Festivais como plataforma de construção de marca
Como criar pontos de contato que possam fazer parte dessas memórias de forma legítima?

Estande de Club Social na edição de 2025 de The Town (Crédito: Divulgação)
Ao longo de mais de duas décadas liderando marcas icônicas, aprendi que os consumidores não buscam apenas consumir, de fato. Eles desejam significado, memórias e conexões genuínas. Os festivais, por exemplo, deixaram de ser apenas palcos para os shows: hoje são verdadeiros territórios de construção de marca, onde cada detalhe transmite identidade, pertencimento e propósito.
A música continua sendo a trilha sonora que aproxima pessoas, mas as marcas que realmente entendem esse ecossistema vão além. Elas transformam o ambiente do festival em um espaço vivo de expressão cultural, onde produtos se tornam linguagem, atitude e experiência.
Na Mondelēz Brasil, acreditamos que estar em grandes festivais não é simplesmente marcar presença ou “estampar a marca” em um estande. A questão precisa ser mais profunda: como mergulhar nesse território cultural de forma autêntica e provocar conversas que façam sentido para o público?
Trident, líder em gomas de mascar no Brasil e no mundo, já mostrou isso ao longo de mais de uma década nesse espaço, em eventos como Rock in Rio, The Town, festividades como Carnaval, entre outros. Já Club Social vem provocando o olhar para novas ocasiões de consumo, sendo o salgadinho oficial do Lollapalooza e do The Town com a linha Club Social Snack desde 2023.
Cada festival traz aprendizados intensos quando olhamos para as jornadas do público: o jovem que busca registrar cada detalhe de sua primeira grande experiência e o veterano que já sabe transformar o evento em uma coleção de conquistas pessoais. Para as marcas, a provocação é clara: como criar pontos de contato que possam fazer parte dessas memórias de forma legítima?
Em 2025, no The Town, Trident levou essa reflexão à prática com a campanha “Masca e Destrava”, criada para liberar a emoção e a intensidade do público, com foco especial na Geração Z e em seus pontos de interesse: a música, moda e entretenimento. Além das embalagens em edição limitada que associaram cada sabor a um gênero musical, a marca também destacou o Trident X Senses, nas embalagens garrafa, reforçando a experiência sensorial que conecta a marca ao futuro da categoria.
A estratégia foi potencializada por presenças de grande impacto cultural: Pabllo Vittar, que deu início à campanha de Trident, amplificada por nomes como Luísa Sonza, Sasha Meneghel e Jade Picon, não foi sobre celebridades, mas sobre traduzir os códigos da geração que pauta tendências e desafia as marcas a acompanharem esse ritmo.
Já Club Social Snack foi além ao propor o “Se Joga no Pancadão de Sabor”, que colocou a cultura urbana no centro da experiência. Além da experimentação do produto como salgadinho oficial, o público viveu um verdadeiro baile funk dentro do stand, comandado pelo coletivo Submundo 808, referência atual dessa cena cultural.
Não se tratou apenas de ativações. Foram estratégias que manobraram a lógica tradicional, o investimento combinou mídia online e offline, experiências imersivas, sensoriais e brindes que dialogam diretamente com o interesse e a funcionalidade para o público que viraram acessórios de pertencimento.
O recado que os festivais nos deixam é marcante: relevância não se conquista com aparições pontuais, mas com consistência. Marcas que traduzem dados e comportamentos em experiências reais ocupam não só espaço físico, mas também emocional na vida das pessoas.
E aqui vai a provocação final: se entretenimento e música já se consolidaram como linguagens universais de conexão, o que impede a sua marca de explorar esse território para conquistar propósito, relevância e diferenciação? Talvez a próxima grande oportunidade de crescimento esteja justamente onde cultura e consumo se encontram.