Quando uma mulher lidera, o futuro agradece
A presença feminina na liderança não é apenas um símbolo de equidade, é uma força estratégica que molda novas culturas e reinventa mercados
A presença feminina na liderança não é apenas um símbolo de equidade, é uma força estratégica que molda novas culturas e reinventa mercados
22 de maio de 2025 - 8h55
(Crédito: Shutterstock)
Liderar, para uma mulher, quase sempre foi um ato de resistência. Mas hoje, mais do que resistir, lideramos para transformar. A presença feminina em cargos de liderança não é apenas um símbolo de equidade, é uma força estratégica que molda novas culturas, reinventa mercados e inspira coletivos inteiros a prosperarem.
Ao longo da minha trajetória, testemunhei e vivi o quanto mulheres líderes constroem com afeto, coragem e visão de futuro. Temos a capacidade de enxergar as pessoas em sua totalidade, de equilibrar performance com cuidado, e de transformar a escuta em ação concreta. Um estudo da Harvard Business Review (2020) revelou que, durante a pandemia, as líderes mulheres foram avaliadas como mais eficazes que os homens em 13 de 19 competências de liderança, incluindo resiliência, empatia, escuta ativa, comunicação clara e orientação para resultados. Não se trata de liderar “apesar de sermos mulheres”, mas exatamente por sermos mulheres.
E existem muitos exemplos que provam isso.
Criada e liderada por Adriana Barbosa, a Pretahub é uma plataforma de inovação e empreendedorismo negro, responsável também pela Feira Preta, o maior festival de cultura e empreendedorismo preto da América Latina. Em 2024, o Festival Feira Preta bateu recordes de público e de movimentação financeira. Ao longo dos seus 23 anos de história, impactou mais de 5 milhões de afroempreendedores no Brasil inteiro. Além disso, o festival alcançou mais de 16 milhões de reais em circulação monetária, o que é fundamental para a viabilidade econômica de pequenas empresas.
Outro exemplo é o case da Magalu, com Luiza Helena Trajano à frente. Ela não apenas consolidou a empresa como uma potência no varejo nacional, mas também impulsionou ações de inclusão como o programa de trainee exclusivo para candidatos negros, uma iniciativa ousada que abriu caminho para uma conversa séria sobre diversidade racial nas grandes corporações, liderada por uma mulher branca com consciência e responsabilidade social. Além de criar o Grupo Mulheres do Brasil, movimento que reúne mulheres de diferentes áreas com o objetivo de engajar a sociedade na construção de um Brasil melhor.
No campo ambiental, a liderança de Sônia Guajajara, primeira mulher indígena a comandar um ministério no Brasil, é histórica. Com firmeza e sensibilidade, ela tem articulado políticas públicas de proteção ambiental e direitos humanos, mostrando que mulheres também estão na linha de frente da sustentabilidade e da política internacional.
Estamos abrindo caminhos, mas ainda temos muitos a percorrer. E não se trata de ocupar espaços sozinhas, trata-se de trazer outras com a gente. Mulheres que lideram com consciência entendem que o sucesso só é pleno quando é coletivo.
Nossa força não está só no que entregamos, mas em como entregamos. Está na capacidade de ouvir com atenção, de cuidar sem perder o foco, de construir com propósito. Quando uma mulher assume o poder, toda uma estrutura é transformada (e o futuro agradece).
Compartilhe
Veja também
Influenciadoras usam força digital pela manutenção do planeta
Criadoras de diferentes regiões, origens sociais e etnias veem influência como ferramenta para falar sobre pautas de sustentabilidade
Como as empresas estão medindo práticas ESG?
Algumas lideranças, especialmente mulheres, não só consideram a sustentabilidade crucial para a perenidade dos negócios, como já a traduzem em dados