança campanha contra violência sexual infantil

    Fátima Bernardes e Denise Fraga estrelam vídeos que alertam sobre dificuldade de identificação do crime

  • Algoritmos novos, vieses antigos: como a IA reforça estereótipos

    Algoritmos novos, vieses antigos: como a IA reforça estereótipos

    Especialistas refletem sobre a urgência de uma abordagem crítica e transparente na implementação de tecnologias de inteligência artificial