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O always on como conhecemos está na UTI 

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Opinião

O always on como conhecemos está na UTI 

Em um mundo em que a atenção é mais rara que um unicórnio, a produção de conteúdo desafia as marcas na era da desatenção 


7 de novembro de 2024 - 15h08

(Crédito: Shutterstock)

Estamos num cenário em que a capacidade de foco humano está em declínio. De acordo com a pesquisa “‘Stress and Human – Computer Interaction at Workplace”, olhamos menos para cada coisa. Por exemplo, o tempo médio de atenção para uma janela no PC era de 150 segundos em 2004 e caiu para apenas 44 segundos em 2022. 

Quando interrompemos uma tarefa inicial, acabamos realizando, em média, 2,26 outras atividades antes de retornarmos a ela. Isso também se aplica ao lazer e ao entretenimento: consumimos mais conteúdo, que é renovado rapidamente e fragmentado em pedaços menores. Nessa disputa pela atenção, os vídeos curtos assumiram o protagonismo. Segundo a Insider Intelligence, os usuários passam, em média, mais de 25 horas por mês assistindo a vídeos curtos, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. 

Mas calma aí! Isso não significa que o conteúdo longo esteja com os dias contados. Ambas as formas têm seu espaço; tudo depende do objetivo, da plataforma e do contexto. Um estudo recente da Wyzowl revelou que 91% dos consumidores ainda assistem a vídeos com mais de 10 minutos quando o conteúdo é informativo e educativo. Ou seja, a profundidade ainda vale a pena, especialmente quando o assunto desperta interesse real. 

Entretanto, é inegável que a velocidade com que consumimos conteúdo pode nos dar a sensação de perder a essência. A gratificação instantânea, fruto da era dos vídeos curtos, faz com que muitos consumidores prefiram absorver informações rápidas, em vez de mergulharem em narrativas mais profundas.  

De acordo com um estudo da Forrester Research, 53% dos usuários preferem vídeos que informam rapidamente, mesmo que isso signifique sacrificar a profundidade. Então, como as marcas podem encontrar um equilíbrio? 

A chave está na reinvenção. Não basta mais lançar conteúdos sem propósito apenas para preencher um calendário ou manter um feed ativo; é necessário criar experiências memoráveis que causem impacto e se conectem com as comunidades. Vídeos curtos podem, sim, funcionar maravilhosamente, mas um bom storytelling ainda pode deixar uma marca na memória do consumidor e servir como uma porta de entrada para algo mais profundo e significativo. 

Não é novidade que em um mundo cheio de incertezas, as marcas que criam conexões emocionais são as que realmente se destacam. É preciso ir além da informação; é preciso fazer com que as pessoas se sintam pertencentes àquele universo. E ter isso em mente, do racional ao tático, já ajuda a mudarmos no que e onde estamos colocando energia. 

Enquanto isso, o conceito de “always on” segue em estado crítico, precisando de uma transfusão de criatividade. Não podemos continuar tratando o conteúdo como uma maratona de postagens sem foco; precisamos de um plano estratégico que realmente crie conexão.  

Um relatório de 2024 do Content Marketing Institute revelou que 70% dos profissionais de marketing acreditam que o “always on” não funciona mais como antes. Uma boa notícia? Essa mudança é uma oportunidade para inovar e se destacar em um mercado saturado. Mais qualidade, menos quantidade. 

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